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28/05/2004 - 03h55

Buscas simples revelam o imprescindível em "Histórias Mínimas"

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SYLVIA COLOMBO
Editora do Folhateen

De onde vem o impulso para iniciar uma viagem? Como a procura por algo aparentemente simples pode mudar uma existência? É o que o cineasta argentino Carlos Sorín tenta responder em "Histórias Mínimas".

Curiosamente, essas questões também movem outro filme recente, em parte rodado na mesma Argentina, "Diários de Motocicleta", de Walter Salles.

Mas, se o filme do brasileiro se embrenha na vida de um homem que se transformaria em Che Guevara, Sorín investiga as razões que levam vidas vazias, numa paisagem inóspita, a procurar algo que não sabem bem o que é e, nessa viagem, descobrirem a dramaticidade de suas existências.

De um povoado na Patagônia partem três personagens. Don Justo, 80, que quer caminhar 400 km em busca de seu cão; Roberto, comerciante que leva uma torta de aniversário para o filho de uma viúva; e María, 25, moça simples que viaja para buscar um prêmio de um programa de TV.

Esta, aliás, está em todo lugar. Há uma TV em cada sala, bar ou quarto de hotel, como para mostrar a inadequação do mundo lá fora dentro desse cenário estéril.

Se Roberto é o pícaro, María é uma espécie de Cinderela desafortunada, e Don Justo, o único que iniciará essa viagem já marcado pelo signo da tragédia.

O cruzamento das histórias é pouco importante do ponto de vista do enredo, reforçando que o que une os três personagens é o simples fato de, por uma motivação única e pessoal, terem se colocado em movimento.

Dialogando com a nova safra do cinema argentino, o filme de Sorín também oferece uma metáfora para a procura de respostas da sociedade argentina pós-2001. Aqui o retrato é o da busca de coisas simples que têm a capacidade de revelar o imprescindível. Retrato tão claro quanto desolador.

Avaliação:

Histórias Mínimas
Direção: Carlos Sorín
Produção: Argentina/Espanha, 2002
Com: Javier Lombardo e Javiera Bravo
Quando: a partir de hoje no HSBC Belas Artes
 

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