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15/06/2004 - 05h33

Fórum Cultural Mundial faz corrida contra o tempo

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SILVANA ARANTES
da Folha de S.Paulo

Na contagem regressiva para o Fórum Cultural Mundial --que São Paulo sedia a partir do próximo dia 26 até 4 de julho--, as lacunas na programação desafiam os dias restantes.

O show programado para a abertura do evento, reunindo o músico e ministro da Cultura brasileiro, Gilberto Gil, e o cantor e compositor franco-espanhol Manu Chao, é uma das pendências.

A apresentação conjunta estava confirmada (na quinta passada) para o início da maratona, dia 26, em área livre do Anhembi, endereço-sede da espinha dorsal do fórum --a conferência global, que pretende reunir 8.000 pessoas para uma ampla discussão sobre indústria cultural.

Na sexta, a organização viu a luz amarela acender. A agenda de compromissos do ministro, segundo a assessoria de imprensa do fórum, talvez obrigue a um malabarismo na data.

Diversas outras atrações da mostra artística, que se espalhará por São Paulo paralelamente às discussões no Anhembi --ocupando sobretudo os endereços do Sesc, parceiro na realização do fórum--, também ainda carecem de definição quanto a horários e/ ou locais de apresentação, ou do valor dos ingressos.

Processo coletivo

Idealizador do Fórum Cultural Mundial, Ruy César Silva, que preside a ONG Via Magia, diz que é mesmo "difícil ficar quase tudo pronto, num processo coletivo de grande monta, com muitas organizações harmonizando interesses e demandas".

A proposta de Silva de realizar no Brasil uma discussão mundial sobre as principais questões relacionadas à produção e ao consumo da cultura foi encampada pelos governos municipal e estadual de São Paulo e também pelo governo federal.

É das instâncias governamentais que provém a maior parte dos recursos financeiros para a realização do fórum --R$ 10 milhões, se contadas suas edições regionais preparatórias, e R$ 7 milhões, se computado apenas o orçamento do grande encontro paulista.

Desse investimento, R$ 1,5 milhão foi obtido com benefício da Lei Rouanet, de renúncia fiscal, à qual Silva quis dar, propositalmente, um papel coadjuvante nos debates propostos e nas palestras de especialistas contratados.

"Como no Brasil reduziu-se muito a discussão [do financiamento da cultura] à questão das leis, fizemos o contrário. Nós excluímos esse tema da discussão, e foi muito proveitoso", diz.

Silva diz que o Fórum Cultural Mundial busca discutir alternativas ao fazer cultura a partir de um outro paradigma, distinto do das leis, "que se referem sempre a eventos curtos". O foco das discussões será "como possibilitar cooperação, ao contrário da competição surda, de quem chega primeiro, para conseguir um pedacinho da verba".

Revisão

Os superlativos objetivos do fórum (de reunir no Brasil teóricos e artistas de todos os continentes e nomes e números à altura de um orçamento entre R$ 20 milhões e R$ 30 milhões), divulgados no ano passado, sofreram revisão.

"A mostra asiática e do Oriente Médio ainda é pequena", observa Silva. O foco geopolítico acabou se deslocando, em conseqüência, para um imaginário eixo "Brasil, América Latina, África", como expressão "de uma tendência temática de promover o diálogo intercultural entre países da periferia", diz Silva.

Na vertente da dança, a mostra artística registra três companhias de origem africana: a senegalesa Germaine Acogny, a cabo-verdiana Raiz di Polon e a moçambicana Panaíbra Gabriel Culturarte.

Na música, o nigeriano Tony Allen divide o palco com a brasileira Sandra de Sá, e o angolano Bonga leva seu som ao encontro do samba do baiano Riachão.

Especial
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