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08/06/2004 - 09h27

Editores contestam patrocínio da Biblioteca Nacional à Flip

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LUIZ FERNANDO VIANNA
da Folha de S.Paulo, no Rio

A segunda edição da Flip (Festa Literária Internacional de Parati) só acontecerá em julho, mas já é palco de uma polêmica que envolve Pedro Corrêa do Lago. A Fundação Biblioteca Nacional será uma das patrocinadores do evento, com R$ 300 mil, e está convidando editores, agentes literários e jornalistas estrangeiros.

Tradicionalmente, a FBN financia o caminho inverso: leva brasileiros para feiras e salões internacionais do livro.

"Eram trens da alegria, estandes nababescos, e o retorno era muito pequeno", afirma Corrêa do Lago. "Trazendo um formador de opinião para ficar cinco dias em Parati, num evento sensacional, e mais dois no Rio, ele nunca mais vai se esquecer do Brasil."

A FBN levará para a Flip amostras traduzidas de livros nacionais nunca lançados em pelo menos uma de três línguas: inglês, francês e espanhol. Se uma editora estrangeira se interessar por um dos títulos, o tradutor escolhido receberá da FBN uma bolsa de US$ 3.000 (cerca de R$ 9.000).

Essa iniciativa é apoiada por editores ouvidos pela Folha. Mas o patrocínio revolta os que chamam a Flip de "uma festa da Companhia das Letras". Luiz Schwarcz, dono da editora, é um dos responsáveis pela Flip, e na primeira edição seus autores (e seus recursos) predominaram.

"Certas pessoas precisam moderar o ciúme", critica Corrêa do Lago. "E a Biblioteca só está patrocinando porque a festa ficou mais ecumênica, com autores de mais editoras", assegura.

A FBN estará presente na Feira de Frankfurt, em outubro, e na Bienal do Livro do Rio, em abril de 2005, mas com menos recursos. Isto não agrada ao Snel, responsável pela Bienal.

"Acho que nada deve ser feito em detrimento de outra coisa. Não se pode pôr todos os ovos numa cesta. Devemos somar, porque a Flip e a Bienal são eventos distintos", diz Paulo Rocco.

Outro ponto sensível é o desejo de Corrêa do Lago de ver a FBN editando cada vez mais livros, e não só em parcerias com editoras privadas. "A Biblioteca deve colaborar com a indústria editorial, e não concorrer com ela", diz o ex-presidente Eduardo Portella.

Corrêa do Lago não vê problemas em buscar recursos por meio da Lei Rouanet para editar obras como "Guerra do Paraguai - Memórias & Imagens" e "Vik Muniz - Obra Incompleta". "Se eu não fizesse esses livros, ninguém ia fazer. A Biblioteca deve tomar a iniciativa nas edições ligadas a seu acervo, e não ficar esperando propostas", defende.

Também ao contrário de Portella, que não se envolvia na captação de recursos privados ("Não sou um homem de negócios"), Corrêa do Lago liga freqüentemente para empresários. A revista "Nossa História", por exemplo, que tem vendido cerca de 50 mil exemplares nas bancas, existe graças a recursos do banqueiro Aloísio Faria (ex-Real, hoje banco Alfa).

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