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01/07/2004 - 19h34

Banda sergipana Naurêa canta o plágio e emplaca sucessos no Nordeste

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KADYDJA ALBUQUERQUE
free-lance para a Folha Online, de Aracaju

A história de luta por reconhecimento dos seis integrantes da banda sergipana Naurêa não é diferente de centenas de outros grupos brasileiros pelos Estados afora. Começaram, como muitos, de improviso e do show feito às pressas, sem muita técnica, por um simples desejo de fazer algo diferente, em 2001.

Este "algo diferente" é que destaca a banda de muitas outras nascidas em garagens. Naurêa não é grupo de rock, samba, forró ou música eletrônica. É tudo junto, mesclado com a irreverência de quem anuncia a inspiração em cada faixa do seu primeiro CD: "Circular Cidade ou Estudando o Plágio".

"A nossa diferença é que citamos o plágio e a maioria das bandas não faz isso", diz Alex Sant'anna, um dos vocalistas.

O disco de estréia da Naurêa (um "neologismo meio que nordestino matuto" para a expressão "na orelha") foi lançado em dezembro do ano passado, sem gravadora nem selo de patrocínio. Cada integrante "se endividou como pôde" e o resultado foi um material bem trabalhado, mais uma vez, "diferente" de muitos "primeiros compact discs".

Em cada faixa de "Circular Cidade ou Estudando o plágio", a banda anuncia a sua inspiração. Tem plágio de tudo: de Alceu Valença, Waldick Soriano, Caetano Veloso, Shakespeare, Dalton Trevisan, The Smiths, adágios populares ou, simplesmente, o "clima de gafieira" de uma canção de Jackson do Pandeiro.

Entretanto, a inspiração maior para a criação do CD veio de Tom Zé, um dos preferidos da banda. Em seu disco "Com Defeito de Fabricação", o cantor anuncia o fim do compositor e o início da era do plágio-combinador ("A Estética do Plágio"). "Ele diz que tudo já foi feito na música e que agora é reinventar", diz o vocalista Alex.

E foi reinventando que o Naurêa conquistou os jovens sergipanos e se prepara para a recepção do público no Nordeste. A banda já tocou em Salvador, Recife e Maceió e entra julho com uma agenda de shows em Garanhuns (Festival de Inverno), no dia 12, e em Fortaleza (Encontro Nacional de Comunicação e Feira de Música do Ceará), dias 14 e 17.

"O nosso melhor show foi o que fizemos agora no Forró Caju", diz o vocalista. A banda tocou na mesma noite que o Cordel do Fogo Encantado e diferenciou a programação do evento.

"Ficamos preocupados em tocar depois de Cordel, mas um dos integrantes da banda nos acalmou quando disse: 'rapaz, a gente tá tocando em casa'".

Apesar dos CDs da banda já estarem disponíveis em lojas de Brasília e no Rio de Janeiro, o Naurêa ainda não recebeu convites para tocar no Sul. Alex Sant'anna acredita que o público seja tão receptivo quanto o nordestino, e vão mais longe ao dizer que a Europa também é um grande mercado. Na Argentina, pelo menos, Naurêa já trabalha seu espaço: uma rádio em Buenos Aires está tocando as músicas do seu primeiro CD.

"A gente tem muita coisa para mostrar no exterior. O samba ganha toda fama lá fora e o forró, que é tão rico também, fica um pouco injustiçado", afirma Alex. O segundo CD dos rapazes, mesmo que independente e sem previsão para lançamento, vai receber o nome da melhor definição da banda, dada de presente por um forrozeiro de pé-de-serra: "Forró pra lá de Internet".

O Naurêa é formado por Abraão Gonzaga (guitarras e vocais), Alex Sant'anna (triângulos, voz e vocais), Aragão (cavaquinhos, caixas, voz e vocais), Leo (sanfonas, voz e vocais), Márcio de Dona Litinha (zabumbas, voz e vocais) e Patrick Tor4 (bumbos, ganzás, tambores, pandeiros e vocais).

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