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28/06/2004 - 00h12

Manu Chao e Gil abrem Fórum com apresentações-relâmpago

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JANAINA FIDALGO
da Folha Online

Em um show preparado especialmente para o Fórum Cultural Mundial e ensaiado dois dias antes no Rio de Janeiro, o cantor franco-espanhol Manu Chao mostrou domingo à noite, no parque Ibirapuera, sucessos de seu primeiro CD, "Clandestino" (1998), e composições inéditas gravadas com sua banda Radio Bemba.

Com uma hora de atraso e tempo reduzido, a apresentação de Manu Chao levou à praça da Paz cerca de 10 mil pessoas, de acordo com a Polícia Militar, e 60 mil, segundo os organizadores do evento.

Acompanhado por David Bourguignon (bateria), Gambeat (baixo), Garbance (percussão), Madjid Fahem (guitarra) e Philippe Teboul (teclado), o ex-líder do grupo de rock francês Mano Negra empolgou o público com as conhecidas "Clandestino", "Desaparecido", "Minha Galera" e "La Despedida".

Um dos bons momentos da apresentação foi o solo de guitarra de Madjid Fahem no final da canção "Desaparecido".

Às 20h30, Chao e o cantor e compositor Gilberto Gil cantaram juntos "Them Belly Full (But We Hungry)", música de Bob Marley gravada por Gil em "Kaya N'Gan Daya" (2003).

Enquanto o palco era preparado para sua banda entrar, Gil justificou a curta duração do show de Manu Chao. "Ele preparou um show de uma hora e meia, mas como tudo atrasou, tiveram de tocar menos. O parque [Ibirapuera] tem de fechar às 21h. É a lei", disse.

Na seqüência, mesmo sem seus músicos a postos, Gil cantou "Three Little Birds", outra de Bob Marley, acompanhado em coro pelo público. Ao tocar "Xodó", foi surpreendido por um bolo de aniversário. No final da canção, explicou o motivo da homenagem: "Fiz 62 anos ontem [sábado]. Vamos cantar parabéns para mim? Estou chegando à idade adulta."

Junto de Arthur Maia (baixista), Claudio Andrade (tecladista), Jorge Gomes (baterista) e Sergio Chiavazolli (guitarrista), Gilberto Gil cantou ainda "Vamos Fugir", "A Novidade" e "Palco".

A previsão inicial da organização do Fórum Cultural Mundial era que Manu Chao voltasse ao palco para tocar três músicas com Gil, o que não aconteceu. Chamado pelo brasileiro, Chao fez uma aparição/participação tímida em "Alagados", última música do show, encerrado às 21h05 e sem bis.

Atraso e protesto

O show de abertura do Fórum, previsto para ter início às 16h com a apresentação do Bate Lata, começou quase duas horas depois e sem a participação do grupo. De acordo com os organizadores do evento, o atraso ocorreu em razão de problemas técnicos na montagem do palco e da demora na passagem de som.

Quem abriu a apresentação foi o músico Edvaldo Santana, seguido por Valnei Aine, Toma Sidibé, Rossi (Pavilhão 9), Paula Lima, Rappin' Hood e B Negão (Planet Hemp) e Marcelo Yuka (ex-baterista do grupo O Rappa).

Yuka aproveitou o espaço para fazer uma crítica ao sistema judiciário brasileiro e a alguns políticos. Acompanhado de uma banda, leu uma carta-manifesto na qual mencionava a decisão da Justiça sobre a morte do índio pataxó Galdino dos Santos --queimado vivo por cinco jovens de classe média de Brasília, em 1997, quando dormia em um ponto de ônibus.

"Isso me faz pensar na questão da Justiça. Quem tem dinheiro, paga e pode ficar livre. Isso não é direito. Isso não é justo", disse.

O ex-integrante de O Rappa pediu para que o público fosse iluminado e erguesse os braços com os punhos cerrados, como uma maneira de protesto contra as injustiças ocorridas no Brasil.

Cercado pelos músicos que já tinham se apresentado, Yuka relembrou a chacina em Vigário Geral e as mortes ocorridas na rebelião na Casa de Custódia de Benfica --neste momento, chamou de "desgraçada" a governadora do Rio de Janeiro, Rosinha Garotinho.

Yuka lembrou também da morte do rapper Sabotage e xingou o candidato à prefeitura de São Paulo Paulo Maluf. "Ninguém aqui é otário", concluiu.

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