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17/02/2005
-
15h32
da France Presse, em Berlim
A história do século 20 dominou nesta quinta-feira o Festival Internacional de Cinema de Berlim, com os filmes "Sometimes in April", de Raoul Peck, sobre o genocídio em Ruanda, e "O Sol", de Alexander Sokurov, que faz um arrepiante retrato do imperador japonês Hirohito (1901-1989).
O primeiro aparece junto com outros três filmes políticos como favoritos para os prêmios da mostra: "Sophie Scholl - Os últimos dias", de Marc Rothemund, sobre a resistência alemã contra o regime de Adolf Hitler (1933-1945) e "Paradise Now", de Hany Abu-Assad, sobre dois palestinos que se preparam para cometer um atentado terrorista suicida em Tel Aviv.
Em "Sometimes in April", dois irmãos da etnia hutu se vêem forçados ao confronto com seu passado recente. O dramático relato sobre o genocídio cometido por hutus contra os tutsis comoveu o público do festival.
"Todas as histórias que o filme conta são verídicas e estão baseadas em terríveis acontecidos ocorridos na realidade", disse o diretor Raoul Peck em entrevista coletiva que se seguiu à projeção.
Com antepassados ruandeses, o ator Idris Elba interpreta um capitão hutu que deixa o exército para salvar sua mulher tutsi e seus filhos. Durante os distúrbios, o capitão se separa da sua família, que morre no massacre.
Dez anos depois, o ex-militar, agora professor escolar, quer dar um ponto final ao passado. Ele assiste às sessões do tribunal das Nações Unidas que julga o seu irmão, um jornalista radical que assim como outros colegas ruandeses de profissão, agitaram e instigaram o genocídio durante a guerra civil.
No filme "O Sol", o cineasta russo Alexander Sokurov retrata o imperador Hirohito, que em 15 de agosto de 1945 fala pela primeira vez ao povo e ao exército japonês por rádio para anunciar a capitulação.
A capitulação era importante porque a população e os militares estavam dispostos a oferecer uma resistência final suicida às forças dos Estados Unidos no fim da Segunda Guerra Mundial.
O filme mostra o isolamento que Hirohito vivia naqueles dias finais da Guerra do Pacífico, escondido em seu bunker em Tóquio. Em 1926, o imperador sucedeu ao seu pai (Yoshihito) e teve um papel polêmico na expansão da política japonesa (1931-1945).
Apesar dos acertos prévios à entrada na guerra contra os Estados Unidos, Hirohito finalmente aprovou os planos de ataque a Pearl Harbor, forjados pela cúpula político-militar do seu país.
Sob o impacto das bombas atômicas lançadas sobre Hiroshima e Nagasaki e as pressões diretas do general americano Douglas MacArthur (Robert Dawson), Hirohito finalmente renunciou à natureza divina que lhe conferia a religião xintoísta. Este haveria de ser o passo anterior à Constituição de 1947, que relegou à monarquia um mero papel representativo do Estado.
Especial
Leia o que já foi publicado sobre o Festival Internacional de Cinema de Berlim
A história do século 20 domina o Festival de Berlim
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A história do século 20 dominou nesta quinta-feira o Festival Internacional de Cinema de Berlim, com os filmes "Sometimes in April", de Raoul Peck, sobre o genocídio em Ruanda, e "O Sol", de Alexander Sokurov, que faz um arrepiante retrato do imperador japonês Hirohito (1901-1989).
O primeiro aparece junto com outros três filmes políticos como favoritos para os prêmios da mostra: "Sophie Scholl - Os últimos dias", de Marc Rothemund, sobre a resistência alemã contra o regime de Adolf Hitler (1933-1945) e "Paradise Now", de Hany Abu-Assad, sobre dois palestinos que se preparam para cometer um atentado terrorista suicida em Tel Aviv.
Em "Sometimes in April", dois irmãos da etnia hutu se vêem forçados ao confronto com seu passado recente. O dramático relato sobre o genocídio cometido por hutus contra os tutsis comoveu o público do festival.
"Todas as histórias que o filme conta são verídicas e estão baseadas em terríveis acontecidos ocorridos na realidade", disse o diretor Raoul Peck em entrevista coletiva que se seguiu à projeção.
Com antepassados ruandeses, o ator Idris Elba interpreta um capitão hutu que deixa o exército para salvar sua mulher tutsi e seus filhos. Durante os distúrbios, o capitão se separa da sua família, que morre no massacre.
Dez anos depois, o ex-militar, agora professor escolar, quer dar um ponto final ao passado. Ele assiste às sessões do tribunal das Nações Unidas que julga o seu irmão, um jornalista radical que assim como outros colegas ruandeses de profissão, agitaram e instigaram o genocídio durante a guerra civil.
No filme "O Sol", o cineasta russo Alexander Sokurov retrata o imperador Hirohito, que em 15 de agosto de 1945 fala pela primeira vez ao povo e ao exército japonês por rádio para anunciar a capitulação.
A capitulação era importante porque a população e os militares estavam dispostos a oferecer uma resistência final suicida às forças dos Estados Unidos no fim da Segunda Guerra Mundial.
O filme mostra o isolamento que Hirohito vivia naqueles dias finais da Guerra do Pacífico, escondido em seu bunker em Tóquio. Em 1926, o imperador sucedeu ao seu pai (Yoshihito) e teve um papel polêmico na expansão da política japonesa (1931-1945).
Apesar dos acertos prévios à entrada na guerra contra os Estados Unidos, Hirohito finalmente aprovou os planos de ataque a Pearl Harbor, forjados pela cúpula político-militar do seu país.
Sob o impacto das bombas atômicas lançadas sobre Hiroshima e Nagasaki e as pressões diretas do general americano Douglas MacArthur (Robert Dawson), Hirohito finalmente renunciou à natureza divina que lhe conferia a religião xintoísta. Este haveria de ser o passo anterior à Constituição de 1947, que relegou à monarquia um mero papel representativo do Estado.
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