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Guilherme Fontes sofre com projeto inacabado de filme
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SÉRGIO RIPARDO
Editor de Ilustrada da Folha Online
No final dos anos 80, a Globo tentou transformar o ator Guilherme Fontes em galã. A emissora precisava de novos rostos jovens, em um processo de renovação de seu elenco masculino. Nessa época, um dos galãs das novelas era Lauro Corona, que morreu em 1989, vítima da Aids.
O cinema ajudou a bombar a carreira de Fontes, que fez os filmes "Um trem para as estrelas" (87), de Cacá Diegues, e "Dedé Mamata" (1988). Em "Bebê a Bordo" (88-89), novela das sete, o loiro dos olhos claros arrancou suspiros das mocinhas no papel do sedutor Rei. Ele e e Rico (Guilherme Leme) "levavam uns coelhos" (gíria popular na época) com as meninas.
Com o sucesso na Globo, Fontes se cacifou como diretor e atraiu verba para fazer um filme sobre Assis Chateaubriand, magnata das comunicações. Mas o governo suspeitou de desvio de verba, e a filmagem de 'Chatô, o Rei do Brasil' foi suspensa em 1995. O TCU (Tribunal de Contas da União) já concluiu pela inocência de Fontes nesse caso.
Neste ano, ele voltou a fazer novela da Globo no papel de um vigarista em 'Bang Bang' (2005-2006), mas a trama foi um fiasco de ibope. Apontado por críticos como ator talentoso, Fontes ainda desperta interesse na mídia, mas ele terá de superar logo o estigma de diretor que não concluiu um filme. Neste ano, o TCU multou o ator por causa do projeto "500 Anos de História do Brasil".
No IMDb, maior arquivo mundial da indústria do entretenimento disponível para consulta no mundo inteiro e usado principalmente por jornalistas e executivos do show business, o verbete de Fontes traz a seguinte mensagem: "Fontes é investigado pelo Congresso brasileiro devido à suspeita de malversação de dinheiro público no seu filme 'Chatô, o Rei do Brasil', que está em produção desde 1996".
Sobre o escândalo de "Chatô", Fontes já declarou que o mundo do cinema nacional é um "cartelzinho". Ele alegou que a suspensão das filmagens levou sua empresa à falência. "Todas as dificuldades que vivo hoje são oriundas das difamações."
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