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31/05/2004
-
04h51
DIEGO ASSIS
da Folha de S.Paulo
Trinta anos após ter criado um valioso espaço para desenhistas nacionais criticarem a ditadura, o Salão Internacional de Humor de Piracicaba comemora o aniversário com exposição e lançamento de livro em São Paulo.
O evento, que abre hoje às 11h no Memorial da América Latina, reúne 30 cartazes e cerca de 50 trabalhos premiados, dos quais alguns originais, guardados pelo Centro Nacional de Documentação, Pesquisa e Divulgação de Humor de Piracicaba (CEDHU).
O livro, intitulado "Piracicaba 30 Anos de Humor", é uma edição bilíngüe com reproduções dos premiados e dos cartazes, a cada ano executados por um artista diferente. Nas primeiras páginas, inclui também fotos e depoimentos de personagens importantes na história do salão.
"Tivemos de remexer nesses trabalhos para fazer o catálogo. Tiramos as molduras e pudemos ter uma noção do estado dos originais. Estão todos superconservados, com exceção de um desenho, que se desintegrou e agora só existe virtualmente", afirma o cartunista e organizador da mostra e do livro, Paulo Caruso, 54.
Por tratar-se do mais antigo salão do gênero ainda em atividade no país --o segundo é o do Piauí, com 22 anos--, a retrospectiva revela não apenas a trajetória particular do evento, mas a dos principais artistas gráficos do país.
Foi ali, por exemplo, que muitos dos chargistas e cartunistas da Folha, como Laerte (74), Angeli (75) e Glauco (77), ganharam seus primeiros prêmios na carreira.
Apadrinhado em seus primórdios por um corpo de jurados que incluía Millôr Fernandes, Ziraldo, Zélio, Fortuna e Jaguar, o salão também ajudou a revelar nomes como os de Chico Caruso, Luiz Gê, Santiago e Lailson de Holanda, hoje presidente do Festival Internacional de Humor e Quadrinhos de Pernambuco.
"Um dos aspectos mais importantes do salão é a possibilidade de trazer os profissionais para debates e também para conhecer os que estão começando. Só fui conhecer o Millôr em Piracicaba. Até então, eu tentava entrar na redação do "Pasquim", no Rio, e a secretária deles não me deixava", lembra Caruso.
Por fim, o evento presta homenagem a Ziraldo, que, em 2001, havia sido presenteado com a reconstituição do afresco de 180 m2 realizado no Canecão (RJ), em 1967. Destruído em uma reforma, o mural foi recriado a partir de fotos tiradas pelo próprio artista, na época, e transferido para uma lona de dimensões semelhantes, num processo que Caruso chama de "arqueologia digital". "É a tecnologia recuperando as besteiras que a humanidade promoveu."
30 ANOS DO SALÃO DE HUMOR DE PIRACICABA. Exposição e lançamento do livro "Piracicaba 30 Anos de Humor" (Imprensa Oficial do Estado). Onde: Memorial da América Latina - pavilhão da Criatividade (av. Auro de Moura Andrade, 664, Barra Funda, SP, tel. 0/xx/ 11/3823-4684). Quando: abertura hoje, a partir das 11h; de ter. a dom., das 9h às 18h; até 11/7. Quanto: entrada franca. Veja a programação completa em www.memorial.org.br.
Memorial dá abrigo ao Salão Internacional de Humor de Piracicaba
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da Folha de S.Paulo
Trinta anos após ter criado um valioso espaço para desenhistas nacionais criticarem a ditadura, o Salão Internacional de Humor de Piracicaba comemora o aniversário com exposição e lançamento de livro em São Paulo.
O evento, que abre hoje às 11h no Memorial da América Latina, reúne 30 cartazes e cerca de 50 trabalhos premiados, dos quais alguns originais, guardados pelo Centro Nacional de Documentação, Pesquisa e Divulgação de Humor de Piracicaba (CEDHU).
O livro, intitulado "Piracicaba 30 Anos de Humor", é uma edição bilíngüe com reproduções dos premiados e dos cartazes, a cada ano executados por um artista diferente. Nas primeiras páginas, inclui também fotos e depoimentos de personagens importantes na história do salão.
"Tivemos de remexer nesses trabalhos para fazer o catálogo. Tiramos as molduras e pudemos ter uma noção do estado dos originais. Estão todos superconservados, com exceção de um desenho, que se desintegrou e agora só existe virtualmente", afirma o cartunista e organizador da mostra e do livro, Paulo Caruso, 54.
Por tratar-se do mais antigo salão do gênero ainda em atividade no país --o segundo é o do Piauí, com 22 anos--, a retrospectiva revela não apenas a trajetória particular do evento, mas a dos principais artistas gráficos do país.
Foi ali, por exemplo, que muitos dos chargistas e cartunistas da Folha, como Laerte (74), Angeli (75) e Glauco (77), ganharam seus primeiros prêmios na carreira.
Apadrinhado em seus primórdios por um corpo de jurados que incluía Millôr Fernandes, Ziraldo, Zélio, Fortuna e Jaguar, o salão também ajudou a revelar nomes como os de Chico Caruso, Luiz Gê, Santiago e Lailson de Holanda, hoje presidente do Festival Internacional de Humor e Quadrinhos de Pernambuco.
"Um dos aspectos mais importantes do salão é a possibilidade de trazer os profissionais para debates e também para conhecer os que estão começando. Só fui conhecer o Millôr em Piracicaba. Até então, eu tentava entrar na redação do "Pasquim", no Rio, e a secretária deles não me deixava", lembra Caruso.
Por fim, o evento presta homenagem a Ziraldo, que, em 2001, havia sido presenteado com a reconstituição do afresco de 180 m2 realizado no Canecão (RJ), em 1967. Destruído em uma reforma, o mural foi recriado a partir de fotos tiradas pelo próprio artista, na época, e transferido para uma lona de dimensões semelhantes, num processo que Caruso chama de "arqueologia digital". "É a tecnologia recuperando as besteiras que a humanidade promoveu."
30 ANOS DO SALÃO DE HUMOR DE PIRACICABA. Exposição e lançamento do livro "Piracicaba 30 Anos de Humor" (Imprensa Oficial do Estado). Onde: Memorial da América Latina - pavilhão da Criatividade (av. Auro de Moura Andrade, 664, Barra Funda, SP, tel. 0/xx/ 11/3823-4684). Quando: abertura hoje, a partir das 11h; de ter. a dom., das 9h às 18h; até 11/7. Quanto: entrada franca. Veja a programação completa em www.memorial.org.br.
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