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26/10/2004
-
13h35
da Folha Online
Parecer de duas peritas do Ministério Público Estadual do Rio de Janeiro aponta que a cantora Cássia Eller morreu devido a um erro médico. De acordo com a análise, o atendimento dado à cantora teria sido contra-indicado para eventual uso de álcool ou de qualquer outro tipo de droga.
No entanto, laudo do IML divulgado à época da morte da cantora havia negado que ela tivesse consumido qualquer substância entorpecente (leia mais abaixo, em "Histórico").
Os médicos da Casa de Saúde Santa Maria, no bairro de Laranjeiras (zona sul do Rio de Janeiro), onde Cássia Eller foi socorrida em 29 de dezembro de 2001, teriam ministrado, segundo a perícia, o medicamento Plasil, o que poderia ter provocado uma parada cardíaca na cantora.
De acordo com o professor de Clínica Médica da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), Antonio Carlos Lopes, dificilmente uma ampola de Plasil pode complicar uma intoxicação exógena causada pelo uso de outras drogas ao ponto de levar a uma parada cardíaca.
Para justificar a recusa no arquivamento do processo, o Ministério Público afirma que o laudo do exame cadavérico "indica como causa da morte infarto agudo do miocárdio consecutivo a múltiplas paradas cardiorrespiratórias".
"Havendo nos autos indícios de que a vítima teria ingerido álcool e cocaína antes de sua internação, a terapêutica utilizada foi equivocada, o que pode ter levado ao evento fatal", afirma o documento.
A assessoria de imprensa do Ministério Público afirma que o processo sobre a morte da cantora foi enviado à 6ª Promotoria de Investigação Penal de Laranjeiras. Procurada pela Folha Online, a Casa de Saúde Santa Maria não se manifestou sobre o parecer. A clínica informou que dará uma entrevista coletiva ainda esta tarde.
Histórico
A suspeita de erro médico já havia sido negada pela clínica Santa Maria em janeiro de 2002. O laudo divulgado pelo IML (Instituto Médio Legal), no mesmo período, não apontou vestígios de drogas ou álcool no corpo de Eller.
Segundo a perita farmacêutica Eliani Spinelli, citada pela assessoria criminal do Ministério Público na página seis do parecer, "a técnica disponível para exame pericial não tinha sensibilidade para detecção do cocaetileno [combinação da cocaína e álcool] após doses usuais de cocaína e álcool".
De acordo com a perita, doses usuais de pequenas quantidades de cocaína produzem concentração baixa da droga no sangue. À época, diz Spinelli, essa quantidade não era detectada pela técnica de triagem disponível no Instituto Médico Legal Afrânio Peixoto, onde os testes foram feitos.
Eliani Spinelli salienta que "a cocaína desaparece rápido do sangue" e o "o álcool também é eliminado rapidamente".
"Portanto, o exame toxicológico negativo para álcool ou cocaína, no contexto deste caso, não exclui a possibilidade do uso recente dessas substâncias em doses baixas ou do uso de doses maiores em um tempo anterior (durante a noite, por exemplo)", cita o relatório.
Logo após a morte da cantora, o laboratório Aventis Pharma, fabricante do Plasil, fez uma pesquisa em seus arquivos e não encontrou nenhum caso registrado de morte por Plasil injetável no Brasil.
De acordo com o item "interações" da bula do medicamento, álcool, anestésicos, hipnóticos, sedativos, narcóticos e tranqüilizantes potencializam o efeito sedativo.
2001
A cantora Cássia Eller morreu às 19h05 do dia 29 de dezembro de 2001, aos 39 anos, após sofrer três paradas cardíacas na clínica Santa Maria.
Segundo pessoas próximas da cantora, Cássia Eller estava se sentindo mal e reclamando de enjôos. Os sintomas seriam resultado de estresse provocado por excesso de trabalho.
O boletim médico informava que Cássia Rejane Eller chegou à clínica "com quadro de desorientação e agitação, tendo evoluído rapidamente para depressão respiratória e parada cardiorrespiratória".
