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01/10/2004 - 09h10

Veja "minicrítica" de 25 filmes e decida o que vale a pena ver nos cinemas

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RICARDO FELTRIN
Editor-chefe da Folha Online

Segue a crítica de 25 filmes em cartaz nos cinemas. Vale lembrar que, por ser uma crítica, é também uma avaliação subjetiva, baseada no gosto pessoal da reportagem. O objetivo é dar dicas para você decidir o que vale e o que não vale a pena assistir neste final de semana eleitoral.




Kill Bill - Vol. 2 (idem) - Neste sábado acontece a segunda semana de pré-estréia em São Paulo, com exibição de "Kill Bill - Vol. 2" em 11 salas da cidade. A obra-prima chega ao fim? Não é o que parece, porque ao final de "Vol. 2" ficam abertas ao menos três portas, caso Tarantino & Miramax decidam ganhar mais dinheiro: 1ª) um eventual capítulo "zero" contando a saga de Uma Thurman como assassina profissional e amante de Bill;
2ª) uma continuação com a sede de vingança da filhinha de Vernita Green (Vivica Fox), que aos seis anos (no Vol. 1) viu a mãe ser morta pela Noiva e ainda foi desafiada a acertar contas no futuro; 3ª) a continuação da vida da Noiva (agora o nome será revelado) pós-fase Bill. Sobre o filme mesmo o melhor é não falar muito para não estragar a surpresa.

Primavera, Verão, Outono, Inverno e... Primavera ("Bom Yeorum Gaeul Gyeoul Geurigo Bom") - Tem todas as qualidades do ótimo cinema oriental contemporâneo: é humanista, emocional, hipnótico, além da tradicional fotografia deslumbrante. Um filme reflexivo, para quem gosta de "voar" no cinema. Quem gosta só de filmes de ação deve passar longe. Bem longe.

A Marquesa D'O ("Die Marquise von O") - Eric Rohmer, o mestre da nouvelle vague, em seu provavelmente mais brilhante e divertido filme. "A Marquesa D'O" pode levar a platéia das lágrimas aos risos em questão de cenas. Uma das melhores coisas em cartaz em São Paulo.

Supremacia Bourne - ("The Bourne Supremacie") De longe, o melhor filme de ação de 2004. Entre suas pérolas (além do irretocável roteiro) há uma antológica cena "fúnebre" de amor em um rio (não vamos detalhar porque você tem que ver) e uma seqüência de dez minutos de perseguição de carros para satisfazer até o mais "adrenalino" dos espectadores.

A Paixão Segundo Martins ("Die Martins-Passion") - Obra que resgata a importância de Martins, talvez o maior intérprete de Johann Sebastian Bach de todos os tempos. Pena que só esteja em cartaz uma única vez por dia, e ainda por cima em horário ingrato: 13h10, no Unibanco Arteplex. Vantagem: o ingresso é muito mais barato.

Cama de Gato (idem) - Larry Clark (autor de lixos cinematográficos como "Kids", "Bully" e, bleargh, "Ken Park") precisa urgentemente assistir a este filme de Alexandre Stockler. Talvez assim aprenda de uma vez por todas como se faz cinema "cru" e de alto nível sobre jovens. "Cama de Gato" tem tudo que Clark nunca conseguiu: inteligência, conteúdo, edição, direção e roteiro. E um Caio Blat perfeito no papel "classe média".

O Agente da Estação ("The Station Agent") - O ator anão Peter Dinklage no papel de si mesmo preenche os espaços desse estranho e belo filme de Thomas McCarthy --que trata sobre o preconceito, a intolerância e a (auto) aceitação de uma pessoa com limitações dentro de uma agressiva e hipócrita sociedade. O final é saboroso.

Super Size Me - A Dieta do Palhaço ("Super Size Me") - Falando em sabor, eis um filme digesto, divertido e bem editado, apesar de um tanto escatológico em sua parte final. Para exorcizar, saia do cinema e tente comer uma "promoção nº 1". Se for capaz.

Fahrenheit, 11/9 (idem) - Michael Moore só aborda um lado da moeda e parte para a ridicularização do presidente George W. Bush. Bem, nada mais fácil que ridicularizar esse senhor. Mas Moore também fez um bom trabalho de apuração e edição do material contra Bush. O resultado poderia ser melhor ainda se o filme tivesse 20 minutos a menos.

A Vila ("The Village") - Este filme é prova de que há vida inteligente no mundo do cinema-suspense. Infelizmente essa obra de M. Night Shyamalan tem sido vendida como um filme de terror, o que é uma terrível injustiça para sua qualidade. "A Vila" é excelente.

Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças ("Eternal Sunshine of the Spotless Mind") - Dizer que é o melhor filme da vida de Jim Carrey pode não ser um grande incentivo para você assistir. Melhor dizer que é um dos melhores filmes do ano, digno do valor do ingresso que você paga.

Efeito Borboleta ("The Butterfly Effect") - Se você não foi ver ainda porque não gosta do Ashton Kutcher está cometendo um grande erro. É um filme fantástico e merece as 4 estrelinhas que a crítica lhe dá. O enredo, aliás, é bem parecido com "Brilho Eterno...".

