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11/10/2000 - 04h52

Zé do Caixão visita festival de cinema fantástico na Espanha

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SILVANA ARANTES, da Folha de S.Paulo

José Mojica Marins, Zé do Caixão, Coffin Joe. O cineasta, o personagem e sua "versão" internacional rondaram ontem a 32ª edição do Festival Internacional de Cinema de Catalunya, que se realiza na cidade de Sitges (vizinha de Barcelona, na Espanha), até o próximo dia 14. O filme "Maldito - O Estranho Mundo de José Mojica Marins", de André Barcinski e Ivan Finotti, teve única exibição, dentro da mostra "Brigadoon".

O filme venceu, no último mês de abril, a categoria escolha do público no 5º Festival Internacional de Documentário "Cinema: É Tudo Verdade".
Trata-se de uma versão em vídeo (66 min.) da biografia do cineasta, lançada pela dupla de jornalistas em 1998 (Editora 34), contemplando vida e obra. Ou "um diálogo entre criador e criatura", segundo Barcinski, 30.

"Entre o livro e o filme, sou muito mais o filme. Eles conseguiram fazer um trabalho dinâmico, mostrando que cada coisa que faço tem a ver com algo do passado", diz o biografado. José Mojica Marins não vai ao festival, porque quer aproveitar no Brasil "o último mês das bruxas do milênio". "Estou cheio de compromissos aqui", diz.

Também este mês, o cineasta definido por Barcinski como "o maior do Brasil e caso único de diretor de cinema primitivo" comemora 37 anos de existência de seu mais notório personagem. "Em 15 de outubro de 1963, fiz a primeira aparição pública como Zé do Caixão", diz.

Mojica lembra que, para entrevista ao vivo na TV, conduzida pelo galã Walter Forster, compareceu vestido em seu estilo "capa e espada".

Lá, rogou a primeira praga do personagem, repetida até hoje: "Que sua língua se transforme em cobra e devore todas as suas entranhas (...) se você não prestigiar Zé do Caixão".

José Mojica Marins foi homenageado pelo Festival Internacional de Cinema de Catalunya, em 1997, com uma retrospectiva de sua carreira.

"Mojica é um dos expoentes mais claros do surrealismo levado ao extremo. Seus filmes são selvagens, perversos, diabólicos. É um cineasta imitado por realizadores como Alejandro Jodorowsky", diz Àngel Sala, 36, curador da mostra "Brigadoon".

A edição de Sitges 2000 reúne centenas de filmes de vários países nas duas mostras oficiais -"Fantàstic" e "Grand Angular"- e nas diversas paralelas. A participação em "Brigadoon" marca a primeira exibição européia de "Maldito", que já esteve em festivais de Buenos Aires e Los Angeles.

No Brasil, até hoje a carreira do filme restringe-se a duas exibições no circuito de festivais, para espanto de seus realizadores. "Tendo recebido o prêmio do público num festival importante como o de documentários, esperava que emissoras de TV se interessassem em exibi-lo", diz André Barcinski.

Nos Estados Unidos, "Maldito -O Estranho Mundo de José Mojica Marins" será lançado em DVD e vídeo, ainda este ano, pela Fantoma Films. Depois de Sitges, o filme percorre o New York Underground Film Festival e o Fantasia, em Montreal. E deve integrar também mostras em Estocolmo, em Edimburgo e na Inglaterra.

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