Leia mais
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Ministério Público aponta erro médico na morte da cantora Cássia Eller
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Parecer de duas peritas do Ministério Público Estadual do Rio de Janeiro aponta que a cantora Cássia Eller morreu devido a um erro médico. De acordo com a análise, o atendimento dado à cantora teria sido contra-indicado para eventual uso de álcool ou de qualquer outro tipo de droga.
No entanto, laudo do IML divulgado à época da morte da cantora havia negado que ela tivesse consumido qualquer substância entorpecente (leia mais abaixo, em "Histórico").
Os médicos da Casa de Saúde Santa Maria, no bairro de Laranjeiras (zona sul do Rio de Janeiro), onde Cássia Eller foi socorrida em 29 de dezembro de 2001, teriam ministrado, segundo a perícia, o medicamento Plasil, o que poderia ter provocado uma parada cardíaca na cantora.
13.01.2001-FI |
Cássia Eller em janeiro de 2001 |
De acordo com o professor de Clínica Médica da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), Antonio Carlos Lopes, dificilmente uma ampola de Plasil pode complicar uma intoxicação exógena causada pelo uso de outras drogas ao ponto de levar a uma parada cardíaca.
Para justificar a recusa no arquivamento do processo, o Ministério Público afirma que o laudo do exame cadavérico "indica como causa da morte infarto agudo do miocárdio consecutivo a múltiplas paradas cardiorrespiratórias".
"Havendo nos autos indícios de que a vítima teria ingerido álcool e cocaína antes de sua internação, a terapêutica utilizada foi equivocada, o que pode ter levado ao evento fatal", afirma o documento.
A assessoria de imprensa do Ministério Público afirma que o processo sobre a morte da cantora foi enviado à 6ª Promotoria de Investigação Penal de Laranjeiras. Procurada pela Folha Online, a Casa de Saúde Santa Maria não se manifestou sobre o parecer. A clínica informou que dará uma entrevista coletiva ainda esta tarde.
Histórico
A suspeita de erro médico já havia sido negada pela clínica Santa Maria em janeiro de 2002. O laudo divulgado pelo IML (Instituto Médio Legal), no mesmo período, não apontou vestígios de drogas ou álcool no corpo de Eller.
Segundo a perita farmacêutica Eliani Spinelli, citada pela assessoria criminal do Ministério Público na página seis do parecer, "a técnica disponível para exame pericial não tinha sensibilidade para detecção do cocaetileno [combinação da cocaína e álcool] após doses usuais de cocaína e álcool".
De acordo com a perita, doses usuais de pequenas quantidades de cocaína produzem concentração baixa da droga no sangue. À época, diz Spinelli, essa quantidade não era detectada pela técnica de triagem disponível no Instituto Médico Legal Afrânio Peixoto, onde os testes foram feitos.
Eliani Spinelli salienta que "a cocaína desaparece rápido do sangue" e o "o álcool também é eliminado rapidamente".
"Portanto, o exame toxicológico negativo para álcool ou cocaína, no contexto deste caso, não exclui a possibilidade do uso recente dessas substâncias em doses baixas ou do uso de doses maiores em um tempo anterior (durante a noite, por exemplo)", cita o relatório.
Logo após a morte da cantora, o laboratório Aventis Pharma, fabricante do Plasil, fez uma pesquisa em seus arquivos e não encontrou nenhum caso registrado de morte por Plasil injetável no Brasil.
De acordo com o item "interações" da bula do medicamento, álcool, anestésicos, hipnóticos, sedativos, narcóticos e tranqüilizantes potencializam o efeito sedativo.
2001
A cantora Cássia Eller morreu às 19h05 do dia 29 de dezembro de 2001, aos 39 anos, após sofrer três paradas cardíacas na clínica Santa Maria.
Segundo pessoas próximas da cantora, Cássia Eller estava se sentindo mal e reclamando de enjôos. Os sintomas seriam resultado de estresse provocado por excesso de trabalho.
O boletim médico informava que Cássia Rejane Eller chegou à clínica "com quadro de desorientação e agitação, tendo evoluído rapidamente para depressão respiratória e parada cardiorrespiratória".
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