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12/10/2000 - 04h53

Sites comercializam o melhor da arte brasileira

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FABIO CYPRIANO, da Folha de S.Paulo

Começa a se desenvolver no Brasil uma tendência que, no exterior, já tem grande sucesso. São os sites que vendem obras de artes plásticas, sem que o comprador precise tirar os olhos da tela do computador. De vários tipos, os sites fazem venda direta pela Internet ou servem como portal para contato com as galerias.

Há um mês na Internet, o Latinarte é o primeiro site dedicado à venda direta de obras de importantes artistas brasileiros. Criado nos Estados Unidos por Marina Kessler, uma estudante da Columbia Business School, o Latinarte é dedicado exclusivamente à venda de artistas latino-americanos.

Desde que está no ar, o site tem vendido, em média, uma obra por dia. O recorde foi a tela do cubano Jose Bedia, "Muchas Tetemboas", comprada por um colecionador norte-americano por US$ 8,1 mil.

No Brasil, o site é gerenciado por Felipe Wright, que já conseguiu obras
de alguns dos mais importantes artistas contemporâneos brasileiros, como Tunga, Cildo Meireles e Nelson Leirner. Isto porque convenceu galeristas importantes como Luisa Strina e Thomas Cohn de que vender arte na Internet é um bom negócio. O "acervo" do site vale US$ 6 milhões. Hoje apenas obras de Tunga e Meireles estão disponíveis, mas, até o fim do mês, o acervo completo estará à venda.

Os preços das obras são variados. Vão de US$ 300, preço de "Zero Dollar", de Cildo Meireles, a US$ 70 mil, valor de "Trança N", de Tunga. A fórmula para a venda é dividir com os galeristas parte da comissão pela negociação.

"Nós funcionamos também como uma galeria. Não é qualquer obra que estará à venda, mas as que forem aceitas por nossa curadora", diz Wright.

Algumas galerias ainda vêem a proposta com restrições. É o caso da Camargo Vilaça. "Nosso intuito não é só vender. Esperamos que essa proposta amadureça um pouco para ver como ela vai se desenvolver, queremos que nossa imagem seja preservada", diz Alessandra Vilaça.

Mesmo assim, a galeria já participa do site norte-americano artnet.com e vai ocupar espaço também no novo site espanhol, a ser lançado em novembro, chamado centrodearte.com. Ambos funcionam como um portal que dá acesso à galeria.

É justamente dessa forma que funciona o primeiro site de arte brasileiro, o Artenet, na Internet desde 30 de março. Criado pelos irmãos gêmeos Eduardo e Elias Rezende, ele teve origem na garagem na casa de Eduardo. "Já que a Microsoft surgiu na garagem do Bill Gates, é um sinal que começamos bem." De fato, o site já tem uma média diária de 80 mil "page-viewers" (visitantes).

O Artenet não faz venda direta de obras, mas aluga um espaço virtual para galerias e lojas de design, funcionando como um portal. Entretanto, os irmãos planejam também lançar um site de venda direta. Já registraram o nome arteavenda.com.br, mas aguardam o desenvolvimento do Latinarte para ver o que podem fazer.

Um dos resultados que os irmãos Rezende apresentam com orgulho é o espaço que dedicam no site a novos artistas. Ambos pintam e se ressentem da falta de oportunidade que tiveram quando começaram a carreira. Agora, com o site, eles dedicam espaço à arte bruta brasileira e colocam, gratuitamente, imagens de obras.

É o caso do amazonense Rubrelande Picanço, de 15 anos. "As obras dele são incríveis, a Internet possibilita dar visibilidade a pessoas que jamais chegariam a uma galeria", diz Elias.

Há ainda uma terceira possibilidade na Internet que são as galerias virtuais. Elas não possuem espaço físico, mas funcionam apenas no universo eletrônico.

Um exemplo é o site inglês Netartgallery, criado pela brasileira Patricia Estrella-Winkworth. O site inclui artistas brasileiros e, desde que entrou no ar, há três meses, já vendeu obras de dois artistas nacionais: Caio de Paulo e Milene Estrella. Ambos comprados por colecionadores ingleses.

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