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20/08/2004
-
05h25
SILVANA ARANTES
enviada especial da Folha de S.Paulo a Gramado
A definição de seus autores para o filme "Procuradas" --exibido em competição no 32º Festival de Gramado, anteontem-- arrisca nova nomenclatura entre os gêneros cinematográficos: "pseudo-documentário".
É um resumo possível para um longa-metragem filmado com câmeras digitais (como os documentários "de verdade") cuja maior extensão é gasta com depoimentos --dados com o olhar fixo nas lentes-- de atrizes que fingem ser prostitutas falando de seu ofício com a sem-cerimônia de quem usa frases como "Por que você vai dar de graça a única coisa que tem para vender?".
Mas "Procuradas", realizado em Florianópolis por José Frazão e Zeca Pires, tem também sua trama. Aí, o resumo é outro. Ângela (Rita Guedes) está empenhadíssima em fazer um documentário sobre garotas de programa. Tem 29 anos e se pergunta por que elegeu este tema.
"Talvez seja porque sempre me interessou esse mecanismo da sensualidade, da sedução", cogita a mulher.
No entanto, com o namorado Miguel (Juan Alba) as coisas não vão bem para Ângela. Miguel insiste em mimá-la. Só quer saber de preparar jantarzinhos regados a vinho, namorar, dormir junto. Ela se abespinha: "Você não entende que quero chegar na minha casa, tomar banho e ir dormir?".
O cansaço de Ângela está relacionado com o desgaste físico e emocional da preparação do documentário. Gravando numa casa noturna, ela esbarra na história de duas garotas de programa desaparecidas.
Decide dar atenção ao caso. Investiga daqui, investiga dali, tudo leva a crer que, contratadas por dois jovens empresários para um programa a bordo de um iate, as garotas foram mortas e seus corpos, ocultados.
Surpreendente
Só que "Procuradas" é um filme "com final surpreendente", como adverte sua sinopse. Para não estragar a surpresa, convém dizer apenas que a tese (de início muito óbvia) começa a girar cambalhotas. Uma das voltas inclui um momento que deveria ser de alta tensão psicológica familiar, em torno das irmãs Isa (Paula Burlamaqui), a rameira, e Viviane (Larissa Bracher), a certinha. Algumas voltas mais e tudo se espatifa no final.
Antes do desfecho, porém, Ângela confessa a Viviane que finalmente entendeu por que quis fazer tal filme. Pena que, para o espectador, a razão não fique clara. "Procuradas" termina sem encontrar o seu próprio sentido.
A jornalista Silvana Arantes viajou a convite da organização do Festival de Gramado
Especial
Arquivo: veja o que já foi publicado sobre o Festival de Gramado
"Pseudo-documentário" retrata garotas de programa
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enviada especial da Folha de S.Paulo a Gramado
A definição de seus autores para o filme "Procuradas" --exibido em competição no 32º Festival de Gramado, anteontem-- arrisca nova nomenclatura entre os gêneros cinematográficos: "pseudo-documentário".
É um resumo possível para um longa-metragem filmado com câmeras digitais (como os documentários "de verdade") cuja maior extensão é gasta com depoimentos --dados com o olhar fixo nas lentes-- de atrizes que fingem ser prostitutas falando de seu ofício com a sem-cerimônia de quem usa frases como "Por que você vai dar de graça a única coisa que tem para vender?".
Mas "Procuradas", realizado em Florianópolis por José Frazão e Zeca Pires, tem também sua trama. Aí, o resumo é outro. Ângela (Rita Guedes) está empenhadíssima em fazer um documentário sobre garotas de programa. Tem 29 anos e se pergunta por que elegeu este tema.
"Talvez seja porque sempre me interessou esse mecanismo da sensualidade, da sedução", cogita a mulher.
No entanto, com o namorado Miguel (Juan Alba) as coisas não vão bem para Ângela. Miguel insiste em mimá-la. Só quer saber de preparar jantarzinhos regados a vinho, namorar, dormir junto. Ela se abespinha: "Você não entende que quero chegar na minha casa, tomar banho e ir dormir?".
O cansaço de Ângela está relacionado com o desgaste físico e emocional da preparação do documentário. Gravando numa casa noturna, ela esbarra na história de duas garotas de programa desaparecidas.
Decide dar atenção ao caso. Investiga daqui, investiga dali, tudo leva a crer que, contratadas por dois jovens empresários para um programa a bordo de um iate, as garotas foram mortas e seus corpos, ocultados.
Surpreendente
Só que "Procuradas" é um filme "com final surpreendente", como adverte sua sinopse. Para não estragar a surpresa, convém dizer apenas que a tese (de início muito óbvia) começa a girar cambalhotas. Uma das voltas inclui um momento que deveria ser de alta tensão psicológica familiar, em torno das irmãs Isa (Paula Burlamaqui), a rameira, e Viviane (Larissa Bracher), a certinha. Algumas voltas mais e tudo se espatifa no final.
Antes do desfecho, porém, Ângela confessa a Viviane que finalmente entendeu por que quis fazer tal filme. Pena que, para o espectador, a razão não fique clara. "Procuradas" termina sem encontrar o seu próprio sentido.
A jornalista Silvana Arantes viajou a convite da organização do Festival de Gramado
Especial
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