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27/06/2004 - 08h01

Livro relembra trajetória de "atores de um filme só"

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IVAN PADILLA
Free-lance para a Folha de S.Paulo, em Barcelona

Você sabia que Margot Kidder, a namorada do Super-Homem, foi encontrada perambulando pelas ruas de Los Angeles, com a roupa rasgada e o cabelo cortado a navalha, num ataque histérico? Que Mark Hamill, o legendário Luke Skywalker, virou dublador de personagens de desenhos animados e de jogos de computador? E que Chuck Norris anuncia tábuas para fazer exercícios abdominais em anúncios na televisão?

Essas e outras trajetórias efêmeras são narradas no livro "Desaparecidos em Combate - Onde Estão as Estrelas do Novo Hollywood?", do jornalista espanhol Miguel Ángel Prieto, 33, lançado em maio. "A idéia surgiu em conversas de mesa de bar com amigos. De tanto falar sobre filmes e séries antigos, surgiu a curiosidade de saber o destino desses atores", contou à Folha, de Madri.

De acordo com Prieto, a obra foi concebida para os leitores que nasceram entre o maio francês de 68 e a primeira crise do petróleo, em 73. A atual geração de trintões vibrou com os primeiros grandes filmes de efeitos especiais, como "Guerra nas Estrelas" e "E.T.". Acompanhou séries clássicas, como "As Panteras", e se emocionou com comédias românticas, como "Clube dos Cinco" e "A Garota de Rosa-Choque".

De uma lista inicial de mais de 300 nomes, Prieto selecionou 118 atores. Uma vez definidos os personagens, o autor iniciou uma minuciosa pesquisa na internet e em enciclopédias de cinema. O resultado é um apanhado de histórias de fracassos. Algumas, como a da eterna Lois Lane do homem de aço, são trágicas. A maioria, no entanto, retrata apenas a decadência de quem não soube aproveitar os momentos de glória.

Mickey Rourke, o tipo durão de "O Selvagem da Motocicleta", caiu no ostracismo depois de cirurgias malfeitas, declarações contra o mercantilismo de Hollywood e elogios públicos ao grupo terrorista IRA. Entre 1991 e 1995, tentou a carreira de boxeador. Em 1999, abandonou a gravação do filme "Luck of the Draw" porque os produtores não quiseram incluir seu cachorro chihuahua nas cenas. Nos últimos tempos, participou de clipe de Enrique Iglesias.

Kelly LeBrock arrebatou corações na comédia "A Dama de Vermelho" (84). Na seqüência, participou de filmes menores e teve três filhos com Steven Seagal. Após uma separação tumultuada, virou freqüentadora de "talk shows", nos quais fala sobre a nova mania, a medicina alternativa.

A série "Magnum" durou oito anos e transformou Tom Selleck numa celebridade. A decadência teve início quando a rede CBS o impediu de interpretar Indiana Jones. Em meio a projetos fracassados, obteve algum êxito com "Três Solteirões e um Bebê". Tornou-se porta-voz oficial do conservadorismo americano em Hollywood e é apontado como o sucessor de Charlton Heston na Associação Nacional do Rifle.

Cybill Shepherd nunca mais saboreou a fama alcançada no seriado "A Gata e o Rato". Depois de atuar em seguidos fracassos de bilheteria, protagonizou "Cybill", seriado em que se autoparodiava no papel de uma atriz quarentona. Em 2000, começou a apresentar um "talk show", mas foi substituída. E tem carreira de cantora.

Por que esses atores nunca mais alcançaram o sucesso de outrora? "A explicação está na velha máxima de Hollywood, que diz que um ator vale pelo seu último filme. Alguns atores não souberam escolher bem o próximo papel, não conseguiram absorver o fracasso e continuaram vivendo no castelo mágico da ilusão", afirma Prieto.

"Apesar dos fracassos narrados, o livro é uma homenagem aos atores, que, ainda que não viraram mitos do cinema, marcaram uma geração", afirma Prieto.

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