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16/09/2004
-
15h40
da France Presse, em Los Angeles
A venda do Metro-Goldwyn-Mayer (MGM) à gigante Sony deixa Hollywood em clima de nostalgia, que vê um de seus últimos estúdios independentes ceder à pressão das grandes corporações transnacionais.
Após meses de disputa, a companhia japonesa de produtos eletrônicos e entretenimento chegou a um acordo de princípios com o famoso estúdio californiano de cinema junto ao qual criará a maior filmoteca do mundo, que contará com mais de 7.000 que serão oferecidos ao mercado de DVDs (a Sony tinha 3.500 e a MGM cederá 4.000).
Sob este acordo, a Sony e outros três investidores --Providence Equity Partners Inc., Texas Pacific Group e DLJ Merchant Banking Partners-- pagarão à MGM mais de US$ 4 bilhões, que incluem a dívida do estúdio, estimada em US$ 2 bilhões.
O acordo, que deu a vitória à Sony depois de uma dura disputa contra a Time Warner Inc., preparou o terreno para o lançamento de um terceiro negócio com a Comcast Corp., maior operadora de TV a cabo do mundo, que oferecerá os filmes das duas filmotecas em seus canais pay per view.
Produtora de sucessos de bilheteria como "Homem-Aranha", a Sony somará ao seu acervo a rica filmoteca da MGM, na qual se inclui as séries do 007 "James Bond", "A Pantera Cor-de-Rosa" e clássicos como "O Mágico de Oz", "Casablanca" e "A Condessa Descalça".
A MGM informou que provavelmente vai aprovar o acordo em 27 de setembro próximo. Esta é a terceira vez em 25 anos que o multimilionário Kirk Kerkorian, 87, vende o estúdio cinematográfico, do qual possui 74% das ações.
Mas desta vez, ele teve bastante trabalho. Com a venda, um dos últimos estúdios independentes cede às pressões dos grandes conglomerados, como já tinha feito a Universal Pictures, que primeiro foi vendida para a Vivendi, dando origem à criação da Vivendi Universal Entertainment (VUE), que neste ano foi vendida para a NBC, empresa da General Electric (GE).
A sensação de perda é generalizada. A Paramount é parte do grupo empresarial multibilionário Viacom, o estúdio 20th Century Fox pertence à News Corp. e a Sony também comprou a Columbia Pictures em 1989.
O acordo entre a MGM e a unidade americana da Sony foi alcançado após vários meses de uma dura queda de braço, dificultada ainda mais quando a gigante Time Warner anunciou o interesse pelo estúdio quando celebrou seus oitenta anos.
Embora a oferta da Time Warner sempre tenha sido menor, o mítico estúdio não se decidia pela Sony, devido à sua complicada estrutura.
A Time Warner ofereceu pagar US$ 11 por ação ou entre US$ 4,5 bilhões e US$ 4,6 bilhões. Depois disso, a Sony aumentou sua oferta para US$ 12 por ação, acima dos US$ 11,25 que tinha oferecido inicialmente.
Então, a Time Warner anunciou que retirava sua oferta, ao informar que o preço da MGM era alto demais, abrindo o caminho para que a Sony controlasse o estúdio independente.
"Embora a MGM seja um bem apreciado, decidimos retirar nossa oferta. Como explicamos aos nossos acionistas, estudamos cada compra potencial com uma estrita disciplina financeira", explicou o chefe-executivo da Time Warner, Dick Parsons.
Com a compra, a Sony afiançou sua estratégia de fundir seus produtos eletrônicos de massa com a música e o cinema. E deixa Hollywood com poucas chances de manter --em meio a uma atroz concorrência-- fora das redes das grandes corporações seus estúdios de cinema independente.
Especial
Leia o que já foi publicado sobre a MGM
Estúdio MGM cede à pressão das grandes corporações
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A venda do Metro-Goldwyn-Mayer (MGM) à gigante Sony deixa Hollywood em clima de nostalgia, que vê um de seus últimos estúdios independentes ceder à pressão das grandes corporações transnacionais.
Após meses de disputa, a companhia japonesa de produtos eletrônicos e entretenimento chegou a um acordo de princípios com o famoso estúdio californiano de cinema junto ao qual criará a maior filmoteca do mundo, que contará com mais de 7.000 que serão oferecidos ao mercado de DVDs (a Sony tinha 3.500 e a MGM cederá 4.000).
Sob este acordo, a Sony e outros três investidores --Providence Equity Partners Inc., Texas Pacific Group e DLJ Merchant Banking Partners-- pagarão à MGM mais de US$ 4 bilhões, que incluem a dívida do estúdio, estimada em US$ 2 bilhões.
O acordo, que deu a vitória à Sony depois de uma dura disputa contra a Time Warner Inc., preparou o terreno para o lançamento de um terceiro negócio com a Comcast Corp., maior operadora de TV a cabo do mundo, que oferecerá os filmes das duas filmotecas em seus canais pay per view.
Produtora de sucessos de bilheteria como "Homem-Aranha", a Sony somará ao seu acervo a rica filmoteca da MGM, na qual se inclui as séries do 007 "James Bond", "A Pantera Cor-de-Rosa" e clássicos como "O Mágico de Oz", "Casablanca" e "A Condessa Descalça".
A MGM informou que provavelmente vai aprovar o acordo em 27 de setembro próximo. Esta é a terceira vez em 25 anos que o multimilionário Kirk Kerkorian, 87, vende o estúdio cinematográfico, do qual possui 74% das ações.
Mas desta vez, ele teve bastante trabalho. Com a venda, um dos últimos estúdios independentes cede às pressões dos grandes conglomerados, como já tinha feito a Universal Pictures, que primeiro foi vendida para a Vivendi, dando origem à criação da Vivendi Universal Entertainment (VUE), que neste ano foi vendida para a NBC, empresa da General Electric (GE).
A sensação de perda é generalizada. A Paramount é parte do grupo empresarial multibilionário Viacom, o estúdio 20th Century Fox pertence à News Corp. e a Sony também comprou a Columbia Pictures em 1989.
O acordo entre a MGM e a unidade americana da Sony foi alcançado após vários meses de uma dura queda de braço, dificultada ainda mais quando a gigante Time Warner anunciou o interesse pelo estúdio quando celebrou seus oitenta anos.
Embora a oferta da Time Warner sempre tenha sido menor, o mítico estúdio não se decidia pela Sony, devido à sua complicada estrutura.
A Time Warner ofereceu pagar US$ 11 por ação ou entre US$ 4,5 bilhões e US$ 4,6 bilhões. Depois disso, a Sony aumentou sua oferta para US$ 12 por ação, acima dos US$ 11,25 que tinha oferecido inicialmente.
Então, a Time Warner anunciou que retirava sua oferta, ao informar que o preço da MGM era alto demais, abrindo o caminho para que a Sony controlasse o estúdio independente.
"Embora a MGM seja um bem apreciado, decidimos retirar nossa oferta. Como explicamos aos nossos acionistas, estudamos cada compra potencial com uma estrita disciplina financeira", explicou o chefe-executivo da Time Warner, Dick Parsons.
Com a compra, a Sony afiançou sua estratégia de fundir seus produtos eletrônicos de massa com a música e o cinema. E deixa Hollywood com poucas chances de manter --em meio a uma atroz concorrência-- fora das redes das grandes corporações seus estúdios de cinema independente.
Especial
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