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27/09/2000 - 04h22

Bena Lobo, filho de Edu, estréia na música

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da Folha de S.Paulo

Continua o ritual de passagem de cetro que vem tomando a MPB. Depois dos filhos de Elis Regina, Wilson Simonal e Jair Rodrigues, agora é a vez de Bena Lobo, 28, lançar-se em disco.

"Nada Virtual" é o trabalho de estréia do filho do compositor Edu Lobo, egresso da canção de protesto sessentista, e da cantora Wanda Sá, porta-voz da bossa nova na mesma época.

Pai e mãe participarão nesta quarta (27) do show único em que Bena _apelido de Bernardo_ apresenta "Nada Virtual" a São Paulo, no Tom Brasil. Além deles, aparece também Jane Duboc, que coordena a gravadora independente Jam Music, veiculadora do CD.

Inicialmente ator de teatro, Bena conta que a inclinação à música, consumada profissionalmente há sete anos, foi inevitável.

"Tinha medo de entrar na carreira musical por ser filho de quem sou. Eu dizia que já bastavam meu pai e meu avô (o também compositor Fernando Lobo). Em um intervalo meu no teatro, meu pai me fisgou para uma turnê que ia fazer no Nordeste. Fui como roadie e aí vi que não podia negar que aquilo era a minha vida", lembra.

Tender a copiar os pais ou, por outro viés, a negá-los por conflito de geração são possibilidades que o angustiam? "Já me causou angústia, 'não posso desafinar', 'tenho de cantar legal'. Mas hoje não penso mais nisso, não ligo."

Ele fala dos sete anos de estrada até aqui: "Fiz muito show e fui compondo bastante antes de gravar. Devagar, fui amadurecendo, me aproximando de onde eu queria chegar".

A demora foi lucrativa, diz: "A MPB já foi feita por Edu, Chico Buarque, Djavan, João Bosco..., como eu iria fazer algo com a minha cara, mesmo sendo parecido com o que eles fazem? Acho que o disco chegou a um resultado sonoro em que se vai sentir a influência deles, mas com uma cara que é minha, com um tratamento moderno de arranjos. Há dois anos, talvez eu não pudesse dizer isso".

Bena afirma que a polarização do final dos anos 60, entre os tropicalistas e os que não eram _Chico e Edu à frente_, não encontra ecos em seu trabalho. "Acho que sou dos dois lados. Hoje há muita mistura, meu disco tem samba, baião, reggae, xote, afoxé... Acho que sou do meio."

Avalia em comparação a si próprio os modos mais reclusos e menos marqueteiros de seu pai (e da mãe, também).

"Tenho mais temperamento de palco, de show. Claro que quero sucesso, e acho que meu pai queria também. Hoje em dia a gente tem de cuidar de tudo, não basta fazer boa música. Tem de cuidar da imagem, do marketing de carreira. Mas a música é o mais importante."

Ele fala, enfim, da vantagem que ser "filho" traz em relação aos "filhos de ninguém" (seu disco conta com um elenco de convidados que inclui Edu, Chico e Milton Nascimento, que outro iniciante dificilmente poderia reunir).

"Isso me incomodou algumas vezes. Pensei: 'Será que gravaram comigo só porque sou filho do Edu?'. Mas não é verdade. Não os chamei para ganhar mais força para o disco. Era natural, eles são meus amigos, Milton é amigo de contar tudo. Só sou músico por causa deles, por que ia evitá-los?"
(PEDRO ALEXANDRE SANCHES)

Show: Bena Lobo
Onde: Tom Brasil (r. das Olimpíadas, 66, Vila Olímpia, tel. 0/xx/11/3845-2326)
Quando: nesta quarta, às 21h30
Quanto: de R$ 15 a R$ 30

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