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03/08/2004
-
08h46
DENISE MOTA
free-lance para a Folha
"Vou fazer o que me sentir confortável para fazer. Se tiver vontade de tirar a roupa, tiro." Multicolorida, a personalíssima voz abrindo todos os espaços, Macy Gray resume assim um dos ingredientes possíveis das "surpresas" que está reservando para o Brasil.
A cantora acaba de chegar de Los Angeles, depois de se apresentar na Finlândia. Esse foi o último palco em que esteve antes de subir ao palco de São Paulo para dar início amanhã à parte brasileira de sua turnê, que se estende para o Rio e Porto Alegre. O giro de Gray começou nos Estados Unidos em 24 de junho e terminará na ensolarada Califórnia em 4 de setembro, a tempo de comemorar em casa seu 34º aniversário (9/9).
"Na minha primeira turnê, estava estressada, muito concentrada no trabalho. Agora estou me divertindo mais, tenho mais músicas, a banda está mais coesa e estou mais estruturada, relaxada."
A volta ao Brasil, depois de três anos, é reflexo da primeira apresentação da cantora no país, o único abaixo do Rio Grande que foi incluído em seu périplo euro-americano. Durante a edição 2001 do Free Jazz, Gray disse ter se sentido à vontade entre a platéia rebolante, entusiasta da ameaça de striptease da banda que a acompanhava. Do blefe para o desbunde, no início do mês passado a funk-soul-sister de Ohio efetivamente tirou a roupa no bis de sua apresentação em Londres.
"Algumas pessoas não acharam legal eu ter ficado nua. São alguns dos problemas que eu tenho com a imprensa. Quando você é sincera, faz o que tem vontade e dá opiniões, algumas delas podem ser impopulares. Foi como quando eu me manifestei contra a Guerra do Iraque, depois do 11 de Setembro", diz a americana, que vai votar em John Kerry para a Presidência dos Estados Unidos.
Dos shows brasileiros desta vez constarão canções de seu (não tão mais) recente álbum, "The Trouble with Being Myself", de 2003, e sucessos do começo da retumbante carreira de Gray, vencedora do Grammy com o CD de estréia --de onde saiu o hit "I Try", sucesso no Brasil de 2000 na carona da novela global "Uga Uga".
"Voltei ao Brasil porque foi ótimo cantar aqui, fiquei impressionada com o número de fãs que tenho. Foi como na Grécia, onde estive agora por conta da turnê e onde 40 mil pessoas foram ao show", afirma a cantora, fã de Djavan no quesito "música brasileira" e que detesta ser chamada de "diva". "Sou uma grande cantora, mas esse não é um termo que descreve quem eu realmente sou. Diana Ross é uma diva, tem um caráter fascinante."
Localidades marginalizadas são refúgios idealísticos da cantora, dona de um café em Hollywood destinado, como afirma, para "estrelas do gueto". O lugar, The We Ours (trocadilho para a expressão "the wee hours" --madrugada, em inglês), foi a forma que encontrou para conversar com os amigos e a banda quando saísse do estúdio. Hoje é freqüentado por gente como Tricky. Gueto é também o nome da linha de roupas que está criando, com lançamento previsto para fevereiro.
O mainstream é igualmente sua praia (note o preço dos shows, ao lado). A cantora apareceu como ela mesma em "Todo Mundo em Pânico" (2003), "Homem-Aranha" (2002) e atuou em "Dia de Treinamento" (2001). Abriu a turnê americana de David Bowie, cantou para multidões no festival escocês T in the Park e gravou um dueto com o italiano Zucchero, "o número 1 da Itália", se empolga.
Além dos drinques, da moda e da música, Gray também se exercita na TV. Cantou na série "Ally McBeal", desfilou sua impactante presença pelo "The Sharon Osbourne Show" e dublou um desenho animado baseado na sua infância. Entre as atividades extracurriculares deste ano, será uma babá francesa na produção "A Volta ao Mundo em 80 Dias", estrelada por Jackie Chan.
MACY GRAY
Onde: Tom Brasil - Nações Unidas (r. Bragança Paulista, 1.281, São Paulo, tel. 0/xx/11/2163-2000)
Quando: amanhã e quinta, às 22h
Quanto: de R$ 100 a R$ 250
Onde: auditório Araújo Vianna (av. Osvaldo Aranha, s/nº, Porto Alegre, tel. 0/xx/51/3311-5156)
Quando: dia 6, às 21h30
Quanto: R$ 60
Onde: Ribalta (av. das Américas, 9.650, Rio de Janeiro, tel. 0/xx/21/2432-6000)
Quando: dia 7, às 22h
Quanto: de R$ 90 a R$ 250
Especial
Arquivo: veja o que já foi publicado sobre Macy Gray
Macy Gray inicia turnê brasileira amanhã
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free-lance para a Folha
"Vou fazer o que me sentir confortável para fazer. Se tiver vontade de tirar a roupa, tiro." Multicolorida, a personalíssima voz abrindo todos os espaços, Macy Gray resume assim um dos ingredientes possíveis das "surpresas" que está reservando para o Brasil.
