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30/11/2004 - 09h33

Cineastas defendem Ancinav no Festival de Brasília

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TEREZA NOVAES
Enviada especial a Brasília

Sem destoar do tom combativo de edições anteriores, o Festival de Brasília, que termina hoje, voltou a ser palanque, desta vez dos defensores da Ancinav (Agência Nacional do Cinema e do Audiovisual). Em diferentes ocasiões, os cineastas Vladimir Carvalho e Tuna Espinheira se manifestaram favoráveis ao projeto.

Dois fatos esquentam o debate: a formalização, na semana passada, do Fórum pelo Desenvolvimento do Audiovisual e do Cinema (FAC) --que congrega setores da TV e do cinema contrários a Ancinav-- e a proximidade da reunião do Conselho Superior de Cinema, no dia 9, quando o texto será analisado por nove ministros e pela comissão civil responsável pelas adaptações do projeto.

No olho do furacão está o Congresso Brasileiro de Cinema (CBC), acusado de ser pró-Ancinav pelos integrantes do FAC. Quatro entidades da área de exibição e o Sindicato dos Produtores do Rio de Janeiro se desligaram do congresso sob essa alegação. Ontem à tarde deveria ser realizada uma assembléia do CBC, em frente ao hotel onde se realiza o festival.

Leia a seguir trechos da entrevista com o presidente do CBC, Geraldo Moraes, e o vice-presidente da Apaci (Associação Paulista de Cineastas), Toni Venturi.

Folha de S.Paulo - O CBC é a favor da Ancinav?

Geraldo Moraes - Desde o primeiro congresso, a parcela do cinema e do audiovisual representada faz não somente a defesa da necessidade de regulamentar o setor como propõe recomendações objetivas, sugerindo medidas concretas que devem ser tomadas para o fomento, a defesa e o crescimento do setor. Em todos os encontros, também sempre foi colocada a necessidade de uma instituição governamental que coordenasse a regulamentação. E há coisas que precisam ser corrigidas. Uma delas é a acusação de que o CBC não estaria ouvindo as outras vozes. Em todas as questões nós sempre escutamos todas as entidades.

Toni Venturi - O CBC, por congregar associações dos três elos da cadeia, produção, distribuição e exibição, nunca se pronunciou formalmente a favor da agência. O congresso foi acusado de apoiá-la, mas isso é mentira. Na verdade, o documento [defendendo a criação da Ancinav] capitaneado por mim, por Geraldo Moraes e por Luiz Carlos Lacerda, assinado por 55 associações e 400 profissionais da área, foi uma iniciativa individual. O CBC não assina esse documento. Essa foi a desculpa para a criação do FAC.

Folha de S.Paulo - A criação do FAC e a saída de algumas entidades enfraquecem a representatividade do congresso?

Venturi - A existência de dois fóruns de debate demonstra uma crise de crescimento do setor.

Moraes - Neste momento, filma-se no Brasil inteiro, em todos os gêneros. O que faz a indústria em qualquer país é a diversidade de sua produção, na qual deve se encontrar um grande número de produtos de médio consumo e outros que se destaquem. Essa distinção que foi criada entre o cinema industrial e o não-industrial é falsa.

Folha de S.Paulo - Há um temor em relação ao possível lobby das entidades contrárias à criação da Ancinav no Congresso? A Frente Parlamentar em Defesa do Cinema [instituída na semana passada] seria um ataque preventivo?

Moraes - Apesar de a idéia da frente existir há muito tempo, a viabilização agora é pelo fato da apresentação do projeto da Ancinav. O Congresso Brasileiro de Cinema foi ouvido, mas a criação da frente é uma iniciativa de parlamentares. Nós, produtores independentes, estamos acostumados a fazer filme com dificuldade, sermos veiculados num mercado ridículo. Nós temos medo de perder o quê? Quem pode temer alguma coisa é quem tem espaço a perder; e nós não temos.

A jornalista Tereza Novaes viaja a convite da organização do evento

Especial
  • Leia o que já foi publicado sobre a Ancinav
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