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06/08/2004 - 17h34

Veja "minicrítica" de 20 filmes em cartaz; saiba o que ver e o que não ver

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RICARDO FELTRIN
Editor-chefe da Folha Online

Segue abaixo uma "minicrítica" de 20 filmes em cartaz nos cinemas. Como toda crítica, parte-se de uma avaliação subjetiva, baseada na preferência pessoal da reportagem. No entanto, serve como dica para os leitores decidirem o que vale e o que não vale a pena assistir no final de semana. A lista parte do "melhor filme" para o "pior filme".




Fahrenheit, 9/11" (idem) - Desconsidere boa parte das pesadas críticas ao diretor Michael Moore: de ser manipulador, desonesto, sensacionalista e equivocado. Porque esta é somente a voz esganiçada da "direita" que tomou conta dos EUA e vem fazendo cabeças mundo afora. Moore é, sim, um cineasta exagerado e prolixo, mas isso não afeta a importância desta sua obra como referência histórica sobre George W. Bush, provavelmente o pior e mais perigoso presidente que já pisou na Casa Branca. E perigoso não só para os EUA, mas para toda a humanidade. O filme, com seus fatos, só reforça isso. Você tem de assistir.

Água Quente Sob uma Ponte Vermelha" ("De l'Eau Tiéde sous un Pont Rouge") - Após um ano, "Água Quente..." volta ao circuito, mas apenas no cine Segall (Vila Mariana). Esta produção Japão-França conta a história da cobiça de um "zé ninguém" das ruas de Tóquio por um determinado objeto. E, mais tarde, trata de sua paixão por uma mulher de orgasmo bem incomum e exagerado. Um filme "de arte", triste, divertido e belo ao mesmo tempo.

Balzac e a Costureirinha Chinesa ("Balzac et La Petit Tailleuse Chinoise") - Assim como "Água Quente", este filme também revela o ótimo resultado da mistura da "escola" cinematográfica francesa moderna com a do Oriente. O filme trata de uma inter-relação de amor de três amigos e de problemas sociais causados a eles e à sociedade chinesa desde a revolução cultural até fatos recentes, como a construção da maior represa do mundo (Três Gargantas, em Sandouping, na província ocidental de Hubei). "Balzac..." tem também um dos mais belos finais, entre todos os filmes exibidos este ano.

Diário de uma Paixão ("The Notebook") - Para resumir, um filme feito para fazer a platéia chorar. E esse objetivo é alcançado com mérito. Embora o roteiro seja absolutamente previsível, contém uma linda (e um tanto irreal) história de amor. Fotografia, irretocável. Elenco, totalmente sintonizado. Pode ir.

Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças ("Eternal Sunshine of the Spotless Mind") - Antes considerado gênio inatacável de Hollywood, agora o roteirista Charlie Kaufman é criticado aqui e ali por repetir a fórmula que, se não inventou, ao menos disseminou: a construção de histórias lineares para depois destroçá-las na tela e uni-las ao final. Ok, mas muito além disso está o conteúdo em si do filme, e isso "Brilho Eterno..." tem de sobra. Além de uma atuação muito convincente da dupla Jim Carrey e Kate Winslet. Só Kirsten Dunst, com aquele olhar repetitivamente melancólico, deixa a desejar. Mas pode ir assistir tranqüilamente.

Lugares Comuns ("Lugares Comunes") - Um filme incrivelmente despretensioso e, por isso mesmo, muito agradável. Produzido por Argentina e Espanha, trata-se de uma história de amor, fidelidade e coragem de um casal ao transformar completamente a sua vida na chamada terceira idade. Este filme é uma grande surpresa para o público de todas as idades.

Shrek 2 (idem) - Ainda não foi ver? Vá sozinho, com a namorada ou com os filhos. Mas vá correndo, criatura! É fantástico.

As Bicicletas de Belleville ("Les Triplettes de Belleville") - Outro "desenhaço" ainda em cartaz. Vale muito a pena. Um tanto escatológico, às vezes meio lisérgico, mas com um traço e estilo impossíveis de criticar. A trilha sonora é sensacional também.

Diários de Motocicleta ("The Motorcicle Diaries") - O grande filme de Walter Salles, que simplesmente simplifica e humaniza o "mito" Che Guevara na tela. O diretor resistiu à tentação de causar furor comercial e o resultado é um filme indispensável para quem gosta de cinema (e de política e história também).

