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16/09/2004
-
12h36
MARIANO ANDRADE
da France Presse, em Paris
A respeitada casa de joalheiros Cartier exibe e põe à venda a partir desta semana, em Paris, o mítico diamante Estrela do Sul, o sexto maior do mundo, com 128 quilates e cuja fascinante história começa com a libertação da escrava que o descobriu 150 anos atrás, em Minas Gerais.
A Estrela do Sul é uma das principais atrações da 22ª edição da Bienal de Antiquários, inaugurada ontem em Paris e que se estenderá até 28 de setembro no Carrossel do Museu do Louvre, período no qual contará com a presença de 111 expositores, que exibem e põem à venda obras de arte, móveis, jóias e outros objetos valorizados por sua raridade e qualidade.
Embora a bienal de Paris deva sua fama mundial especialmente ao mobiliário e outros objetos de arte do século 18 que apresenta, esta edição contará com a exposição, numa área especialmente acondicionada, de pedras preciosas exóticas e criações contemporâneas de Cartier e outros grandes joalheiros mundiais.
Entre esses objetos deslumbrantes está a Estrela do Sul, um dos diamantes mais famosos do mundo por seu tamanho (128,48 quilates que fazem dele o sexto maior do globo), mas também por sua extraordinária peregrinação, que começa em 1853 numa mina da cidade de Bagagem, hoje Estrela do Sul, no Triângulo Mineiro.
Conta a história que o diamante foi descoberto por uma escrava que trabalhava na mina de Bagagem. O peso original da pedra era de 261,24 quilates (mais que o dobro do atual) e, como recompensa pelo achado, a escrava conquistou a liberdade e uma renda vitalícia.
O primeiro proprietário do diamante não foi muito perspicaz e o vendeu pelo valor de apenas 3.000 libras esterlinas, em valores da época. Vendas e revendas levaram a pedra para Amsterdã, onde foi comprada por US$ 35 mil.
Foi lá que foi lapidado na sua forma atual, clássica para muitos diamantes, com base retangular e terminando num vértice de uma faceta. Seu grau de pureza, VS-2, um dos maiores segundo os padrões internacionais, e seu leve matiz marrom e rosado chamaram a atenção da Halphen & Associates, de Paris, que o adquiriu e o batizou com o nome de Star of the South (Estrela do Sul).
Exibido com grande sucesso na Exposição de Londres de 1862 e em Paris, em 1867, foi vendido anos depois por US$ 400 mil a Mulhar Rao, príncipe de Baroda (Mumbai, Índia).
O príncipe montou a Estrela do Sul junto com outro diamante famoso, o English Dresden Diamond, num colar que reunia as jóias da sua família.
Em meados do século 20, o rastro do diamante se perdeu para reaparecer em 1999, nas mãos de outro proprietário indiano, Rustomjee Jamsetjee, de Mumbai.
Agora, 150 anos depois de descoberto, a respeitada Casa Cartier o põe à venda numa bienal que deverá receber 100 mil visitantes, entre eles algumas celebridades como o bilionário dono da Microsoft Bill Gates.
Especial
Leia o que já foi publicado sobre diamantes
Cartier exibe mítico diamante brasileiro em Bienal de Antiquários
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da France Presse, em Paris
A respeitada casa de joalheiros Cartier exibe e põe à venda a partir desta semana, em Paris, o mítico diamante Estrela do Sul, o sexto maior do mundo, com 128 quilates e cuja fascinante história começa com a libertação da escrava que o descobriu 150 anos atrás, em Minas Gerais.
A Estrela do Sul é uma das principais atrações da 22ª edição da Bienal de Antiquários, inaugurada ontem em Paris e que se estenderá até 28 de setembro no Carrossel do Museu do Louvre, período no qual contará com a presença de 111 expositores, que exibem e põem à venda obras de arte, móveis, jóias e outros objetos valorizados por sua raridade e qualidade.
Embora a bienal de Paris deva sua fama mundial especialmente ao mobiliário e outros objetos de arte do século 18 que apresenta, esta edição contará com a exposição, numa área especialmente acondicionada, de pedras preciosas exóticas e criações contemporâneas de Cartier e outros grandes joalheiros mundiais.
Entre esses objetos deslumbrantes está a Estrela do Sul, um dos diamantes mais famosos do mundo por seu tamanho (128,48 quilates que fazem dele o sexto maior do globo), mas também por sua extraordinária peregrinação, que começa em 1853 numa mina da cidade de Bagagem, hoje Estrela do Sul, no Triângulo Mineiro.
Conta a história que o diamante foi descoberto por uma escrava que trabalhava na mina de Bagagem. O peso original da pedra era de 261,24 quilates (mais que o dobro do atual) e, como recompensa pelo achado, a escrava conquistou a liberdade e uma renda vitalícia.
O primeiro proprietário do diamante não foi muito perspicaz e o vendeu pelo valor de apenas 3.000 libras esterlinas, em valores da época. Vendas e revendas levaram a pedra para Amsterdã, onde foi comprada por US$ 35 mil.
Foi lá que foi lapidado na sua forma atual, clássica para muitos diamantes, com base retangular e terminando num vértice de uma faceta. Seu grau de pureza, VS-2, um dos maiores segundo os padrões internacionais, e seu leve matiz marrom e rosado chamaram a atenção da Halphen & Associates, de Paris, que o adquiriu e o batizou com o nome de Star of the South (Estrela do Sul).
Exibido com grande sucesso na Exposição de Londres de 1862 e em Paris, em 1867, foi vendido anos depois por US$ 400 mil a Mulhar Rao, príncipe de Baroda (Mumbai, Índia).
O príncipe montou a Estrela do Sul junto com outro diamante famoso, o English Dresden Diamond, num colar que reunia as jóias da sua família.
Em meados do século 20, o rastro do diamante se perdeu para reaparecer em 1999, nas mãos de outro proprietário indiano, Rustomjee Jamsetjee, de Mumbai.
Agora, 150 anos depois de descoberto, a respeitada Casa Cartier o põe à venda numa bienal que deverá receber 100 mil visitantes, entre eles algumas celebridades como o bilionário dono da Microsoft Bill Gates.
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