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02/10/2000 - 09h02

MIS inaugura exposição e duas mostras de cinema e vídeo

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FABIO CYPRIANO
da Folha de S.Paulo

Poucas instituições têm tanta influência na vida cultural da cidade como o MIS (Museu da Imagem e do Som), que comemora nesta terça (03) 30 anos de idade.

"É difícil ter algum cineasta, videomaker ou fotógrafo consagrado que não tenha mostrado seu trabalho aqui", diz Marcos Santilli, o atual diretor do museu.

Para comemorar o aniversário, foram organizados três eventos: a exposição "Ecos do Século", com curadoria de Miguel Paladino, e duas mostras, uma de cinema e outra de vídeo, com parte do acervo do MIS.

Criado por decreto do governador Abreu Sodré, em 1970, o MIS teve como primeiro presidente o cineasta Rudá de Andrade, filho do escritor Oswald de Andrade.

"Os primeiros cinco anos foram um período de formação de acervo. Somente após a inauguração da sede na avenida Europa, em 1975, onde o museu funciona até hoje, é que passamos a ter presença efetiva na cidade", afirma Andrade à Folha.

A primeira exposição, organizada em 1975, tinha como tema "Memória Paulistana". Para tanto, Andrade chegou a fazer um filme, que será exibido na mostra "Ecos do Século", numa instalação denominada por Paladino "Cybercaverna". "Teremos computadores com imagens do acervo e a projeção do filme de Rudá", diz o curador.

Os três andares do MIS foram repaginados para a exposição. No andar térreo, estão expostas as aquisições mais recentes do museu e, no terceiro, as mais antigas, como cenas das primeiras telenovelas, dirigidas por Walter Georde Durst.

Em apenas um mês, Paladino organizou a mostra. A rapidez foi possível porque, segundo Santili, um patrocínio da Telefônica possibilitou que, durante 14 meses, 15 pessoas fizessem o inventário do acervo do museu.

O resultado será publicado em novembro em dois livros: "Guia do Acervo" e "O Catálogo de Memória Visual".

Nos 30 anos de existência, que coincidem com o surgimento da videoarte e da valorização da fotografia e dos documentários, seja em vídeo ou película, o MIS tornou-se a referência na cidade para essas produções. Festivais importantes surgiram lá, como o Festival Internacional de Documentários.

"O MIS sempre foi um espaço para artistas emergentes e temas polêmicos", diz Santilli. O diretor cita como exemplo o Mix Brasil, um festival dedicado ao público gay, que, neste ano, está em sua oitava edição.

Atualmente, o museu funciona com uma verba anual de R$ 400 mil. Com salários e outros custos, pagos diretamente pela Secretaria Estadual de Cultura, ele funciona com cerca de R$ 1 milhão anuais.

"É pouco, fiz uma comparação com o Itaú Cultural, e eles gastam esse valor por semana", diz Santilli. O museu, que já contou com 90 funcionários, possui hoje apenas 43, e está com o sistema de ar-condicionado quebrado há dez anos.

Em 1984, após uma grande reforma, o museu foi reaberto com uma exposição do artista plástico José Roberto Aguilar, que chegou a embrulhar o museu inteiro, com a instalação "Anti-Christo", uma referência ao artista tcheco Christo. Amanhã, Aguilar volta ao museu com uma nova performance e a instalação "Olho do Diabo".

O quê: 30 Anos do MIS (1970 - 2000)
Onde: MIS (av. Europa, 158, tel. 0/xx/11/280-0896)
Quando: abertura, nesta terça, às 20h; a exposição "Ecos do Século" vai até 19/11, de ter. a dom., das 14h às 22h; a "Mostra Acervo em Cinema" acontece até 29/10, de seg. a sex., entre 18h e 21h; a "Mostra Acervo em Vídeo", até 29/10, de seg. a sex., às 18h
Quanto: entrada franca

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