Colateral ("Collateral) - Difícil dizer quem se sai melhor: se o assassino Tom Cruise ou o taxista Jamie Foxx. Mesmo com algumas "forçadas" do roteiro (como numa seqüência de matança dentro de um clube noturno abarrotado de gente), é uma boa diversão. Mas nada além disso, hein?

Garotas do Calendário ("Calendar Girls") - Filme para todas as idades e para todos os estados de espírito. Quando há conteúdo (caso desta obra, baseada em fatos reais) e diálogos bacanas, o resultado é sempre bom. Não é uma maravilha, mas é muito engraçado.

Rei Arthur ("King Arthur") - Uma crítica --no mínimo, esquisita-- que esse filme vem recebendo é que a lenda seria mais interessante do que o mostrado na tela. Culpa do filme, que é baseado nas últimas investigações arqueológicas? Claro que não. O filme tem um Arthur "cool" (Clive Owen) e uma Guinevere (Keira Knightley) que em nada lembra a descrição do épico musical de Rick Wakeman. Mesmo assim tem conteúdo e locações de deixar a platéia de queixo caído.

Jornada de James para Jerusalém ("Massa'ot James Be'eretz Hakodesh") - A grande qualidade desse filme é o fato de, despretensiosamente, mostrar como o dinheiro e a cobiça conseguem alterar o rumo da vida de qualquer um. Tudo que James queria era visitar a sagrada Jerusalém e voltar para sua terra, na África, e contar a todos o que viu... Mas no meio do caminho tinha um empresário oportunista... e um James ingênuo...

O Terminal ("The Terminal") - Vamos lá, 128 minutos é um bocado de tempo para o que este filme tem a dizer. Grosso modo, vale como "metáfora" para o tratamento que muitos estrangeiros devem estar recebendo nos aeroportos dos Estados "Paranóicos" Unidos. Tirando isso tem Tom Hanks, que faz qualquer sacrifício de um cinéfilo valer a pena (como no recente "The Ladykillers").

Redentor (idem) - Inteligente, bem editado, ótimos efeitos especiais, fotografia OK e diálogos, também. Como bônus, atuações elogiáveis de Miguel Falabella e Pedro Cardoso. Também já está entre os melhores filmes brasileiros de 2004.

Garotas do ABC (idem) - A idéia, o enredo e o roteiro são muito bons, mas parte do elenco deixa muito a desejar. Há momentos em que o núcleo de atrizes "da fábrica" parece estar lendo o texto em teleprompters. Resultado: o excelente Selton Mello deita, rola e rouba todas as cenas. Mas aí também já é covardia.

Olga (idem) - Para evitar injustiças, vamos fazer assim... Pontos positivos: a história em si, o ótimo enredo, a direção perfeita, a edição impecável, a fotografia maravilhosa, a delicadeza da última cena do filme. Pontos negativos: qualidade dos diálogos, a química zero entre os protagonistas (Camila Morgado e Caco Ciocler) que transformaram Olga numa "pseudo" travadona e Prestes, num metrossexual; indefinição da língua a ser usada e a trilha sonora chata de galochas. Resultado: pode ir ver tranqüilo, mas... concorrer ao Oscar? Bah!

Para Sempre na Minha Vida ("Come te Nessuno") - Filme sobre o, digamos, comportamento hormonal de adolescentes que teimam em lutar contra o sistema. O sistema, no caso, é a escola que freqüentam e que decidem invadir e ocupar. Ah, sim, aí tem umas mocinhas sexualmente ativas... Sem compromisso, para ser assistido no domingo à tarde.

Igual a Tudo na Vida ("Anyting Else") - Talvez seja hora de Woody Allen tirar umas férias para decidir se vai continuar fazendo filmes de segunda categoria. "Igual a Tudo na Vida" é tão ruim, tão bobo e tão chato quanto o anterior, "Dirigindo no Escuro". Uma "eca". Uma perda de tempo.

Show de Vizinha - ("The Girl Next Door") - Você leu alguma crítica falando bem desta comédia (sic)? Leu? Pois é, devia ter desconfiado. A única coisa que se salva aqui é a trilha sonora, porque o filme é um lixo. Poupe-se dessa asneira e compre só o CD da trilha, quando sair.

O Enviado ("Godsend") - Todo mundo comete erros na vida, e o maior já cometido pelo senhor De Niro deve ter sido aceitar participar desta bobagem cinematográfica. A idéia até que era boa, se o diretor, num daqueles lampejos comerciais de "gênio", não decidisse no meio incluir um componente extra --algo de um psicopata e blablablá. Não vá. Não perca dinheiro com esta porcaria. Nem se você amar De Niro.

Yu-Gi-Oh ("Yûgiô: Gekjô-Ban") - Por mais que você adore desenhos e, principalmente, desenhos japoneses (nosso caso), este aqui é uma legítima "bomba". Na TV, em episódios curtinhos, as aventuras do garoto vencedor Yugi ainda passam. Mas neste longa há um determinado trecho com dez minutos de uma "vibrante" batalha de... cartas, num arremedo da idéia que "Pokémon" trouxe sete anos atrás. É inevitável, nesse momento você ouve o ronco dos pais no cinema e vê a babinha caindo da boca das crianças...

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