30/09/2000 - 21h20

Cinema argentino é o grande vencedor do Festival de Biarritz

Da France Presse
em Biarritz (França)

Ao entregar o Sol de Ouro para 'Un amor de Borges', de Javier Torre, e o prêmio de melhor ator para o ator franco-argentino, Jean-Pierre Noher, por sua interpretação do escritor Jorge Luis Borges, o júri do Festival de Biarritz voltou a coroar o cinema argentino, como fez no ano passado, com "Yepeto", de Eduardo Calcagno.

Ao contrário do que aconteceu em 99, entretanto, neste ano a escolha do jurado não foi unânime. A premiação não causou apenas surpresa, mas a reação do público, que aplaudiu e também vaiou, depois do anúncio do vencedor do Sol de Ouro.

A unanimidade, porém, foi incontestável quanto ao Prêmio de Público para o filme "Esperando al Mesías", do diretor, também argentino, Daniel Burman. O prêmio era esperado, já que ele é fruto da votação dos próprios espectadores do Festival, que aclamaram o filme.

"Un amor de Borges" se baseia nas memórias de uma tradutora, Estela Canto (Inés Sastre), que teve um romance com o famoso escritor, nos anos 40. Estela Canto era uma mulher avançada para a época, uma intelectual de idéias comunistas. Borges, conservador e burguês, era um escritor pouco conhecido e trabalhava como empregado de uma biblioteca municipal, até que o regime peronista o demitisse do cargo. Eles tiveram um caso durante cinco anos.

O prêmio de melhor atriz foi para a francesa Beatrice Agenin, por sua interpretação de Sarah Bernhardt no filme "Amélia", da diretora brasileira Ana Carolina.

Já o prêmio de curta-metragem foi entregue a outro filme argentino, "Nostalgia en la mesa ocho", de Andrés Muschietti, uma insólita história sobre uma greve de jogadores de futebol, em 1948.O prêmio canal + curta-metragem foi para um trabalho brasileiro, o filme "Rota de colisão", de Roberto Duarte.

O prêmio União Latina de Documentário foi para "El día que me quieras", um dramático relato sobre a violência doméstica sofrida por mulheres e crianças.


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