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28/02/2005 - 10h03

Durão Clint Eastwood se transforma em aclamado diretor

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da France Presse, de Hollywood

Clint Eastwood conseguiu neste domingo o Oscar de melhor diretor por "Menina de ouro" após décadas de duras batalhas para ser reconhecido como um cineasta sério e deixar para trás sua imagem de "homem durão".

Com o prêmio obtido aos 74 anos, o segundo de sua carreira depois de "Os Imperdoáveis" (1992), o veterano diretor se tornou o mais velho ganhador de um Oscar e consolidou seu nome entre os mais talentosos da indústria cinematográfica. Ainda assim, após quase meio século de trabalho em Hollywood, Eastwood ainda tem de lutar para não ficar estigmatizado como "o durão" da série "Dirty Harry", ou o homem sem nome dos chamados "spaghetti westerns" dos anos 60 de Sergio Leone.

"As pessoas continuam me vendo como 'Dirty Harry', mas isso foi há mais de 33 anos e eu mudei", reclamou, em entrevista recente. Eastwood já dirigiu 25 filmes e produziu 20.

O cineasta, chamado por muitos de "o último clássico", mostrou seu talento com o western "Os Imperdoáveis", que lhe deu o primeiro Oscar como melhor diretor em 1993. O filme conseguiu mais duas estatuetas - melhor filme e melhor produção. Essa foi a primeira vez que a Academia cogitou Eastwood para um prêmio, após um leque de filmes violentos e machistas.

No ano passado, "Sobre meninos e lobos", sobre três amigos da infância que voltam a se reunir após o homicídio de uma jovem, chegou na disputa com seis indicações --entre as quais a de melhor filme e diretor-- e levou duas. Clint Eastwood ficou, porém, saiu de mãos abanando.

Um ano depois e do auge de seus 74 anos, Eastwood voltou a competir na festa máxima do cinema americano com "Menina de ouro", desta vez com sete indicações.

A ironia é que Eastwood, quatro vezes indicado ao Oscar e com um reconhecimento ganho na base da produção de obras memoráveis, teve de travar uma cansativa e persistente batalha para financiar seu filme, devido à recusa dos estúdios de produzir um filme sobre boxe.

"Várias pessoas se negaram a fazer o filme", contou Eastwood ao jornal "The New York Times". "Eu não vinha com uma Magnum 44 para fazer um filme do oeste. Na minha idade avançada, procuro coisas que me interessem um pouco mais", acrescentou, explicando que seu filme é mais sobre "amor do que boxe".

Vitória

Desde sua estréia em 15 de dezembro passado, o filme da Warner Bros., que custou US$ 30 milhões e superou a arrecadação de US$ 55 milhões de dólares nas bilheterias americanas, consta da lista das melhores críticas do ano.

Eastwood estreou como diretor em "Perversa paixão" (1971), também protagonizado por ele. Com o passar dos anos, construiu um estilo cinematográfico que inclui temas obscuros, personagens freqüentemente marginais e um uso simples da câmera. Também se tornou conhecido por não desperdiçar tempo, nem dinheiro em suas produções, em geral de baixo orçamento.

"Se tivesse dois segundos para descrever como Clint faz um filme, diria: ele faz uns movimentos com as mãos e no ato seguinte o filme está feito", brincou Sean Penn, estrela de "Sobre menino e lobos".

Sua filmografia como intérprete inclui títulos como "Alcatraz - fuga impossível" (1979), "Cidade ardente" (1984) ou "Na linha de fogo" (1993). Como diretor, pode ser lembrado, entre outros, por "Caçador branco, coração negro" (1990), "Pontes de Madison" (1995) ou "Cowboys do espaço" (2000).

Ele é tão minucioso que foi o responsável por compor as músicas de seus dois últimos filmes: "Sobre meninos e lobos" (2003) e "Menina de ouro" (2004).

Clinton Eastwood Jr. nasceu em San Francisco, em maio de 1930, e foi criado em Oakland, depois de ir de uma cidade para outra com seu pai em busca de trabalho na época da Grande Depressão.

O cineasta tem sete filhos de cinco mulheres diferentes e vive em Carmel, uma cidade da costa californiana, da qual chegou a ser prefeito por dois anos. Atualmente, mora com a jornalista de TV Dina Ruiz, de origem latina, com a qual tem uma filha de oito anos.

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