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19/08/2004 - 08h31

Mostras reúnem geração que mudou a fotografia brasileira

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EDER CHIODETTO
free-lance para a Folha de S.Paulo

Os modernos estão de volta. Quase que por coincidência São Paulo vai abrigar, ao mesmo tempo, três exposições dos três fotógrafos remanescentes da geração que modificou radicalmente a fotografia brasileira a partir dos anos 40. Além disso, a reedição do livro "A Fotografia Moderna no Brasil" (Cosac & Naify) cria um momento propício para se revisitar essa fértil época.

As mostras são repletas de efemérides: o fotógrafo e ex-professor da Escola de Comunicação e Artes da USP Thomaz Farkas, 80, tem trabalho exposto no anexo do Museu de Arte Contemporânea da USP, em evento que comemora os 70 anos da universidade.

Eduardo Salvatore abre mostra no Museu da Imagem e do Som (SP), no sábado, para comemorar seus 90 anos de idade. Finalmente, German Lorca, 82, inaugura na próxima terça sua exposição no MAC-USP, que culminará com o lançamento do livro --de Helouise Costa e Renato Rodrigues--, que narra o surgimento e as implicações da fotografia moderna no Brasil, no qual os três fotógrafos são personagens principais.

"Bandeirantes"

No início não havia nada. Nem identidade e nem rebeldia. A fotografia brasileira chegava aos anos 40 rodando em falso. Baseada na prática pictorialista, os salões de fotografia se limitavam a exibir trabalhos que buscavam imitar a abordagem da pintura.

Em 1939 um grupo de fotógrafos de São Paulo fundou o Foto Cine Clube Bandeirante. Fez-se a luz. Liderados por artistas e fotógrafos como Geraldo de Barros, Thomaz Farkas e German Lorca, entre outros, a fotografia brasileira teria sua essência definitivamente alterada.

Inspirados pelo sentimento de insatisfação com o que era praticado até então, esse grupo buscou quebrar o academicismo bebendo na fonte do concretismo, do surrealismo e do abstracionismo --os fotógrafos passaram a dar mais ênfase à modernização das cidades e à mudança do modo de vida operado pelas indústrias. Fazia-se necessária uma nova estética para dar conta daqueles novos tempos.

A partir dessa geração que se reunia para discutir linguagem e composição e excursionava aos domingos pelo interior de São Paulo em busca de novas imagens, a fotografia artística, publicitária e o fotojornalismo tiveram uma guinada radical. O registro do mundo aparente com uma câmera fotográfica se descolou da pintura e passou de fato a representar de forma mais contundente os tempos modernos. Salvatore, Farkas e Lorca, todos ao mesmo tempo em São Paulo --é um momento histórico. Os modernos estão em festa.

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