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09/07/2004 - 07h15

Mauricio de Sousa se rende à tecnologia digital

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DIEGO ASSIS
da Folha de S.Paulo

Enquanto a Disney fala em fechar as portas de seus estúdios de animação, meio que jogando a toalha diante do sucesso avassalador de novos estúdios, como Pixar e DreamWorks, aqui no Brasil, o futuro da animação aponta para um caminho contrário: a volta de Mauricio de Sousa.

Afastado das telas de cinema e da produção de longas-metragens desde meados da década de 80, Sousa consegue lançar finalmente hoje "Cine Gibi", seu tão prometido quanto adiado novo filme com os personagens da Turma da Mônica.

O roteiro é simples. Franjinha, o prodígio cientista da turma, inventa uma máquina de transformar gibis em filmes e convoca todos os amigos, incluídos aí Mônica, Cebolinha, Cascão e Magali, para uma sessão pública.

Entre um filme e outro, com duração de sete precisos minutos, os "meninos" especulam sobre o tempo, a vontade de ir ao banheiro e o ronco da barriga da Magali.

Metade adaptação das histórias em quadrinhos já publicadas nas revistinhas da editora Globo, metade criação de Mauricio e sua equipe, que, na falta de assunto, mas com a intenção de agradar até as crianças menores, chega a lançar mão do velho truque de teatro de sombras.

Apegar-se às tradições, no entanto, talvez pudesse ter salvado o filme de Sousa de uma por vezes constrangedora rendição às possibilidades da tecnologia digital --e do marketing dirigido. É que, entre uma miniaventura e outra, os personagens do desenho animado contracenam com estrelas do universo pop "infanteen", de Luciano Huck e Wanessa Camargo a Fernanda Lima e o próprio Mauricio de Sousa.

Pensado e criado para poder substituir os atores reais por seus similares em outras praças do mundo, para onde o autor e empresário pretende exportar "Cine Gibi", o recurso deixa a desejar, dando a hoje ultrapassada impressão de que os atores estão falando com um fundo azul.

Precisava? Talvez, se considerarmos que, mais que um longa tradicional, com começo, meio e fim, "Cine Gibi" pode ser visto também como um piloto de programa diário de televisão, formato para o qual Sousa ensaia há tempos: desenhos curtos e repletos de ação, intercalados por aparições de carinhas conhecidas que, num mundo dominado por pokémons e digimons, ajudam a puxar as novíssimas gerações para o divertido e atemporal mundo do "bailo" (bairro na versão de Cebolinha).

Avaliação:

Cine Gibi - O Filme
Direção:
José Márcio Nicolosi
Produção: Brasil, 2004
Quando: a partir de hoje nos cines Anália Franco, Kinoplex Itaim e circuito
Especial
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