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08/08/2004 - 09h01

Globo põe mais "mel" às 19h

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LAURA MATTOS
da Folha de S.Paulo

Pitadas de humor e aventura para os teens, edição versátil com estética de história em quadrinhos. Isso tudo é importante, mas não adianta fugir: o que o telespectador quer acompanhar mesmo é uma boa e velha história de amor.

Essa receita de novela das sete começou a ser desenvolvida na Globo há cerca de dois anos, e o canal considera que tenha ficado pronta --e perfeita-- na atual "Da Cor do Pecado".

Para a próxima, "Começar de Novo", que estréia dia 30, decidiu testar um aumento da pitada de "mel", investindo prioritariamente num triângulo amoroso com os quarentões Marcos Paulo e Natália do Valle e a novata Gisele Itiê.

Com os encontros e desencontros de uma relação de amor inter-racial, "Da Cor do Pecado" termina no próximo dia 27 com o maior recorde de audiência no horário desde o Plano Real (1994), quando houve um "boom" na venda de aparelhos de TV no Brasil e o perfil do telespectador sofreu grandes alterações.

Desde então, o Ibope passou a registrar oscilações significativas e as emissoras tiveram de repensar completamente as suas programações. Os telejornais de "mundo cão" e os DNAs do Ratinho atraíram o público com sua versão do "mundo real". O formato foi cansando, e a audiência voltou a buscar nas novelas um descanso para tanta "realidade".

Das três novelas exibidas pela Globo, a das sete foi a que mais passou por mutações. Recentemente, a emissora sofreu duas decepções no Ibope, com a confusa "As Filhas da Mãe" (2001) e a violenta "Desejos de Mulher"
(2002).

Em 2002, "O Beijo do Vampiro" começou a colocar a horário nos eixos novamente. Com um pouco de romance e muito humor, registrou 31 pontos no Ibope nacional e 55% de share (audiência dentre as TVs ligadas no horário). A dose de amor (e de homens sem camisa) aumentou na novela seguinte, "Kubanacan" (2003). A audiência também: 39 pontos com 63%. O recorde veio com a ainda mais romântica "Da Cor do Pecado", que registra 47 pontos com 72% das TVs ligadas (resultados até o capítulo 162, fase atual de "Da Cor").

A expectativa da Globo é que a escala romance/audiência prossiga com "Começar de Novo", de Antonio Calmon e Elizabeth Jim.

Pelo perfil da audiência do horário das sete, a mulher está no centro da demanda por romance. Dos telespectadores, 63% são do sexo feminino, e 37%, do masculino. A faixa etária mais presente é dos maiores de 50 anos: são 26% da audiência, seguidos por 22% de público entre os 35 e os 49 anos. Telespectadores de 12 a 17 anos formam uma fatia de 11%. Ou seja, por mais "teen" que a novela das sete possa parecer, não é possível ignorar que quem domina o sofá são os mais velhos.

E a trama desse horário tem de contemplar os sonhos da classe média brasileira. A maior parte dos que a assistem (43%) são pessoas da classe C, seguidas de 29% da AB e de 28% da DE.

Repetir de novo

Além de mais "mel", a nova novela repetirá ingredientes de "Da Cor" apontados como positivos em pesquisas com grupos de telespectadores. A relação inter-racial é um deles. Depois de Preta (Taís Araujo) e Paco (Reynaldo Gianecchini), "Começar de Novo" terá o negro Guilherme Bernard e a branca Júlia Lohman.

Com o grupo de discussão, a Globo concluiu que o público se identifica com as diferenças retratadas pela novela e considera positivo abordá-las, uma forma de incentivar a tolerância.

A trama também tentará repetir o sucesso do núcleo cômico de "Da Cor", formado pela família Sardinha, já cogitada até para tema de minissérie e filme. Em "Começar de Novo", o papel ficará a cargo de Marília Pêra e Luiz Gustavo, Vó Doidona e Vô Doidão. E tudo começará de novo.

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