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30/10/2004 - 12h40

Versão reformulada do The Doors mistura samba com clássicos

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GUILHERME GORGULHO
da Folha Online

Clássicos absolutos do rock and roll, mais samba e ataques ao governo de George W. Bush foram os ingredientes utilizados pelo The Doors of The 21st Century para cativar o público brasileiro na primeira apresentação da banda em solo brasileiro na noite de ontem.

Com a casa de espetáculos paulistana Credicard Hall lotada, a versão reformada do grupo californiano saciou a audiência com todos seus velhos hits e ainda acrescentou na receita uma inusitada mistura de bateria de escola de samba em sua sonoridade que acabou combinando muito bem.

Ao iniciar a canção "Break On Through", subiram ao palco oito percussionistas da Vai-Vai acompanhando o ritmo com seu gingado e surpreendendo o público, que respondeu efusivamente com gritos e aplausos. A suingada linha melódica da música casou perfeitamente com o som de tamborins e outros instrumentos da escola de samba e deixou os músicos da banda visivelmente empolgados.

O guitarrista Robby Krieger, 58, e o tecladista Ray Manzarek, 65, são os únicos membros originais do Doors no grupo, mas o público parece não se importar com o fato de que Jim Morrison morreu há 33 anos e quer mesmo é poder curtir ao vivo canções que fazem parte da história do rock and roll.

Acompanhados do ex-vocalista do The Cult, o inglês Ian Astbury, 42 --que se esforça para lembrar Morrison, desde penteado, passando pelas calças justas e pelos óculos escuros--, o D21C mostrou bastante energia e ganhou o público, majoritariamente jovem.

Apesar de nunca tocar com um baixista em shows nos tempos áureos do grupo, o Doors reformado adotou nesta turnê latino-americana o apoio do músico Phil Chen. Além dele, a banda também conta com as baquetas de Ty Dennis --egresso da Robby Krieger Band--, que substituiu John Densmore depois de divergências entre o baterista e seus dois colegas.

Atualmente a banda está trabalhando em novas canções que estarão em um disco ainda sem previsão de lançamento, mas nada deste projeto foi mostrado ontem em São Paulo.

O primeiro produto da versão reformulada do Doors foi lançado neste ano: o DVD "L.A. Woman Live", que Manzarek afirma ter sido a turnê do disco homônimo que deveria ter acontecido se Morrison tivesse voltado de Paris em 1971.

Coleção de hits

O show começou com cerca de 20 minutos de atraso ao som da introdução "O Fortuna", da ópera "Carmina Burana", regravada por Manzarek no disco homônimo de 1983.

Já de cara o D21C abre o show com "Roadhouse Blues", cantada em coro pela audiência. A partir daí a banda passa por todos seus grandes sucessos, como "Love Me Two Times", "People Are Strange", "When the Music's Over", "Touch Me" e "L.A. Woman'.

Antes de "Five to One", Manzarek aproveita para atacar o presidente americano, George W. Bush, e manifestar seu apoio ao democrata John Kerry. "Não sei como ele [Bush] chegou lá da primeira vez. Mas não queremos esse cara. Queremos paz, queremos amor, queremos América e queremos vocês", disse o tecladista, terminando com o bordão hippie "faça amor, não faça guerra".

Outro destaque da noite foi a belo solo flamenco de Krieger, que deixou sua indefectível Gibson SG de lado para tocar "Spanish Caravan" ao violão. "Esse é o único cara que nós conhecemos que toca flamenco e rock and roll", elogiou entusiasmado Manzarek.

No bis, "Riders On The Storm" e o hit maior da banda, "Light My Fire", em uma longa versão que teve direito à volta de um dos sambistas para duelos com os músicos da banda para o delírio do público, além dos tradicionais elogios ao público brasileiro e homenagens com a bandeira nacional.

Depois de apresentações no México, Chile, Argentina e São Paulo nesta última semana, o D21C toca nesta noite no Claro Hall, no Rio de Janeiro.

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