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13/01/2005 - 10h48

Museu dedicado a piratas é inaugurado na Flórida

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RANDY NIEVES RUIZ
da France Presse, em Key West (EUA)

Uma bandeira pirata original e o cofre autêntico de Thomas Tew são as jóias da coroa de Pirate Soul, um museu recém-aberto em Key West (sul da Flórida) dedicado a estes temíveis criminosos ou heróis, dependendo do ponto de vista.

"Bem-vindos a Port Royal" são as primeiras palavras com que as pessoas se deparam ao entrar no museu, instalado em um casarão de Key West, bem no estilo das antigas residências inglesas do Caribe.

Port Royal, ao sudeste da Jamaica, foi um dia o epicentro da atividade pirata durante sua época de ouro --entre a segunda metade do século 17 e princípio de 18-- e domínio do lendário capitão Henry Morgan.

São desta época os piratas mais conhecidos, ou seja, os das histórias, romances e filmes: Morgan, o capitão Kidd, "Barba Negra", "Black Bart" Roberts e Thomas Tew.

Os filibusteiros (piratas do Caribe) se estabeleceram ali ao fugir da mítica ilha de la Tortuga (norte do Haiti), diante do perigo de uma invasão espanhola nestes anos turbulentos, quando franceses, ingleses e holandeses disputavam com a Espanha o controle do Caribe e assaltavam navios cheios de tesouros fabulosos.

Pirate Soul é obra do milionário Pat Croce, ex-dono dos Sixers da Filadélfia, da NBA, que agora dá conferências de motivação e é uma celebridade na televisão americana.

"Acho que comecei há 20 anos a colecionar artigos de piratas", relata Croce, que desde criança era fascinado por aventuras destes marinheiros, considerados meros bandidos e assassinos na sua época.

"Quando comecei a fazer mais dinheiro fui a casas de leilão maiores e comprei coleções particulares", acrescenta. Croce tem certeza de que a sua é a maior e mais importante coleção destes artigos no mundo.

Crucial nesta paixão foi uma série de livros sobre piratas que comprou há 30 anos, disse. Na primeira página de um deles está um cofre, o artigo mais apreciado da coleção: de 75 kg e propriedade de Thomas Tew, um corsário americano que atuava em Madagascar e que morreu em 1695 no Mar Vermelho com uma bala de canhão no estômago.

O cofre, único no mundo, é feito de ferro e tem uma fechadura falsa na frente e uma verdadeira em cima. Por dentro, é enfeitado com figuras de sereias e tem um pequeno compartimento para os bens valiosos.

A outra jóia da coleção é uma autêntica "Jolly Roger" --a clássica bandeira pirata da caveira com ossos cruzados-- da qual, segundo Croce, existem dois exemplares no mundo: o sua e outra em um museu na Finlândia.

"Sei disso porque representantes de Helsinki estiveram aqui na semana passada para vê-la", explicou. Foi necessário um investimento de US$ 10 milhões no museu, que, apesar de ser pequeno, tem tecnologia de ponta.

O passeio começa pelas ruas de Port Royal e suas lojas, onde é possível apreciar sabres, fuzis, equipamentos de cirurgia com facas para fazer amputações, cerâmicas e balas.

Na exposição, entra-se em uma taverna, no formato de um barco e com compartimentos interiores, onde estão os maiores tesouros. Também há mapas originais da época, documentos e até um cartaz de 1696 oferecendo uma recompensa pela cabeça de Henry Every, pirata que assolou o oceano Índico.

A bitácula do "HMS Advice", que transportou em 1699 o capitão William Kidd a Londres, onde foi julgado e executado, também está na exposição. Seu corpo ficou pendurado sobre o Tâmisa por vários anos, como terrível advertência para todos os navegantes que ousassem se tornar piratas.

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