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27/01/2005
-
11h34
YANINA OLIVERA
da France Presse, em Montevidéu
Indicado ao Oscar de melhor música por "Al Otro Lado del Río", o uruguaio Jorge Drexler, 40, é um médico que um dia resolveu se dedicar à música. A canção é tema do filme "Diários de Motocicleta", do diretor brasileiro Walter Salles, que narra a primeira viagem de Ernesto Che Guevara pela América Latina, em 1952.
O filme, protagonizado pelo mexicano Gael García Bernal e pelo argentino Rodrigo de la Serna, também foi indicado ao Oscar de melhor roteiro adaptado.
De fato, este otorrinolaringologista trabalhou como médico por sete anos no Uruguai, até que decidiu, há dez anos, se lançar na aventura da música, na Espanha, para onde imigrou com "uma mão na frente e outra atrás".
Drexler abandonou a segurança de uma vida confortável para iniciar um caminho incerto. "Na hora que fiz isso, não me dei conta, fiz algo sem pensar", disse.
"O protagonista se atira na água em busca do desconhecido. Atira-se rapaz e sai homem. Eu transmiti este salto, de continente a continente, de uma vida a outra", acrescentou Drexler, a quem Salles encomendou a canção especialmente para o filme.
"Comecei de novo com 30 anos e o resultado foi algo nunca sonhado", afirmou, referindo-se à indicação, o primeiro artista de fala hispânica com uma canção em espanhol competindo no Oscar.
"Al Otro Lado del Río" concorre com Counting Crows, por "Accidentally in Love", de "Shrek 2"; com o francês Bruno Coulais, por "Vois Sur Ton Chemin", do filme francês "A Voz do Coração"; com Glen Ballard e Alan Silvestri, por "Believe" do "Expresso Polar"; e com Andrew Lloyd Webber, por "Learn to be Lonely", do musical "O Fantasma da Ópera".
Drexler, que diz se sentir recompensado com o sucesso, afirmou que deve ir à cerimônia do Oscar em Los Angeles e, se o convidarem para tocar no palco, será ainda melhor.
Seu disco "Sea" (2001) foi indicado ao Grammy Latino, ao MTV Awards e cotado entre os dez melhores álbuns de 2001 pela revista "Rolling Stone". "Sea" e "Frontera" (1999) foram indicados aos Prêmios Gardel da Música Argentina.
Drexler, casado com Ana, também dedicada à música e com quem tem um filho de sete anos, toca piano e vem uma família de músicos, compositores e escritores.
O artista confessou que disse a sua mulher para que não comemorasse até a confirmação da notícia, que o tomou totalmente de surpresa. Depois, entrou no site oficial do Oscar e viu seu nome. "Saiu do meu coração, é uma canção que gosto muito", revelou.
Talvez porque, de alguma forma, estivesse contando um momento importante da sua vida.
Especial
Leia o que já foi publicado sobre Jorge Drexler
Leia o que já foi publicado sobre o filme "Diários de Motocicleta"
Uruguaio indicado ao Oscar por "Diários" trocou medicina pela música
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da France Presse, em Montevidéu
Indicado ao Oscar de melhor música por "Al Otro Lado del Río", o uruguaio Jorge Drexler, 40, é um médico que um dia resolveu se dedicar à música. A canção é tema do filme "Diários de Motocicleta", do diretor brasileiro Walter Salles, que narra a primeira viagem de Ernesto Che Guevara pela América Latina, em 1952.
O filme, protagonizado pelo mexicano Gael García Bernal e pelo argentino Rodrigo de la Serna, também foi indicado ao Oscar de melhor roteiro adaptado.
De fato, este otorrinolaringologista trabalhou como médico por sete anos no Uruguai, até que decidiu, há dez anos, se lançar na aventura da música, na Espanha, para onde imigrou com "uma mão na frente e outra atrás".
Drexler abandonou a segurança de uma vida confortável para iniciar um caminho incerto. "Na hora que fiz isso, não me dei conta, fiz algo sem pensar", disse.
"O protagonista se atira na água em busca do desconhecido. Atira-se rapaz e sai homem. Eu transmiti este salto, de continente a continente, de uma vida a outra", acrescentou Drexler, a quem Salles encomendou a canção especialmente para o filme.
"Comecei de novo com 30 anos e o resultado foi algo nunca sonhado", afirmou, referindo-se à indicação, o primeiro artista de fala hispânica com uma canção em espanhol competindo no Oscar.
"Al Otro Lado del Río" concorre com Counting Crows, por "Accidentally in Love", de "Shrek 2"; com o francês Bruno Coulais, por "Vois Sur Ton Chemin", do filme francês "A Voz do Coração"; com Glen Ballard e Alan Silvestri, por "Believe" do "Expresso Polar"; e com Andrew Lloyd Webber, por "Learn to be Lonely", do musical "O Fantasma da Ópera".
Drexler, que diz se sentir recompensado com o sucesso, afirmou que deve ir à cerimônia do Oscar em Los Angeles e, se o convidarem para tocar no palco, será ainda melhor.
Seu disco "Sea" (2001) foi indicado ao Grammy Latino, ao MTV Awards e cotado entre os dez melhores álbuns de 2001 pela revista "Rolling Stone". "Sea" e "Frontera" (1999) foram indicados aos Prêmios Gardel da Música Argentina.
Drexler, casado com Ana, também dedicada à música e com quem tem um filho de sete anos, toca piano e vem uma família de músicos, compositores e escritores.
O artista confessou que disse a sua mulher para que não comemorasse até a confirmação da notícia, que o tomou totalmente de surpresa. Depois, entrou no site oficial do Oscar e viu seu nome. "Saiu do meu coração, é uma canção que gosto muito", revelou.
Talvez porque, de alguma forma, estivesse contando um momento importante da sua vida.
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