Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
30/05/2004 - 08h51

Globo tenta levantar carreira de "Fama"

Publicidade

CLÁUDIA CROITOR
da Folha de S. Paulo, no Rio

Pense rápido em cinco nomes de ex-participantes do "Big Brother Brasil" --não vale ser da última edição. Fácil? Agora tente se lembrar de cinco aspirantes a cantor que participaram do "Fama". É tarefa bem mais difícil...

Com uma audiência que pode ser considerada satisfatória para o horário (médias de 15 pontos no Ibope, nas tardes de sábado), mas com uma repercussão que passou longe da desejada pela emissora em suas duas primeiras edições, o "reality show" musical "Fama" volta ao ar na Globo no próximo sábado, com reformulações. O objetivo é tentar aproximar mais do público o programa e seus participantes, que tentam a carreira de cantores profissionais.

Com exceção de Vanessa Jackson, vencedora do primeiro "Fama" --que até hoje faz cerca de nove shows por mês-- e do cantor Thiaguinho, do "Fama Bis", hoje vocalista do Exaltasamba, praticamente todos os participantes das duas edições do programa voltaram para o anonimato.

"Não fomos muito procurados pela imprensa, não gravamos disco e quase todo mundo voltou a fazer o que fazia antes do programa", diz David Fantazzini, que retomou a carreira de cantor gospel --mas teve que esperar um ano para gravar seu CD evangélico, já que os participantes do programa tinham contrato de exclusividade com a gravadora BMG. "Isso me prejudicou, fiquei um ano preso e sem poder fechar com gravadoras que me procuraram."

Fabio Nestares, colega de programa de Fantazzini, também só conseguiu gravar seu primeiro CD, pela Universal, quase um ano e meio depois do fim do programa. Nesse tempo, gravou apenas uma música para a trilha da novela "Chocolate com Pimenta".

Pela BMG, os participantes de "Fama" gravaram CDs com as músicas que cantavam nos programas --os oito discos lançados pela gravadora venderam juntos pouco mais de 350 mil cópias. A Folha apurou que cada participante do programa ganhou cerca de R$ 1.300 pelas vendas.

Isso vai deixar de existir nesta terceira edição. "Porque impossibilita o artista de fechar contratos com outras gravadoras que estejam interessadas", afirma J.B. de Oliveira, o Boninho, responsável pela reformulação que "Fama" sofrerá em sua terceira edição.

Diretor das quatro bem-sucedidas edições de "Big Brother", ele levou toda a equipe do "reality show" para "Fama". Até a casa do "BBB" vai se transformar na "academia" onde os integrantes do programa passam a morar e ter aulas. "Não dá para comparar esta com as outras edições de "Fama". Evoluiu, é outro conceito; um programa diferente", diz.

A principal mudança vai ser um aumento significativo na participação do público: os telespectadores, e não mais um júri, vão dar notas e eliminar os participantes através de telefone e internet, tal qual acontece no "BBB".

"A opinião de jurados nem sempre combina com a do público, já que eles vêem aspectos mais técnicos, e os telespectadores votam baseados na emoção, na empatia com os concorrentes. Com o voto popular, o objetivo é criar uma identidade maior com o programa", diz Boninho.

É o que acontece, por exemplo, com o americano "American Idol", exibido no canal pago Sony. Apesar de recentemente ter tido seu sistema de votação questionado --milhões de votos estariam deixando de ser computados-, o programa criou uma verdadeira comoção nos EUA, e o canal já prepara sua quarta edição.

Cerca de 28 milhões de americanos paravam semanalmente para torcer pelos concorrentes a novo "ídolo americano", colocando o programa na lista dos mais vistos do país. Entre os participantes, houve até um deles indicado ao Grammy deste ano. No Brasil, "American Idol" é o programa mais assistido entre o público de 18 e 49 anos no seu horário.

O espanhol "Operación Triunfo", criação da produtora holandesa Endemol que deu origem ao "Fama", também foi bem-sucedido ao lançar seus participantes ao estrelato. O vencedor da primeira edição, David Bisbal, venceu o Grammy Latino em 2003 como artista revelação e seu CD teve 1 milhão de cópias vendidas.

A marca é semelhante à das vendas do primeiro CD do grupo Rouge, formado pelo "reality show" "Popstar", do SBT. Com índices de audiência não muito altos, o programa teve uma repercussão enorme e em sua segunda edição lançou a versão masculina, Br'Oz, que já ultrapassou os 320 mil discos vendidos --quase dez vezes o que vendeu o disco de Vanessa Jackson, do "Fama".

"É difícil dizer quem vai ou não prosperar na carreira", diz Mariozinho Rocha, produtor musical da Globo. "Mas vamos apostar mais nas características individuais de cada participante."
 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página