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21/07/2004
-
07h54
EDSON FRANCO
free-lance para a Folha
Com a receita sonora que apresenta hoje, o trio nova-iorquino Soulive resgata o aspecto dançante do jazz e desenha um futuro possível para o estilo. É música cheia de suingue e improvisação, como tem de ser. Mas manda sinais simultâneos para neurônios e cintura.
Em vez de elementos do ragtime e do dixieland, o jazz do grupo incorpora rock, hip hop, soul e rhythm and blues. Os ingredientes mais contemporâneos fazem com que o Soulive acumule adoradores que ainda duelam com as espinhas.
"Nossa meta é fazer um som moderno e trazer de volta um tempo em que as pessoas dançavam embaladas pelo jazz. Esperamos não afastar os velhos admiradores do estilo, mas temos reunido muitos jovens. Torço para que, a partir dos nossos shows, eles passem a se interessar pela música de gente como Grant Green [guitarrista; 1931-1979]", diz Eric Krasno, 28, guitarrista da banda.
E o próprio passado musical do moço ajuda a explicar a alquimia sonora do Soulive. Ele lembra que começou a se interessar pela guitarra ao ouvir o jazz melodioso e encorpado de Wes Montgomery (1925-1968).
"Logo depois, fiquei encantado por gente mais próxima do rock e do blues, com Jimi Hendrix e Stevie Ray Vaughan. Aí, chegou uma fase mais dançante, em que passei a curtir a fusão que Herbie Hancock fazia com o grupo Headhunters nos anos 70. Além disso, há James Brown e Earth Wind & Fire."
Com essa bagagem inicial, Krasno montou seu primeiro grupo, o Lettuce, que continua espalhando seu som por aí. Em um show no início dos anos 90, o guitarrista viu pela primeira vez os irmãos Neal (teclados) e Alan (bateria) Evans, com quem montaria o Soulive.
Decidida a criação e a estética da banda, veio a primeira dificuldade: como fazer um som funkeado sem um baixista? "No começo, eu até tocava o instrumento, mas, ao notar a habilidade de Neal para fazer as linhas de baixo com os pés, notamos que o groove do Soulive estava garantido."
No mundo do jazz, a apresentação de um grupo para uma platéia inédita geralmente começa pelas premiações. Mas o Soulive não é medido dessa maneira pela simples razão de ser uma confraria que se completa e mostra todo o seu potencial quando está num palco.
E isso só chegou ao disco no quinto CD da banda, "Soulive", lançado no ano passado e que compila canções extraídas de várias apresentações.
A banda deve lançar um novo CD de estúdio no mês que vem. Segundo Krasno, ele trará a sonoridade da banda somada a canções com vocais e os metais que vêm ao Brasil.
SOULIVE
Quando: hoje, às 22h30
Onde: Bourbon Street Music Club (r. dos Chanés, 127, Moema, tel. 5095-6100)
Quanto: R$ 65 e R$ 85
Soulive se apresenta hoje em São Paulo
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free-lance para a Folha
Com a receita sonora que apresenta hoje, o trio nova-iorquino Soulive resgata o aspecto dançante do jazz e desenha um futuro possível para o estilo. É música cheia de suingue e improvisação, como tem de ser. Mas manda sinais simultâneos para neurônios e cintura.
Em vez de elementos do ragtime e do dixieland, o jazz do grupo incorpora rock, hip hop, soul e rhythm and blues. Os ingredientes mais contemporâneos fazem com que o Soulive acumule adoradores que ainda duelam com as espinhas.
"Nossa meta é fazer um som moderno e trazer de volta um tempo em que as pessoas dançavam embaladas pelo jazz. Esperamos não afastar os velhos admiradores do estilo, mas temos reunido muitos jovens. Torço para que, a partir dos nossos shows, eles passem a se interessar pela música de gente como Grant Green [guitarrista; 1931-1979]", diz Eric Krasno, 28, guitarrista da banda.
E o próprio passado musical do moço ajuda a explicar a alquimia sonora do Soulive. Ele lembra que começou a se interessar pela guitarra ao ouvir o jazz melodioso e encorpado de Wes Montgomery (1925-1968).
"Logo depois, fiquei encantado por gente mais próxima do rock e do blues, com Jimi Hendrix e Stevie Ray Vaughan. Aí, chegou uma fase mais dançante, em que passei a curtir a fusão que Herbie Hancock fazia com o grupo Headhunters nos anos 70. Além disso, há James Brown e Earth Wind & Fire."
Com essa bagagem inicial, Krasno montou seu primeiro grupo, o Lettuce, que continua espalhando seu som por aí. Em um show no início dos anos 90, o guitarrista viu pela primeira vez os irmãos Neal (teclados) e Alan (bateria) Evans, com quem montaria o Soulive.
Decidida a criação e a estética da banda, veio a primeira dificuldade: como fazer um som funkeado sem um baixista? "No começo, eu até tocava o instrumento, mas, ao notar a habilidade de Neal para fazer as linhas de baixo com os pés, notamos que o groove do Soulive estava garantido."
No mundo do jazz, a apresentação de um grupo para uma platéia inédita geralmente começa pelas premiações. Mas o Soulive não é medido dessa maneira pela simples razão de ser uma confraria que se completa e mostra todo o seu potencial quando está num palco.
E isso só chegou ao disco no quinto CD da banda, "Soulive", lançado no ano passado e que compila canções extraídas de várias apresentações.
A banda deve lançar um novo CD de estúdio no mês que vem. Segundo Krasno, ele trará a sonoridade da banda somada a canções com vocais e os metais que vêm ao Brasil.
SOULIVE
Quando: hoje, às 22h30
Onde: Bourbon Street Music Club (r. dos Chanés, 127, Moema, tel. 5095-6100)
Quanto: R$ 65 e R$ 85
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