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21/06/2004 - 09h11

Iniciativa de empresário leva MPB de volta ao Auditório Elis Regina

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PEDRO ALEXANDRE SANCHES
da Folha de S.Paulo

Reinaugurado há dois anos, o Auditório Elis Regina, em São Paulo, só agora faz a reestréia oficial de uma programação efetivamente cultural.

O instrumentista Yamandú Costa dará partida à nova fase num show fechado para convidados, hoje à noite.

Administrado pela empresa municipal de turismo Anhembi Turismo e Eventos, o Elis Regina se situa no complexo do Anhembi, que no passado abrigou shows de emblemas da MPB (Roberto Carlos, Doces Bárbaros e Elis Regina) e do jazz internacional (como Sarah Vaughan, Ray Charles e Miles Davis).

Há mais ou menos 20 anos, o complexo só vinha sendo usado para feiras, convenções, formaturas etc. O foco muda com a chegada do empresário musical Paulo Amorim, dono das casas de espetáculos Tom Brasil.

"Fizemos um chamamento público para a ocupação, os únicos que se interessaram entraram e compraram 26 datas até dezembro de 2004", explica o presidente da Anhembi, Celso Marcondes.

O Tom Brasil arcará com a direção artística e os custos, e a empresa municipal ficará com 16% dos valores arrecadados com bilheteria, ou R$ 1.650, em casos de público insuficiente ou cancelamento (o ingresso deve custar em torno de R$ 30).

O objetivo, segundo Marcondes, é "recuperar a vocação musical do Anhembi, que nas últimas décadas estava sucateado, abandonado".

Para o público, o auditório entrará em funcionamento apenas em 3 de agosto. Não há uma programação fechada, mas Amorim negocia começar com a cantora Angela Ro Ro.

"Evidentemente num teatro de 850 lugares não vou conseguir atrair nenhum "megastar" de grandes cachês. A idéia é que o artista médio seja atendido com dignidade", define Amorim. "Também não pode ser um trampolim para quem seja totalmente desconhecido."

Ele passa a expor seus planos, de artistas que julga caberem nessa definição: Ivan Lins, Hermeto Pascoal, Nando Reis, Arnaldo Antunes, Ednardo, Guinga, Chico César, Sandra de Sá, Moska, Leila Pinheiro, Banda Black Rio, Mundo Livre S/A, Cordel do Fogo Encantado, Banda Mantiqueira...

Diz pensar em fazer a segunda temporada com Flávio Venturini e Jane Duboc. A cantora é sua mulher, mas ele afirma que não haveria nepotismo no uso do espaço público pela família. "Jane vai quebrar meu galho se eu não tiver conseguido contratar ninguém a tempo. Mas isso é bobagem, ela vai ganhar um cachê pequeno como todo mundo."

Complexo musical

O projeto de devolver o Anhembi à música não se restringe ao Auditório Elis Regina. Celso Marcondes promete abrir também para a programação cultural o Auditório Economista Celso Furtado, de 2.800 lugares, recém-reformado para abrigar as reuniões da Unctad (Conferência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento).

Em setembro, deve se somar ao complexo (que também já conta com hotel e restaurantes) a Arena Skol Anhembi, com capacidade de até 37,5 mil pessoas de pé.

Celso Marcondes explica a intenção: "O que quero fazer é segurar por mais tempo em São Paulo os turistas de negócios, que vêm para eventos durante a semana e em geral vão embora na quinta ou na sexta-feira, diminuindo a ocupação dos hotéis da cidade no fim de semana".

Por esse prisma, Marcondes sonha também com os turistas estrangeiros --como os que estiveram em São Paulo agora pela Unctad. "Penso em shows fixos de escolas de samba, para valorizar mais o samba e o Carnaval paulistano."

Paulo Amorim, que se diz interessado em criar uma programação eclética que privilegie também a música instrumental, fala sobre a vocação de shows de samba para turistas: "Podemos fazer isso perto do Carnaval, mas colocar shows assim em teatro acústico com poltroninhas é complicado. Mas há muita coisa no ramo de samba que podemos trazer". Ele cita como exemplos Elza Soares, Beth Carvalho, Quinteto em Branco e Preto, Dudu Nobre.

Especial
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