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18/10/2004 - 17h32

Líder sérvio publica romance com elementos autobiográficos

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da France Presse, em Belgrado

Um romance com elementos autobiográficos escrito por Radovan Karadzic, poeta e psiquiatra, líder dos sérvios da Bósnia, acusado de crimes de guerra, foi lançado hoje em Belgrado.

Este romance é o último da série de obras literárias de Karadzic, que se tornou líder político dos sérvio-bósnios durante a guerra étnica de 1992-1995.

Karadzic é foragido da Justiça desde 1996, um ano depois de ter sido processado pelo Tribunal Penal Internacional por genocídio, crimes de guerra e crimes contra a humanidade, durante a guerra da Bósnia.

Intitulado "A Milagrosa Crônica da Noite", o livro conta a história de um homem que está na prisão por engano no momento da morte de Josip Broz Tito, fundador e ex-presidente da antiga Iugoslávia.

"O autor sugere neste livro que o desastre nos Bálcãs começou depois da morte de Tito", afirmou Miroslav Toholj, ex-encarregado da entidade dos sérvios da Bósnia, um dos proprietários e redator da editora Igam, que publica a obra.

"Este romance ficará mundialmente famoso e trará satisfação ao seu autor, depois das injustas acusações que pesam contra ele", disse Toholj.

Segundo o editor, o livro, lançado em Belgrado, terá outras apresentações feitas ainda na Sérvia, em Montenegro, na República Sérvia, em Moscou e em Chicago (EUA).

Em meados de setembro, um quarto volume das obras políticas de Radovan Karadzic, intitulado "Appeals and Charity" (Caridade e Apelos) foi publicado em Belgrado.

Na Sérvia, Karadzic publicou uma dúzia de livros, entre eles alguns de poesia para crianças e uma peça de teatro.

Acredita-se que o fugitivo esteja escondido em algum lugar da Bósnia sob controle dos sérvios, nas proximidades de Montenegro, onde é considerado um herói, assim como o ex-líder militar Ratko Mladic, também procurado pela Justiça.

Nos últimos anos as forças da Otan e da polícia sérvio-bósnia lançaram várias operações para tenta capturar Karadzic, 58, mas não tiveram sucesso.

A última, realizada em janeiro passado, ocorreu na cidade de Pale, quartel-general de Karadzic durante a guerra. A procuradora do TPI, Carla Del Ponte, disse na época que a Otan esteve a ponto de prendê-lo.

Com a finalidade de romper com a teia de apoio a Karadzic, a comunidade internacional congelou as contas bancárias de dezenas de pessoas, entre elas o irmão, o filho, a filha e a esposa do foragido.

No início de março, Washington ameaçou as autoridades sérvio-bósnias com sanções caso continuassem sem nada fazer para prender Karadzic.

A Bósnia do pós-guerra é formada por duas entidades, a República Sérvia (RS, entidade sérvia) e a Federação Croato-muçulmana, cada uma com governo próprio, ambas unidas por instituições centrais.

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