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08/10/2000 - 17h17

Herchcovitch estréia nas passarelas francesas

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ERIKA PALOMINO
enviada da Folha a Paris

O estilista Alexandre Herchcovitch fez sua estréia na temporada do prêt-à-porter francês ontem à tarde, no primeiro dia dos lançamentos da moda para a primavera-verão 2001.

O brasileiro mostrou em Paris a mesma coleção desfilada em julho último no MorumbiFashion.

Esta é a terceira vez que Herchcovitch desfila na Europa -as duas primeiras foram em Londres.

Segundo ele, a opção foi feita por Paris devido ao fato de que muitos dos editores mandam assistentes à Inglaterra, preferindo ir somente aos desfiles de Paris, Milão e Nova York.

O sábado, entretanto, não foi dos dias mais privilegiados, já que a maioria dos profissionais da moda ainda estava se deslocando de Milão -onde os desfiles terminaram na noite de sexta-feira.

Ainda assim, uma das mais conceituadas assinaturas da imprensa internacional esteve presente: a editora inglesa Suzy Menkes, do jornal "The International Herald Tribune".

Seu lugar era ao lado da stylist Isabella Blow, também inglesa. Estiveram presentes a mulher do embaixador do Brasil, Liliane Azambuja e compradores das lojas Neiman Marcus, Bergdorf Goodman e Joseph, onde o estilista vende em Londres.

O idioma mais ouvido, entretanto, era mesmo o português. Dezenas de jornalistas brasileiros, estilistas (Renato Loureiro; Nelson Alvarenga e Jeziel Moraes, da Ellus; Amir Slama, da Rosa Chá), patrocinadores (Amni, Arezzo, Petenatti, Swarovski e Zoomp, que licencia o jeanswear do estilista, custearam o desfile).

O desfile aconteceu na sala Wagram, onde se realizam outros desfiles na temporada.

O lugar oficial são as salas no subsolo do museu Louvre, mas Herchcovitch decidiu desfilar fora devido à cenografia de lâmpadas de ultravioleta da montagem original paulistana.

"Tivemos alguns problemas de cenário, mas tudo bem", disse ao final do desfile Mauricio Ianes, diretor criativo e stylist da marca.

"É difícil, é difícil. Eles pensam que só porque são franceses são melhores do que nós", dizia Paulo Borges, diretor do MorumbiFashion, que produziu também em Paris o desfile do estilista.

Segundo Herchcovitch, a maior dificuldade de se apresentar na França foi a comunicação.

"Mas estou contente, fiz o máximo para ser como no Brasil", disse o estilista, que confirmou as tendências internacionais ao olhar para o passado (formas dos anos 50 e 60), mas com um olhar futurista, usando materiais inusitados como tecidos que mudam de cor e paetês refletivos. O desfile foi batizado de "Nostalgia do Futuro".

Sobre esse desfile estavam não apenas as expectativas do staff de Herchcovitch, mas um pouco da moda brasileira como um todo.

Em momento de "ou vai ou racha" dentro do cenário internacional, é fundamental que Herchcovitch, seu ponta-de-lança número 1, agrade aos exigentes olhos estrangeiros, acostumados a Guccis, Pradas, McQueens e Gallianos (o estilista foi chamado de "Alexandre, o Grande", pelo jornal norte-americano "WWD", a respeito do MorumbiFashion). Em Paris, também parece ter agradado.

O veredicto saiu da boca de Suzy Menkes, que disse à reportagem depois do desfile: "Nunca vi um estilista trabalhar com tanto sucesso com esse tipo de material como Herchcovitch, levando em conta também seu trabalho de corte. Acho que isso faz dele um bom estilista".

Menkes gostou, mas que ela "pescou", "pescou". Quem estava na primeira fila pôde ver a editora cedendo ao cansaço da maratona fashion e quase fechando os olhos, entre uma anotação e outra com a caneta laranja, entre uma explicação e outra de Isabella Blow, bem na hora do paetê prateado desfilado por Caroline Ribeiro - hipnotizada, talvez pela trilha sonora conceitual com acordeon e crianças gritando.

Amanhã de manhã desfila outro brasileiro, Icarius, dentro da programação oficial de Paris.
 

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