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13/08/2004 - 22h04

Festival de Cinema de Locarno coloca jornalismo na berlinda

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da France Presse, em Locarno (Suíça)

A 57ª edição do Festival de Cinema de Locarno, que começa amanhã, dá grande destaque à discussão do papel do jornalista no mundo, convidando a refletir sobre as noções de verdade e objetividade com uma retrospectiva consagrada aos laços complexos entre a imprensa e a sétima arte.

Este ano, será a vez do mineiro Cao Guimarães estrear em Locarno com seu vídeo longa-metragem "Rua de Mão Dupla". Destaca-se também entre os filmes da mostra o "Pourquoi (pas) le Brésil?", da diretora francesa Laetitia Masson, uma obra metalingüística.

Intitulada "NewsFront", a mostra mistura tendências, percorrendo desde as origens do cinema com um filme de Georges Meliés consagrado ao caso Dreyfus de 1899, até obras atuais como "Control Room" (2004), de Jehane Noujaims, sobre a reação internacional da imprensa internacional ao ataque americano ao Iraque.

A escolha do tema coincide com a premiação do documentarista Michael Moore em Cannes, com "Fahrenheit 11/9" e o Festival de Locarno vai exibir em sua retrospectiva o primeiro filme do cineasta "Roger & Eu" (1989).

Entretanto, a organização garante que foi apenas coincidência, pois a programação de 91 filmes, misturando ficção e documentários, já está prevista há quase um ano.

"O efeito Moore aconteceu depois e nós consideramos que tivemos sorte", explica o italiano Giorgio Gosetti, responsável pela retrospectiva.

Entretanto, os filmes de Hollywood não foram excluídos da mostra. Segundo o historiador americano Richard R. Ness, obras sobre jornalismo são praticamente um gênero nos Estados Unidos.

As obras selecionadas mostram tanto os jornalistas honestos, como "Todos os Homens do Presidente", de Alan J. Pakula, sobre o caso Watergate em 1974, como profissionais bem intencionados que ultrapassam os limites como "O Americano Tranqüilo", de Joseph Mankiewicz em 1958 e seu remake feito por Phillip Noyce em 2002.

Algumas denunciam o jornalismo cínico, apresentando o sensacionalismo como o grande mal, como faz "A Montanha dos Sete Abutres", de Billy Wilder, que data de 1951, e daí por diante.

Entre os clássicos da retrospectiva estão "Cidadão Kane", de Welles, e raridades como "O Cinegrafista", de Buster Keaton (1927), "A Embaixada", filme de Chris Marker encontrado em uma embaixada (1973), e até mesmo obras que foram censuradas, como "Obzalovany" ("O acusado"), do tcheco Jan Kadar (1964).

O evento, que também homenageia nesta edição o ator americano Marlon Brando, que morreu no mês passado, é bastante ligado ao cinema dos países emergentes. Costuma privilegiar novos talentos e recebeu no passado de braços abertos grandes talentos brasileiros como Walter Salles e Carlos Reichenbach.

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