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23/05/2004
-
17h27
da France Presse, em Nova York
O documentário do americano Michael Moore, "Fahrenheit 9/11", vencedor da Palma de Ouro do Festival de Cannes deste ano, ainda não encontrou um distribuidor para sua obra nos Estados Unidos, depois que o grupo Disney e seu presidente, Michael Eisner, se recusaram a associar seu nome ao documentário.
O filme denuncia a manipulação da opinião pública após os atentados de 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos para justificar a Guerra no Iraque. Segundo Moore, o conflito teria sido motivado exclusivamente pelos interesses econômicos aos quais a família Bush está ligada.
A Casa Branca respondeu ao sucesso do documentário com aparente naturalidade: "É um país livre. É o que faz dos Estados Unidos um país maravilhoso. Todos têm o direito de dizer o que querem. Mais do que isso, não vamos comentar", resumiu a porta-voz da Casa Branca, Suzy De Francis.
Além de se negar a distribuir o filme, a Disney também impediu sua subsidiária, a Miramax Films, de divulgar "Fahrenheit 9/11."
O presidente da Disney, Michael Eisner, alegou que o filme poderia ter impacto negativo na campanha do presidente à reeleição. "Fahrenheit 9/11 é um filme apropriado, mas não queremos tê-lo em meio a um processo político. Somos uma companhia apartidária", disse.
A Miramax, comprada pela Disney há 10 anos, foi um dos principais investidores do projeto de Moore há um ano.
A Disney tem um acordo contratual com os chefes da Miramax, Bob e Harvey Weinstein, que impede a empresa de divulgar determinados filmes. Porém, os executivos da Miramax argumentam que a proibição da Disney não está contemplada no contrato.
No último dia 12 a Miramax anunciou um acordo segundo o qual a Disney venderia o "Fahrenheit 911" aos Weinstein, que poderiam buscar um novo distribuidor não associado à Disney.
"Graças a vocês, os Estados Unidos não serão o único país a não ver este filme", ironizou Moore, ao receber a premiação em Cannes. "Há quem queira ocultar a verdade, mas o povo quer a verdade e é preciso tirar a verdade do armário", acrescentou.
Michael Moore busca distribuidor para "Fahrenheit 9/11"
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O documentário do americano Michael Moore, "Fahrenheit 9/11", vencedor da Palma de Ouro do Festival de Cannes deste ano, ainda não encontrou um distribuidor para sua obra nos Estados Unidos, depois que o grupo Disney e seu presidente, Michael Eisner, se recusaram a associar seu nome ao documentário.
O filme denuncia a manipulação da opinião pública após os atentados de 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos para justificar a Guerra no Iraque. Segundo Moore, o conflito teria sido motivado exclusivamente pelos interesses econômicos aos quais a família Bush está ligada.
A Casa Branca respondeu ao sucesso do documentário com aparente naturalidade: "É um país livre. É o que faz dos Estados Unidos um país maravilhoso. Todos têm o direito de dizer o que querem. Mais do que isso, não vamos comentar", resumiu a porta-voz da Casa Branca, Suzy De Francis.
Além de se negar a distribuir o filme, a Disney também impediu sua subsidiária, a Miramax Films, de divulgar "Fahrenheit 9/11."
O presidente da Disney, Michael Eisner, alegou que o filme poderia ter impacto negativo na campanha do presidente à reeleição. "Fahrenheit 9/11 é um filme apropriado, mas não queremos tê-lo em meio a um processo político. Somos uma companhia apartidária", disse.
A Miramax, comprada pela Disney há 10 anos, foi um dos principais investidores do projeto de Moore há um ano.
A Disney tem um acordo contratual com os chefes da Miramax, Bob e Harvey Weinstein, que impede a empresa de divulgar determinados filmes. Porém, os executivos da Miramax argumentam que a proibição da Disney não está contemplada no contrato.
No último dia 12 a Miramax anunciou um acordo segundo o qual a Disney venderia o "Fahrenheit 911" aos Weinstein, que poderiam buscar um novo distribuidor não associado à Disney.
"Graças a vocês, os Estados Unidos não serão o único país a não ver este filme", ironizou Moore, ao receber a premiação em Cannes. "Há quem queira ocultar a verdade, mas o povo quer a verdade e é preciso tirar a verdade do armário", acrescentou.
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