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27/09/2000 - 04h33

Filarmônica de Dresden toca repertório tradicional no Brasil

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JOÃO BATISTA NATALI, da Folha de S.Paulo

A Orquestra Filarmônica de Dresden fará nesta quarta (27) seu único concerto paulistano, na temporada do Cultura Artística. É um dos grandes conjuntos no rico panorama sinfônico alemão.

Fundado em 1870, e dividindo com a Staatskapelle a excelência da produção musical em Dresden, ele há oito anos se apresentou pela primeira vez no Brasil.

Traz agora um programa com Weber (abertura "Der Freischutz"), Beethoven ("Concerto para Piano e Orquestra nº 1") e Schumann ("Sinfonia nº 4"). Terá como solista Camillo Radicke e a regência de Gerd Albrecht.

Albrecht, 65, disse à Folha que os músicos alemães estão hoje mais abertos ao repertório contemporâneo que há 30 ou 40 anos. Aqui estão os principais trechos de sua entrevista.

Folha - Por que um programa tão tradicional em São Paulo?
Gerd Albrecht -
Em verdade, a opção pelo repertório partiu de nossos anfitriões. Na Argentina, temos programados compositores alemães contemporâneos.

Folha - O sr. tem boa parte de sua carreira como regente de ópera. Que diferencial isso lhe dá?
Albrecht -
Isso me dá uma percepção mais nítida da diferença entre trechos com ênfase lírica e trechos com ênfase dramática na mesma partitura sinfônica. A abertura "Der Freischutz", por exemplo, é para mim indissociável do enredo da ópera. Não a vejo como uma peça de concerto.

Folha - Qual a diferença fundamental entre a produção musical na Alemanha de hoje e o que se fazia há 30 ou 40 anos?
Albrecht -
Creio que há hoje uma abertura bem maior para o repertório contemporâneo. Quando iniciei minha carreira, os músicos alemães eram muito conservadores e resistiam em sair da linguagem romântica.

Folha - Mesmo assim, o público alemão continua a ser reputado conservador.
Albrecht -
De certa forma, todos os públicos o são: em meu país, nos Estados Unidos, no Brasil. Há ainda um trabalho didático muito intenso a ser feito.

Folha - É mais difícil abandonar esse conservadorismo nos Estados Unidos? Haveria uma abertura maior na Europa?
Albrecht -
Sem dúvida alguma. As orquestras européias são subsidiadas pelo poder público. Têm por isso uma liberdade de repertório maior.

Concerto: Orquestra Filarmônica de Dresden, reg. Gerd Albrecht Onde: Sala São Paulo (pça. Júlio Prestes, s/nº, tel. 3337-5414) Quando: nesta quarta, às 21h
Quanto: de R$ 60 a R$ 180 (R$ 10 para estudantes até 30 anos)

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