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28/06/2004 - 07h23

Estagiário "vicia" em game sanguinário

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DANIEL CASTRO
Enviado especial a Brasília

A classificação indicativa é feita no Ministério da Justiça por seis classificadores titulares e seis estagiários. Os estagiários têm entre 18 e 24 anos. Após dois anos na função, podem virar titulares --os atuais têm entre 26 e 68 anos.

Os titulares são formados em direito, pedagogia ou administração. Dois deles não têm curso superior completo.

Eles trabalham em uma área de acesso restrito no Ministério da Justiça, em Brasília. Vêem TV ou cinema o dia inteiro. Trabalham em duplas, sempre um estagiário e um titular. Em alguns casos, um mesmo filme é visto por até seis pessoas para ser classificado. Produzem relatórios em que apontam as características do filme ou programa de TV e sugerem a classificação etária.

Anualmente, são classificados cerca de 3.000 títulos. Além dessa atividade, os classificadores também monitoram a programação das redes de TV.

Desde 2001, o Ministério da Justiça classifica também jogos para microcomputador e videogame. Foi nessa época que Edson Oliveira e Silva Jr., 39, entrou no departamento de classificação, por ter habilidade com games. Ele diz que só veio a jogar videogame com freqüência quando já era adulto. "A gente vai mexendo e aprendendo a jogar", afirma.

Silva Jr. conta com a ajuda do estagiário Bernardo Rodrigues Portela, 18, o mais jovem da equipe, um devorador de games desde os 8 anos.

Portela está "viciado" em um jogo que classificou recentemente como impróprio para menores de 18 anos, o "Postal 2", por ser extremamente violento. Levou uma semana para "zerar" (descobrir todos os recursos e etapas) o jogo. "Acho relaxante", disse na última quinta-feira, enquanto estraçalhava "inimigos" com uma metralhadora virtual.

Atualmente, são classificados cinco games por mês.

O departamento de classificação é chefiado desde fevereiro pelo advogado e professor de direito José Eduardo Elias Romão, pai de um menino de seis meses. Ele quase não vê televisão, porque dá aulas à noite.

Mais liberal que seu antecessor (que deixou o cargo após classificar cinco telejornais policiais para as 21h), Romão afirma que programas sensacionalistas "têm de ser execrados do horário livre [até as 20h]". O diretor de classificação também vê exageros, principalmente erotismo, nas telenovelas da Globo. "Cada vez o apelo é maior", afirma.

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