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02/03/2005 - 10h56

Carandiru é reformado para abrigar filmagens de série da TV Globo

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DÉBORA MIRANDA
do Agora

O Carandiru foi desativado em 2002 e implodido no mesmo ano, mas alguns pavilhões sobreviveram em pé. No que era o de número 5, instalou-se toda a produção de "Carandiru - Outras Histórias", que deve chegar à TV no meio do ano (a data ainda não foi fechada).

Inspirado no filme "Carandiru" (2003), o programa está sendo feito de dentro da antiga cadeia para chegar à televisão. No térreo do pavilhão estão as salas dos diretores, fotos das locações e calendários de gravações. As filmagens acontecem no primeiro andar. As celas foram reformadas, e as paredes, pintadas. Algumas frases deixadas pelos detentos continuam nas paredes. Assim que se chega no andar, lê-se: "Favor não transitar na hora do pano. Só encarregado e sub". O aviso está por todo o pavilhão, e é herança de quando a cadeia funcionava.

"Mesmo desativado, esse prédio tem uma energia diferente, um cheiro de cadeia", define Hector Babenco, que dirigiu o filme e comanda dois dos dez episódios da série.

Mais de dois meses foram gastos na preparação do local. "Havia montanhas de entulho. Além disso, tivemos de refazer as estruturas de água, esgoto e luz. Não tinha mais nada funcionando", conta o produtor Fabiano Gullane.

As gravações começaram em janeiro e envolvem parte da equipe do longa, além de novas participações. Do elenco, ficaram de fora Rodrigo Santoro, Gero Camilo e Wagner Moura. Continuam Caio Blat, Maria Luisa Mendonça, Milton Gonçalves e Floriano Peixoto, entre outros. Os episódios são dirigidos, além de Babenco, por Roberto Gervitz, Márcia Faria e Walter Carvalho. "São pequenos longas. É um trabalho de cinema para a TV", define Babenco.

Luiz Carlos Vasconcelos volta na figura do médico (o autor do livro que deu origem ao filme, Drauzio Varella). "Essas histórias ficaram pendentes e estavam pedindo para serem contadas. Há histórias que não entraram no filme e outros casos que o Drauzio havia me contado", diz o diretor. O próprio médico escreveu um dos episódios.

Personagens do filme têm suas histórias continuadas no programa, como Ezequiel (Lázaro Ramos). Ele morre no filme, mas a série volta no tempo e conta sua história.

A negociação com a Globo veio por meio de Guel Arraes, diretor da emissora. Os episódios terão cerca de 30 minutos de duração e serão exibidos nas noites de sexta.

Babenco tem contrato de três anos com a Globo. "Durante esse tempo, tenho espaço aberto para apresentar projetos." Quanto a "Carandiru", ele é enfático. "A série foi criada por uma inspiração que não se esgotou. Mas que agora se esgota".

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