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23/02/2005 - 09h00

Obra é "jogo-treino" para projetos futuros

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DIEGO ASSIS
da Folha de S. Paulo

Apesar da timidez inicial, no primeiro tempo, a tabelinha futebol-arte (gráfica) tornou-se mais freqüente nas páginas da imprensa brasileira a partir dos 1920, tão logo os atletas transformaram-se em ídolos nacionais --surgiam os primeiros caricaturistas especializados em futebol, como Miécio Caffé, Messias, Nássara e Mendes, seguidos por Nino Borges, que criou os mascotes de diversos times paulistas, e Lan, pioneiro nos célebres cartazes "de barbearia" com a formação dos times.

"Foi o momento máximo das artes gráficas no futebol. Os chargistas criavam os mascotes, e os times adotavam. Era a charge influenciando o futebol", avalia Gualberto Costa, um dos autores de "A História do Futebol no Brasil Através do Cartum".

"O Miécio morreu em 2003, e até agora ninguém havia feito nada com o material que ele deixou. É uma grande falha com alguém que registrou os momentos mais importantes do futebol no Brasil", completa José Alberto Lovetro, o Jal, co-autor do livro.

As primeiras disputas internacionais também alimentaram a charge esportiva. Em 1925, os jogadores do Clube Athletico Paulistano voltaram de uma temporada vitoriosa na Europa não só apelidados como "os reis do futebol" pela imprensa francesa mas homenageados na capa da publicação brasileira "A Cigarra".

Dois anos antes, a rivalidade entre Brasil e Argentina recebia o pontapé inicial graças a uma charge num jornal argentino chamando os brasileiros de "macaquitos uniformizados".

O registro, assim como vários outros da primeira fase do futebol brasileiro, não foi encontrado pela dupla de autores e acabou substituído por uma charge de Orlando. "Acionei todo mundo que conheço na Argentina, mas não consegui encontrar a charge dos 'macaquitos'. Ainda vou procurar. Na próxima vez em que eu for à Argentina, não volto de lá sem essa charge", promete Gual.

Outras ausências do livro, apenas um "jogo-treino" para edições próximas e mais aprofundadas no futuro, segundo Gual e Jal, são times de fora do eixo Rio-São Paulo. "Como o futebol envolve paixão, é difícil, num espaço fechado, incluir tudo e todos", afirma o palmeirense Jal. "Nossa seleção se baseou mais naqueles craques que se sobressaíram nas seleções brasileiras e tiveram um reconhecimento além dos clubes."

Assim, há espaço para Domingos da Guia, Leônidas da Silva, Tostão, Rivellino, Fio Maravilha, Zico, Roberto Dinamite, Bebeto, Romário, Ronaldo e Robinho, de um lado. Feitiço, Romeu, Tesourinha, Garrincha, Zizinho, Telê, Baltazar, Didi, Canhoteiro, Jairzinho e Kaká, de (e entre) outro(s).

Sem falar em Pelé, claro, espalhado por diversos verbetes do livro e personagem de uma das charges mais polêmica das artes gráficas no país: entre mascotes do Santos e do Corinthians, uma imagem de Nossa Senhora Aparecida carregava o rosto de Pelé. Criada por Otávio, em 1962, para o jornal "Última Hora", a charge provocou protestos dos católicos e "quase fechou o jornal de Samuel Wainer", segundo Gual.

Os craques do traço são muitos. Carregam ainda o nome de Ziraldo, Henfil, Laerte, Angeli, Nani, entre outros. Mas, como "o jogo sempre acaba quando termina" e esse texto já vai chegando aos 45 do segundo tempo, não poderemos tratar de todos eles por aqui.

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