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04/09/2004 - 04h23

Anna Bella Geiger é primeira a expor individualmente na China

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CLÁUDIA TREVISAN
da Folha de S.Paulo, em Pequim

A artista plástica Anna Bella Geiger, 71, abre hoje em Pequim a primeira exposição individual de um artista contemporâneo brasileiro a ser realizada na China.

A mostra tem caráter retrospectivo e reúne cerca de 50 obras realizadas nos últimos 40 anos, abrangendo três linhas gerais do seu trabalho:
abstração, figuração e o uso da cartografia para reflexão sobre temas como espaço e identidade. As obras estão expostas na Red Gate Gallery, localizada em uma torre de observação de 600 anos, em um dos poucos trechos que sobraram do antigo muro que cercava a capital chinesa.

A chegada da exposição de Geiger coincide com o aumento do interesse dos chineses por esse tipo de arte e a maior tolerância do governo com a produção artística atual. "Até poucos anos, o governo ignorava ou tentava controlar a arte contemporânea", afirma o australiano Brian Wallace, diretor da Red Gate Gallery.

Geiger e o curador da mostra, Fernando Cocchiarale, estavam ontem terminando de organizar a exposição, na qual os trabalhos que envolvem cartografia têm presença destacada. "O uso dos mapas começa no momento em que o artista toma a cartografia e tenta perceber o Brasil", observa Geiger, que fez o primeiro trabalho do tipo em nos anos 70. Um dos mais célebres, de 1975, é o que reproduz o mapa-múndi de um livro didático e o mergulha em um mar onde se repetem as palavras "correntes culturais dependentes dominantes".

Antes dessa fase, Geiger havia abandonado a abstração do início de carreira e entrado no que o curador Cocchiarale chama de "nova figuração brasileira", na qual as obras passam a ser povoadas por pedaços de carne e representações de órgãos humanos.

Geiger já havia exposto na China em 2001, ao lado de outros 11 artistas contemporâneos brasileiros, e havia recebido o convite para a mostra individual no início de 2003. "Anna Bella Geiger faz parte do reduzido grupo de artistas do país que elaborou, na própria obra, a passagem do moderno para o contemporâneo", diz Cocchiarale, que é presidente do MAM (Museu de Arte Moderna) do Rio, no catálogo de apresentação da mostra.

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