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26/01/2005 - 12h03

Ano do Brasil na França dá destaque para música contemporânea

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da France Presse, em Cannes (França)

O mangue beat, a bossa-nova contemporânea e o samba têm encontro marcado na França, a partir de março, como parte do Ano do Brasil, de acordo com uma mostra, sintentizando o evento, apresentada ontem no Midem (Mercado Internacional do Disco e da Edição Musical), em Cannes (sul), tendo como palavras chaves "o prazer" e "o descobrimento".

"Na França é difícil para a música brasileira chegar ao grande público. Queremos mostrar que a música brasileira é mais que simpática", disse Jean-François Chougnet, comissário encarregado do evento "Brasil, Brasiles", do Midem.

"Trabalhamos para ajudar os artistas menos conhecidos a comparecerem também ao evento", afirma, por sua vez, André Midani, comissário encarregado do Brasil.

Nascido na Síria, Midani viveu na França antes de se instalar no Brasil, onde trabalha na indústria discográfica. Participou do lançamento comercial da bossa-nova nos anos 60 e acompanhou seu amigo Gilberto Gil, atualmente ministro da Cultura, no desenvolvimento do movimento Tropicália.

Em meados de março será inaugurada uma exposição dedicada à música popular brasileira na Cidade da Música de Paris, incluindo uma semana de concertos de 20 a 29 do mesmo mês.

"Será um panorama completo e diversificado, com a presença de Maria Rita, que fará seu primeiro show na França, e uma das possíveis revelações do ano, Marcelo D2, que vem do hip hop, mas está no ponto de encontro de vários estilos", afirma Chougnet.

O Espaço Brasil, que apresentará exposições, shows e espetáculos num palco de 2.400 metros quadrados, em Paris, será uma ocasião única para os franceses descobrirem estilos contemporâneos da música brasileira, como o mangue beat.

Criado nos anos 90 pelo cantor e compositor Chico Science, o mangue beat mescla rock, hip hop e músicas tradicionais afro-brasileiras.

"Desde o início da bossa-nova no fim dos anos 50, a música brasileira estava nas mãos de artistas oriundos da classe média, que tinham um discurso militante. Hoje em dia esse panorama mudou, pois agora são os negros e as pessoas vindas das favelas que se expressam por meio da música", diz Midani.

"Em nossa programação musical, há a idéia de que certos artistas consagrados podem vir a cantar de outra forma", disse ele, revelando que será o cantor Lenine (autor da canção oficial "Sob o Mesmo Céu"), que se apresentará no Teatro Zenith de Paris, em junho, com a orquestra nacional de Ile-de-France.

Por fim, o último símbolo forte será a presença de Henri Salvador como padrinho do evento.

"Henri representa França e Brasil", disse Midani. Viveu quatro anos no Brasil e sua música lembra a música brasileira. É originário da Guiana Francesa, graças a qual França e Brasil compartilham uma fronteira", conclui.

Especial
  • Leia o que já foi publicado sobre o evento Ano do Brasil na França
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