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17/09/2004 - 09h24

50 Cent leva gangsta rap milionário ao Pacaembu

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LÚCIO RIBEIRO
Colunista da Folha

In da stadium. O Pacaembu recebe amanhã, dentro da segunda etapa do multiforme Chimera Music Festival, o rapper casca-grossa 50 Cent, a última grande estrela do gangsta rap e responsável por uma das músicas mais tocadas no planeta de 2003 para cá, o hit "In da Club".

Antes, nesta noite, o Chimera empresta o astro americano para o Rio Rap Festival, evento que será realizado no Pier Mauá. Os shows promoverão o encontro dos rappers pop polêmicos daqui e de lá. Marcelo D2 é outra atração do Rio Rap e do Chimera Music.

Mas, perto das confusões que perseguem 50 Cent, D2 faz hip hop gospel. O rapper americano, 28, que no passaporte se chama Curtis Jackson, é do barulho: órfão de pai e mãe desde os oito anos, já foi traficante, preso, esfaqueado, baleado (tem nove cicatrizes) e muitas vezes processado.

Por transportar essa vida barra-pesada para suas letras, sem tirar nem pôr, a explosão de 50 Cent na cena em 2003 provocou o resgate do gangsta rap, do tipo que cultua tanto um disco quanto uma arma, subgênero que então estava em queda livre na milionária cultura hip hop dos EUA.

"Essa imagem de violência me acompanha e nunca vou conseguir me livrar dela, porque minha vida sempre esteve ligada a isso. Não tinha como fugir do que eu vivia na rua... Não era possível eu cantar sobre flores para a mulher amada ou sobre o sol da Califórnia se eu podia tombar morto a qualquer momento", explicou 50 Cent à Folha, em uma conversa que aconteceu há duas semanas na Inglaterra, no dia em que o rapper se apresentaria em uma Wembley Arena (Londres) de ingressos esgotados.

O show do Wembley e o papo ocorreram um dia antes de o rapper amargar outra encrenca, dessa vez no palco do gigante Reading Festival, quando foi expulso sob vaias e uma chuva de garrafas.

Nova confusão. Com raiva, ao sair de cena, o músico atirou o microfone em direção ao público que o vaiava (não só). Um rapaz de 18 anos reclamou na polícia que foi atingido pelo microfone e caiu nocauteado, inconsciente. 50 Cent teve que visitar a polícia antes de sair da Inglaterra.

No dia anterior ao incidente, na entrevista, 50 Cent curiosamente lembrava: "Com a vida que eu levava, eu me metia em encrenca até quando eu tentava fugir dela. Como eu, tem milhões na mesma situação. O negócio é que dei sorte e fiz sucesso. O dinheiro me sossegou um pouco."

A sorte a que o rapper se refere foi ter cruzado em 2002 o caminho de outro rapper-encrenca, o Eminem. Caiu nas mãos do astro uma dessas "street tapes", fitas cassete em que os rappers iniciantes botam seu ritmo e poesia e vendem nas ruas e nas pequenas lojas, esperando ser descobertos.

Assim nasceu o sugestivo "Get Rich or Die Tryin'" (Fique Rico ou Morra Tentando), lançado no ano passado, que a esta altura já vendeu 12 milhões de unidades e fechou o ano ousando dividir as atenções rapper com a obra-prima "Speakerboxxx/The Love Below", do Outkast.

"Devo tudo ao Eminem e ao Dr. Dre [o outro produtor]. E não é porque vendi milhões de discos que vou deixar de agradecer aos dois. Eu não era ninguém e hoje eu posso levar minha música para o Brasil, veja você."

50 Cent traz ao Brasil seu coletivo de rap G Unit e algumas poucas músicas novas, que vão estar no próximo álbum, a chegar às lojas só em 2005 para suceder o ricaço "Get Rich...". O disco novo, a priori previsto para fevereiro deste ano, já teve seu lançamento adiado por três vezes.

"Não me senti pronto ainda para lançar um novo disco. Algumas músicas estão OK, e essas podem até entrar no show. Mas o resto delas ainda não presta. Precisam ser melhoradas", afirmou.

Segundo o rapper, as canções do novo CD precisam se enquadrar neste hibridismo que o hip hop vem assistindo nos EUA, eclipsado pelo sucesso do Outkast, que mistura soul e jazz ao rap. "Encontrar a mistura ideal é o que tem dificultado minha vida, até por causa de meu pobre histórico na música. Meu sonho é encontrar o equilíbrio perfeito entre meu rap e uma canção do Stevie Wonder", declara.

O Chimera Music Festival, amanhã em São Paulo, além de 50 Cent e Marcelo D2 terá shows do grupo O Rappa, Rappin" Hood e Negra Li e Helião.

CHIMERA HIP HOP MUSIC FESTIVAL. Onde: estádio do Pacaembu (pça. Charles Miller, s/nº, Pacaembu, SP, tel.0/ xx/11/2162-7250). Quando: amanhã; abertura dos portões, 15h; shows, a partir das 17h. Quanto: R$ 60 (arqu.), R$ 80 (pista) e R$ 100 (cadeira).

Especial
  • Leia o que já foi publicado sobre o rapper 50 Cent
  • Leia o que já foi publicado sobre o Chimera Music Festival
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