Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
30/06/2004 - 22h24

1º dia: Teatro da Vertigem parte rumo a uma cartografia do Brasil

Publicidade

IVAN DELMANTO
especial para a Folha Online

Às 20h30, 18 integrantes do Teatro da Vertigem partiram de São Paulo para uma aventura pelo interior do Brasil. O grupo fará, sob a coordenação do dramaturgo Bernardo Carvalho e do diretor Antônio Araújo, uma pesquisa de campo sobre o interior do Brasil. Na bagagem, muita curiosidade sobre o que encontrar. O primeiro de uma série de textos que serão publicados com exclusividade pela Folha Online apresenta a proposta do Teatro da Vertigem:

Quarta-feira, 30/06/04, partida: A cartografia da vertigem

Há uma lenda antiga que trata da infinita aventura a que acometem muitos peregrinos em busca do remoto pássaro do amanhecer, o Simurg: superam sete vales ou mares; o nome do penúltimo, Aniquilação, o nome do último, Vertigem.

Simurg quer dizer "30 pássaros", e no Simurg estão os 30 pássaros. Em cada pássaro, o Simurg (também já nos disse Plotino: "Tudo, no céu, está em todas as partes. Qualquer coisa é todas as coisas. O Sol é todas as estrelas, e cada estrela é todas as estrelas, e cada estrela é todas as estrelas e o Sol").

Estes olhares, múltiplos, mas unos em suas contradições, são os pedaços, como pequenas penas coloridas, das asas de vôo livre que compõem a nova pesquisa do Teatro da Vertigem.

Não se trata apenas de percorrer três localidades do país, Brasilândia, Brasília e Brasiléia, já que um único traçado, rumo aos desconheceres do país, não basta: é preciso cobrir a expedição com as asas de muitos olhos do pássaro da Vertigem.

Olhos em revoada. Buscar, nas cidades em que passaremos, suas distâncias e semelhanças, suas cesuras e seus movimentos, suas histórias e imagens, seus tempos, seus olhares a se encontrarem com os olhos da Vertigem.

Para poder traçar na volta um mapa destes Brasis com uma legenda: os pontos azuis, designando as ruas e lembranças onde habitamos. Triângulos marrons, os túmulos e as estradas em que nos transformamos ao passar.

E linhas pretas redesenhariam os caminhos que percorremos conversando e ouvindo fábulas e canções. E flechas de todas as cores apontariam os lugares nos arredores de nós mesmos, agora erguidos. E muitos quadrados vermelhos marcariam os aposentos onde vivemos a imaginação da mais baixa espécie ou a imaginação mais abrigada do vento.

Ivan Delmanto é pesquisador e coordenador teórico e de dramaturgismo do projeto Vertigem BR3, do Teatro da Vertigem. Escreve periodicamente um "Diário de Viagem" para a Folha Online, narrando a experiência do grupo pelo interior do Brasil

Especial
  • Saiba tudo sobre o diário de viagem do Teatro da Vertigem
  • Arquivo: saiba o que já foi publicado sobre o Teatro da Vertigem
  •  

    Publicidade

    Publicidade

    Publicidade


    Voltar ao topo da página