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02/12/2004 - 21h00

Filme sobre Ray Charles esperou 15 anos por financiamento

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da France Presse, em Londres

O cineasta americano Taylor Hackford batalhou durante 15 anos para encontrar financiamento para seu filme "Ray", sobre Ray Charles, obra de ficção baseada na vida do músico que é apontada como uma das candidatas ao Oscar.

O dinheiro para a produção veio de um americano apaixonado pela música de Ray Charles, que resolveu investir US$ 35 milhões para levar o projeto às telas.

O investidor não se equivocou: o longa-metragem vendeu US$ 65 milhões durante suas quatro primeiras semanas nos cinemas dos Estados Unidos e o intérprete, Jamie Foxx, é apontado como um forte candidato ao Oscar de melhor ator.

Impulsionado por este sucesso, o último disco de Ray Charles, "Genius loves company", conquistou os primeiros lugares nos Estados Unidos e recebeu um prêmio de platina póstumo.

"Porque era cego, Ray Charles conseguia expressar suas emoções melhor que os outros", disse Hackford. "Não era inibido, falava tudo, ele não tentava ser cool, era cool", continuou o cineasta, que vive entre Los Angeles, Nova York e Londres.

"Ray Charles estava sozinho na escuridão", o que foi determinante para o desenvolvimento de seu gênio musical, opinou Hackford, fascinado pela história da música negra e das classes desfavorecidas nos Estados Unidos.

Além dos sucessos nas bilheterias como "An Officer and a Gentleman", o cineasta realizou em 1987 um documentário sobre o músico negro Chuck Berry, um dos grandes nomes da música, que despertou o interesse de um dos filhos de Ray Charles.

Taylor Hackford conheceu Ray Charles em 1987 e obteve os direitos para um filme sobre sua vida. Depois, lutou em vão durante 10 anos para convencer Hollywood a financiar a produção.

Além disso, teve de encontrar um ator que pudesse interpretar o músico, e encontrou Jamie Foxx, pianista desde os três anos de idade, parecido fisicamente com Charles e que chegou a tocar com ele.

"Ray Charles escreveu sua autobiografia, mas deu os dados sem falar do que sentia", destacou Hackford, que se reuniu muitas vezes com o músico, durante 15 anos.

Para o filme, o cineasta falou com 30 amigos mais próximos do "rei do soul" e recorreu a um escritor negro, originário do sul dos Estados Unidos, para dar autenticidade aos diálogos.

Hackford, embora seja um fervoroso admirador do músico, reconhece que seu filme "não o apresenta sempre sob um aspecto simpático".

O músico, que morreu em junho deste ano de uma doença do fígado, teve tempo de ouvir uma montagem do filme ao lado do realizador, que descrevia as seqüências para ele.

"Ele sempre queria ouvir a voz de sua mãe, personagem-chave do filme", contou.

Charles, de família negra e pobre, nasceu cego, na Geórgia, no sul dos Estados Unidos, e morreu em junho passado, aos 73 anos.

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