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10/10/2000 - 03h47

MAM contrapõe inspiração de brasileiros

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da Folha de S.Paulo

A curadora da mostra "Expressionismo Alemão", Sabine Fehlemann, ficou surpresa ao conhecer as gravuras expostas em "Matrizes do Expressionismo no Brasil: Abramo, Goeldi e Segall", no MAM. Tanto que pretende comprar alguma obra de Segall para a coleção do museu alemão. "Vou também tentar levar a exposição para Wuppertal", diz.

A parte da mostra dedicada aos brasileiros é bastante significativa. Lá estão as gravuras de Lasar Segall (que nasceu na Lituânia, mas se naturalizou brasileiro em 27), Oswaldo Goeldi e Lívio Abramo. No museu Lasar Segall, está exposta uma série com retratos de Segall.

Parte desses trabalhos já foi vista na Mostra do Redescobrimento, e a exposição agora amplia suas leituras com a contraposição das fontes de inspiração.

"É interessante que as obras dos brasileiros têm menos cor que as européias", diz Fehlemann.

Dois dos brasileiros, Segall e Goeldi, viveram na Europa no início do século e chegaram a expor trabalhos lá. O diálogo entre esses artistas e o movimento alemão torna-se claro na exposição.

Segall teve um intenso trabalho na Alemanha. Em 1919, formou com seis amigos o "Sezession Grupe", em Dresden, cidade que deu grande impulso ao expressionismo. Tanto que os objetivos do grupo de Segall -"romper velhas tradições e procedimentos" e "engajar-se em projetos utópicos"- são idéias centrais do expressionismo.

Os pintores Edvard Munch e Paul Gauguin foram influências decisivas sobre Segall, artistas que influenciaram também grande parte dos pintores do movimento alemão.

Já Goeldi, filho do naturalista suíço Emil August Goeldi, nasceu no Rio, em 1895, mas se mudou logo após o nascimento para Belém do Pará. Aos 6 anos, o pai foi chamado para lecionar em Berna, na Suíça, para onde toda a família se mudou.

Em 1915, Goeldi começa a desenhar. Em 1917, o artista faz sua primeira exposição na Suíça, na galeria Wyss, junto com Alfred Kubin, ilustrador e desenhista do grupo expressionista Der Blaue Reiter, que o influenciará de forma significativa. Em 1919, Goeldi volta ao Brasil.

Abramo nasceu em Araraquara, em 1903. Teve grande atuação em São Paulo.
Em 1962, passa a viver no Paraguai, onde é considerado o precursor do modernismo.

Eventos paralelos

Paralelamente às exposições sobre expressionismo alemão, o Instituto Goethe promove um ciclo de eventos relacionados ao tema que conta com cinema, literatura e dança.

O programa de cinema, que teve início na semana passada, segue até o dia 12, com a exibição de "Escada de Serviço", de Leopold Jessner e Paul Leni (hoje, às 20h30); "O Gabinete das Figuras de Cera", de Paul Leni (amanhã, às 20h30); "A Última Gargalhada", de Friedrich Murnau, e "Segredos de uma Alma", de Georg Pabst (dia 12, às 18h e às 20h30).

Os filmes são exibidos na Sala Cinemateca, no largo Senador Raul
Cardoso, 207, Vila Clementino, SP, tel. 0/xx/11/5084-2177.

Três debates no MAM aprofundam a importância do expressionismo. O primeiro, no dia 19, tem como tema "O Expressionismo e Sua Época", com Henning Ottmann, professor na Universidade de Munique.

No dia 26, o assunto é "O Expressionismo Alemão e Sua Influência sobre o Modernismo Brasileiro", com Andreas Vetter, da Galeria Nacional de Stuttgart. No dia 9 de novembro, o tema é "O Expressionismo no Cinema, na Música, na Dança e na Literatura". Todos os debates acontecem às 19h30.

Ainda neste mês, o Instituto Goethe traz ao Brasil a companhia de dança do alemão Tom Plischke, com o espetáculo "Affects".

A peça é baseada no trabalho da bailarina e coreógrafa expressionista Dore Hoyer. "Affects" foi um dos sucessos do festival Tanzplataform, em janeiro deste ano, em Hamburgo, que lança novos talentos. O espetáculo estará em cartaz nos dias 21 e 22 deste mês, no Sesc Belenzinho.
(FABIO CYPRIANO)

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