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04/11/2004
-
11h14
LÚCIA VALENTIM RODRIGUES
da Folha de S.Paulo
"Em se tratando de um filme em que nenhum cineasta sabia o que o outro estava fazendo, ficou muito bom." Foi assim que o alemão Wolfgang Becker definiu "Bem-Vindo a São Paulo", exibido pela primeira vez ao público anteontem e que tem sua última apresentação hoje na 28ª Mostra.
Ressaltado pela organização da Mostra como "cópia de trabalho", o filme, com 100 minutos, é uma colagem de 17 curtas feitos por cineastas de todo o mundo como a portuguesa Maria de Medeiros, o americano Jim McBride e o malaio Tsai Ming-liang em homenagem ao iraniano Abbas Kiarostami.
A estréia também foi dedicada ao cineasta holandês Theo van Gogh, assassinado na última terça em Amsterdã. "É lamentável o que aconteceu. É uma coisa séria contra a liberdade de expressão", disse Leon Cakoff, curador do evento e produtor do filme.
Desde seu primeiro anúncio, no último Festival de Cannes, em maio, "Bem-Vindo a São Paulo" cresceu. De 14 diretores iniciais, passou para seus 18 atuais, com a inclusão de um episódio de Caetano Veloso, que também faz a narração, de misto de filme e depoimento do israelense Amos Gitai e de curtas de Leon Cakoff e Renata de Almeida, também idealizadores do projeto.
O centro de São Paulo é a presença mais forte do filme, aparecendo em quase todos os episódios. Daniela Thomas, por exemplo, percorreu os 3,4 quilômetros do Minhocão; Phillip Noyce parte da praça da Sé para mostrar a solidão e o abandono da cidade; o edifício São Vito protagoniza o segmento de Ming-liang.
Extras
Antes de começar a sessão, Cakoff fez um pedido para que a platéia ficasse até o fim dos créditos: "Reservamos três bônus para que as pessoas não deixem a sala". O público obedeceu e ficou para ver uma entrevista com Adoniran Barbosa, uma apresentação do grupo Americantiga com o coro Conceito Barroco e o making of.
"Como rascunho foi bom", afirmou a montadora Cristina Amaral. E, em clima de rascunho, "Bem-Vindo a São Paulo" fecha os lançamentos da Mostra.
A partir de amanhã, começa a repescagem no Cinesesc e no Cinearte, contemplando os mais bem votados pelo público e pela crítica, mas a programação não havia sido definida até o fechamento desta edição.
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"Bem-Vindo a SP" estréia como rascunho
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da Folha de S.Paulo
"Em se tratando de um filme em que nenhum cineasta sabia o que o outro estava fazendo, ficou muito bom." Foi assim que o alemão Wolfgang Becker definiu "Bem-Vindo a São Paulo", exibido pela primeira vez ao público anteontem e que tem sua última apresentação hoje na 28ª Mostra.
Ressaltado pela organização da Mostra como "cópia de trabalho", o filme, com 100 minutos, é uma colagem de 17 curtas feitos por cineastas de todo o mundo como a portuguesa Maria de Medeiros, o americano Jim McBride e o malaio Tsai Ming-liang em homenagem ao iraniano Abbas Kiarostami.
A estréia também foi dedicada ao cineasta holandês Theo van Gogh, assassinado na última terça em Amsterdã. "É lamentável o que aconteceu. É uma coisa séria contra a liberdade de expressão", disse Leon Cakoff, curador do evento e produtor do filme.
Desde seu primeiro anúncio, no último Festival de Cannes, em maio, "Bem-Vindo a São Paulo" cresceu. De 14 diretores iniciais, passou para seus 18 atuais, com a inclusão de um episódio de Caetano Veloso, que também faz a narração, de misto de filme e depoimento do israelense Amos Gitai e de curtas de Leon Cakoff e Renata de Almeida, também idealizadores do projeto.
O centro de São Paulo é a presença mais forte do filme, aparecendo em quase todos os episódios. Daniela Thomas, por exemplo, percorreu os 3,4 quilômetros do Minhocão; Phillip Noyce parte da praça da Sé para mostrar a solidão e o abandono da cidade; o edifício São Vito protagoniza o segmento de Ming-liang.
Extras
Antes de começar a sessão, Cakoff fez um pedido para que a platéia ficasse até o fim dos créditos: "Reservamos três bônus para que as pessoas não deixem a sala". O público obedeceu e ficou para ver uma entrevista com Adoniran Barbosa, uma apresentação do grupo Americantiga com o coro Conceito Barroco e o making of.
"Como rascunho foi bom", afirmou a montadora Cristina Amaral. E, em clima de rascunho, "Bem-Vindo a São Paulo" fecha os lançamentos da Mostra.
A partir de amanhã, começa a repescagem no Cinesesc e no Cinearte, contemplando os mais bem votados pelo público e pela crítica, mas a programação não havia sido definida até o fechamento desta edição.
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