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20/01/2005 - 14h05

Parque da Luz abriga 'O Pensador', de Rodin

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ISABELLE MOREIRA LIMA
da Folha de S.Paulo

Sem as homenagens que lhe seriam dignas em qualquer ocasião normal, uma versão de tamanho monumental da escultura "O Pensador", do artista francês Auguste Rodin, habita o parque da Luz, no centro de São Paulo, quase incógnita, apesar de seus quase quatro metros de altura e 800 quilos de bronze (além de quatro toneladas de base, em mármore).

Na surdina, sem divulgação, a escultura chegou ao parque no dia 6 de dezembro do ano passado. Lá, continua até hoje sem identificação. Não há qualquer placa explicativa que indique a origem, a data, as dimensões ou qualquer outro tipo de informação sobre a obra.

Quem passa pelos jardins da Luz e não conhece o trabalho de Rodin não consegue entender a preocupação do homem nu esculpido em bronze. O semblante do "Pensador" chamou a atenção do trabalhador autônomo paulista José Claudio Alves, 35, que passeava na tarde de ontem pelo parque. "A escultura chamou atenção pelo tamanho. Quando eu cheguei mais perto, pensei 'o que será que ele está pensando?'", diz Alves, que já ouviu falar do escultor francês, mas não conhecia uma de suas obras mais famosas.

A presença da escultura no jardim da Luz causou ainda mais estranhamento na estudante de arte Fabiana Fernandes Zambrano, 22, e na arquiteta Bianca Fernandes, 26, que reconheceram a escultura. "Eu achava que era menor", disse Fabiana. Já a arquiteta ficou em dúvida sobre a originalidade da obra. "Acho que deve ser falsa. Ela está muito exposta à chuva, não tem placa, não teve divulgação sobre a exposição, não teve nada", afirmou.

Responsável pela visita da escultura ao Brasil, o produtor cultural francês Romaric Sulger Büel afirma a fidelidade da escultura ao explicar que a obra faz parte de uma série de 25 reproduções de "O Pensador" oficialmente autorizada pelo museu francês Rodin e pertencente à galeria norte-americana Sayegh, de Nova York.

De acordo com documentos da galeria, desde 1982, as esculturas de Rodin se tornaram de domínio público e podem ser reproduzidas livremente. A reprodução da Sayegh vem de um molde em gesso de goma laqueado, proveniente da coleção Jean Mayodon, ceramista e um dos executores testamentários de Eugène Rudier, fundidor de Rodin a partir de 1902 e do Museu Rodin até sua morte, em 1952.

Cada estátua é numerada, datada e referendada, de acordo com a legislação francesa em vigor desde 1981, que distingue a edição original das tiragens posteriores e outras reproduções. No verso da escultura exibida no parque da Luz é possível verificar as informações da galeria norte-americana, do caráter oficial de reprodução. A escultura traz ainda a numeração da obra, a oitava de uma série de 25 feita em 1998.

Segundo o administrador do parque da Luz, Fernando Aquino, a identificação em uma placa da versão monumental de "O Pensador" não foi feita por causa "da correria do fim do ano". "Achávamos que ela já viria do Rio com a placa. Com o fim do ano, foi impossível fazer. Estamos providenciando a identificação", explicou.

A versão de "O Pensador" chegou ao Brasil em agosto, no Rio, onde ficou exposta no MAM até setembro. De lá, seguiu para Salvador. Em São Paulo, originalmente, a reprodução deveria ficar em exibição até 6 de fevereiro.

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