Jim Cooper/AP |
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| A cantora Macy Gray |
A cantora acaba de chegar de Los Angeles, depois de se apresentar na Finlândia. Esse foi o último palco em que esteve antes de subir ao palco de São Paulo para dar início amanhã à parte brasileira de sua turnê, que se estende para o Rio e Porto Alegre. O giro de Gray começou nos Estados Unidos em 24 de junho e terminará na ensolarada Califórnia em 4 de setembro, a tempo de comemorar em casa seu 34º aniversário (9/9).
"Na minha primeira turnê, estava estressada, muito concentrada no trabalho. Agora estou me divertindo mais, tenho mais músicas, a banda está mais coesa e estou mais estruturada, relaxada."
A volta ao Brasil, depois de três anos, é reflexo da primeira apresentação da cantora no país, o único abaixo do Rio Grande que foi incluído em seu périplo euro-americano. Durante a edição 2001 do Free Jazz, Gray disse ter se sentido à vontade entre a platéia rebolante, entusiasta da ameaça de striptease da banda que a acompanhava. Do blefe para o desbunde, no início do mês passado a funk-soul-sister de Ohio efetivamente tirou a roupa no bis de sua apresentação em Londres.
"Algumas pessoas não acharam legal eu ter ficado nua. São alguns dos problemas que eu tenho com a imprensa. Quando você é sincera, faz o que tem vontade e dá opiniões, algumas delas podem ser impopulares. Foi como quando eu me manifestei contra a Guerra do Iraque, depois do 11 de Setembro", diz a americana, que vai votar em John Kerry para a Presidência dos Estados Unidos.
Dos shows brasileiros desta vez constarão canções de seu (não tão mais) recente álbum, "The Trouble with Being Myself", de 2003, e sucessos do começo da retumbante carreira de Gray, vencedora do Grammy com o CD de estréia --de onde saiu o hit "I Try", sucesso no Brasil de 2000 na carona da novela global "Uga Uga".
"Voltei ao Brasil porque foi ótimo cantar aqui, fiquei impressionada com o número de fãs que tenho. Foi como na Grécia, onde estive agora por conta da turnê e onde 40 mil pessoas foram ao show", afirma a cantora, fã de Djavan no quesito "música brasileira" e que detesta ser chamada de "diva". "Sou uma grande cantora, mas esse não é um termo que descreve quem eu realmente sou. Diana Ross é uma diva, tem um caráter fascinante."
Localidades marginalizadas são refúgios idealísticos da cantora, dona de um café em Hollywood destinado, como afirma, para "estrelas do gueto". O lugar, The We Ours (trocadilho para a expressão "the wee hours" --madrugada, em inglês), foi a forma que encontrou para conversar com os amigos e a banda quando saísse do estúdio. Hoje é freqüentado por gente como Tricky. Gueto é também o nome da linha de roupas que está criando, com lançamento previsto para fevereiro.
O mainstream é igualmente sua praia (note o preço dos shows, ao lado). A cantora apareceu como ela mesma em "Todo Mundo em Pânico" (2003), "Homem-Aranha" (2002) e atuou em "Dia de Treinamento" (2001). Abriu a turnê americana de David Bowie, cantou para multidões no festival escocês T in the Park e gravou um dueto com o italiano Zucchero, "o número 1 da Itália", se empolga.
Além dos drinques, da moda e da música, Gray também se exercita na TV. Cantou na série "Ally McBeal", desfilou sua impactante presença pelo "The Sharon Osbourne Show" e dublou um desenho animado baseado na sua infância. Entre as atividades extracurriculares deste ano, será uma babá francesa na produção "A Volta ao Mundo em 80 Dias", estrelada por Jackie Chan.
MACY GRAY
Onde: Tom Brasil - Nações Unidas (r. Bragança Paulista, 1.281, São Paulo, tel. 0/xx/11/2163-2000)
Quando: amanhã e quinta, às 22h
Quanto: de R$ 100 a R$ 250
Onde: auditório Araújo Vianna (av. Osvaldo Aranha, s/nº, Porto Alegre, tel. 0/xx/51/3311-5156)
Quando: dia 6, às 21h30
Quanto: R$ 60
Onde: Ribalta (av. das Américas, 9.650, Rio de Janeiro, tel. 0/xx/21/2432-6000)
Quando: dia 7, às 22h
Quanto: de R$ 90 a R$ 250
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