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19/08/2004 - 04h57

Rio exibe pergaminhos do mar Morto

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LUIZ FERNANDO VIANNA
da Folha de S.Paulo, no Rio

Três fragmentos originais e sete réplicas dos Pergaminhos do Mar Morto, uma das maiores descobertas arqueológicas do século 20, estarão expostos no Museu Histórico Nacional, no Rio de Janeiro, a partir de amanhã. Em 29 de outubro a mostra chegará à Pinacoteca de São Paulo.

"Pergaminhos do Mar Morto - Um Legado para a Humanidade" reúne também calçados, moedas, objetos e jarros (onde eram guardados os pergaminhos) que eram utilizados pelos essênios, seita que teria se isolado no deserto, afastando-se dos outros grupos judaicos: fariseus e saduceus.

Jesus Cristo pode ter vivido entre os essênios no fim de sua infância.
Os pergaminhos mais importantes são os textos bíblicos, pois constituem a mais antiga versão do Velho Testamento cristão. Os textos foram escritos entre 250 a.C e o ano 70 da era cristã.

"Os estudos mostraram como há trechos da Bíblia cristã idênticos aos escritos dos pergaminhos", ressalta Luiz Calina, um dos responsáveis pela vinda da exposição, que já esteve em Washington, Chicago e Tóquio, dentre outras cidades.

"Os pergaminhos provam que não há tanta diferença entre as três religiões monoteístas: o cristianismo, o judaísmo e o islamismo. Eles simbolizam a possibilidade de uma convivência pacífica entre os povos", completa Andréa Calina, outra organizadora.

Os pergaminhos foram descobertos por acaso em 1947. Dois beduínos procuravam uma ovelha desgarrada em Qumran, nas encostas do mar Morto.

Um deles, Muhammed ed Dhib, atirou uma pedra na abertura de uma caverna e ouviu o barulho de algo se quebrando. Era um dos jarros dos essênios.

Na caverna foram descobertos sete grandes pergaminhos, um deles incluindo o livro inteiro do profeta Isaías. Ao todo, foram achados ali 17 textos bíblicos e 36 não-bíblicos --textos dos essênios sobre seus costumes, que passaram a ser conhecidos como "Regras da Comunidade", "Regras da Guerra" etc.

"Descobriu-se que os essênios usavam o calendário solar, como fazemos hoje, e não o lunar de outros judeus", diz Luiz Calina.

Depois da chamada Caverna 1, arqueólogos passaram a explorar a região e, até 1952, acharam tesouros em outras dez cavernas. Foi possível, assim, imaginar como era a comunidade dos essênios, com piscinas, cisternas, oficinas, estábulos e refeitórios.

Gênesis

Com curadoria do holandês Robert Kool, a mostra no Rio terá os fragmentos dos livros "Êxodo", "Deuterônimo" e o "Livro de Isaías".

Entre as sete réplicas, estão um fragmento do "Gênesis", um calendário solar e um conjunto de salmos. Como os pergaminhos não podem ser expostos por mais de três meses, São Paulo verá outros originais.

Cedidos pelo Instituto de Antigüidades de Israel, os fragmentos não podem ser expostos à luz forte e precisam ficar a 20º C e 50% de umidade relativa do ar. Os organizadores acreditam que, somando Rio e São Paulo, o público da mostra poderá chegar a 1 milhão de pessoas.

PERGAMINHOS DO MAR MORTO - UM LEGADO PARA A HUMANIDADE - Mostra com três fragmentos originais e sete réplicas dos Pergaminhos do Mar Morto
Onde: Museu Histórico Nacional (praça Marechal Âncora, s/nº, Rio de Janeiro, tel. 0/xx/21/2220-2328)
Quando: abertura amanhã; de terça a domingo, das 10h às 17h30; até 9 de outubro
Quanto: R$ 5 (aos domingos, a entrada é franca)

Especial
  • Arquivo: veja o que já foi publicado sobre os Pergaminhos do Mar Morto
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