Efeito Borboleta (The Butterfly Effect") - Ashton Kutner sempre teve fama de canastrão e um histórico de comédias de "quinta categoria". Então, não é sem certo receio que boa parte do público se atreve a entrar numa sala para assistir a um filme "sério" em que, ainda por cima, ele é o ator principal. Mas... surpresa! Roteiro interessante (que, por sinal, lembra muito "Brilho Eterno de uma Mente..."), texto de bom nível e, pasmem, uma atuação muito boa de Kutner! Para quem gosta de ficção, para quem gosta de drama, para quem gosta de psicologia.

Moça com Brinco de Pérola ("Girl with a Pearl Earring") - Só a fotografia do filme já valeria o ingresso, mas ainda tem a beleza e a atuação impecáveis de Scarlett Johansson ("Encontros e Desencontros"), além de um pouco de história (ou "folclore") sobre o holandês Johannes Vermeer (1632 - 1675), que pintou apenas cerca de 50 obras em toda sua vida --parte desaparecida.

Queimando ao Vento ("Brucio nel Vento") - A maioria dos críticos está dando apenas duas estrelinhas a este belo filme ítalo-suíço, com direção de Silvio Soldini (de "Pão e Tulipas"). Pode colocar mais uma estrelinha nessa cotação e tirar duas horas de sua vida para assisti-lo. Como bônus, durante o filme há uma declaração de amor do protagonista, feita à sua musa, sobre uma montanha de neve. É sem dúvida um dos mais belos poemas "lidos" no cinema nos últimos anos.

Cazuza - O Tempo não Pára (idem) - Uma das críticas mais comuns que o filme de Sandra Werneck tem recebido é o de ser só um "clipe" da vida e agonia do mimado cantor, morto vítima da Aids (e da própria auto-indulgência). Isso é um tanto injusto porque "Cazuza" também mostra um pouco da história de um movimento relevante para a música brasileira. Os anos 80, queiram ou não, culminaram numa escola de "rock brasileiro". E Cazuza foi um de seus ícones e mestres. A trilha sonora do filme é prova "material" disso.

Histórias Mínimas (idem) - Leve, um tanto superficial, mas bastante digesto, o filme mistura a história de vários personagens (argentinos pobres) em uma só trama. Não chega a encher os olhos, mas também não desagrada a ninguém. Vale três estrelinhas (ou o equivalente a um pacote médio de pipocas)

Pelé Eterno (idem) - Esqueça a edição do filme, que é piegas e "comercialeba" até dizer chega. O que vale são as centenas de gols do rei, alguns inéditos, outros de ângulos jamais exibidos.

Matadores de Velhinha ("The Ladykillers") - Vamos lá, não é nenhuma oitava maravilha do cinema. Para dizer a verdade, nem a centésima. Mas é divertido. O caricato "professor" fanático por Edgar Alan Poe, interpretado por Tom Hanks, é uma atração. O desfecho tragicômico agrada. O gatinho (você vai ver no final) é bacana e inteligente.

Nem que a Vaca Tussa ("Home on The Range") - Vale a pena assistir, principalmente se você optar pela versão legendada, que só está em cartaz às 22h na sala mais legal e interativa de São Paulo, o Cinemágico do shopping Santa Cruz. Fora isso o desenho vale pela trilha sonora e por alguns personagens cativantes, como o "bandido tirolês" e a puritana vaca Calloway, com seu delicioso sotaque inglês.

Leis da Atração ("Laws of Attraction") - Um filme com tema "jurídico". Na verdade, uma bobagem "água-com-açúcar", onde não ocorre química alguma entre os protagonistas Pierce Brosnan e Julianne "Boquinha Sempre Aberta" Moore. A grande vantagem desse filme é que ele é curto (só 90 min). Mesmo assim, você perde R$ 15.

Mulheres Perfeitas ("The Stepford Wives") - Chamar esse filme de boboca é elogiá-lo. O roteiro hesita entre a ficção tonta e a comédia sem graça. Não, leitores, nem Nicole Kidman salva esse filme. Glenn Close em interpretação afetada, então, joga a pá de cal sobre a película. Creiam: vale a pena poupar seu dinheiro.

Garfield, o Filme ("Garfield - The Movie") - Ridículo. Pegaram um personagem de 26 anos de idade e alteraram não só sua personalidade, mas a de todos os que o rodeiam. Resultado: quebraram o encanto do mundo dos quadrinhos num filme tedioso e irritante. Graças a Deus, Bill Waterson jamais deixará --oremos-- que o mesmo ocorra com "Calvin e Haroldo". Já pensou um Calvin um dia interpretado, digamos, pelo filho do Macaulay Culkin? Não! Não! Não!

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