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07/03/2005 - 09h57

Mostra com 14 filmes estimula produção paulista nas telas

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BRUNO YUTAKA SAITO
da Folha de S.Paulo

Das sarjetas da Boca do Lixo aos caminhos da periferia, o cinema paulista percorreu um trajeto tortuoso, em que a busca pela sobrevivência vai, mais por mero acaso, esboçando unidades temáticas. De hoje a 17/3, uma mostra no teatro Popular do Sesi, com 14 filmes recentes, lança olhar competitivo sobre essa produção que não vê o glamour da retomada.

Organizado pela Fiesp, pelo Sesi-SP e pelo Sindicato da Indústria Cinematográfica (Sicesp), o ciclo abre o 1º Prêmio Fiesp/Sesi-SP do Cinema Paulista, disputado pelos filmes em exibição.

Uma observação atenta à mostra revela que nem todos os filmes são inteiramente paulistas. O objetivo do prêmio --para melhor longa, diretor, ator, atriz, roteiro e fotografia--, entretanto, é estimular a produção brasileira e o interesse do público --a entrada é gratuita.

No sistema proposto, os três melhores de cada categoria serão escolhidos pelo público, que poderá votar pelo site www.fiesp.com.br/cinema; ao final, um júri oficial vai definir os vencedores, em evento no Sesi no dia 28/3.

Claro que longas como "Acquaria", de Flávia Moraes, frustrado delírio de cinema primeiro-mundista de Sandy e Junior, ou "Cine Gibi", animação com a Turma da Mônica, nem de raspão são exemplares típicos de uma possível identidade fílmica paulista.

A periferia, com suas contradições e violência, no entanto, é o cenário de "Contra Todos" (Roberto Moreira), e "De Passagem" (Ricardo Elias). Viagem ainda mais profunda é a empreendida por "O Prisioneiro da Grade de Ferro" (Paulo Sacramento), que mergulha em um dos antigos cartões-postais invertidos de SP, o extinto presídio do Carandiru.

Há espaço ainda para faíscas dos anos 60, época em que o cinema paulista mais ensaiou uma faceta comum. "Cama de Gato", de Alexandre Stockler, "33", de Kiko Goifman, e "À Margem da Imagem", de Evaldo Mocarzel, fazem ensaios com a linguagem documental, esbarrando na linha experimental/underground desse período.

Do grupo "marginal" original, Carlos Reichenbach vem com seu "Garotas do ABC", que ficou injustas poucas semanas em cartaz, olhar poético sobre as trabalhadoras de indústrias da região. Olhares diferentes entre si e paixões ambíguas, aliás, marcam a maior parte dos filmes da mostra.

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